“O Ariya é o novo horizonte da Nissan” lembra Giovanny Arroba, diretor de estilo dos Nissan elétricos
Apesar de estar em profunda reorganização, a Nissan vai continuar a ter um papel fundamental no que toca á mobilidade elétrica e o futuro imediato levará a uma gama curta no Velho Continente, mas com uma enorme novidade, o Ariya.
Giovanny Arroba é o homem que está por trás do estilo do novo SUV da casa japonesa e explica-nos, em entrevista, o que vai ser o futuro da Nissan.
“Já reparou que o Ariya não tem grelha?” Começou assim a nossa conversa e, realmente, não há grelha pois sendo elétrico não necessita da grelha convencional. “Mas está lá alguma coisa parecida com uma grelha” retorqui eu. “Não, o que você está a ver é uma face” atirou Arroba.
“Ninguém quer ter um carro sensaborão, um carro que não tenha emoção e não tendo grelha, podemos criar uma face e iluminá-la, dando-lhe uma dimensão diferente.” Mas, e então onde vão parar os cromados e tudo isso? “É verdade, no passado tínhamos cromados que destacam as linhas que pretendíamos, até o logótipo era cromado! Quisemos afastar-nos disso da mesma forma que os carros elétricos estão nos antípodas dos veículos com motorização convencional. Quisemos algo que se pareça elétrico, que seja pura luz!”
Assim, os novos Nissan elétricos têm ecrãs, faces que são aproveitadas para dar uma imagem diferente e “esconder” todos os sensores, câmaras, radares, laser e demais parafernália ligada à tenologia de segurança e de ajuda à condução. “Mas isto, como se percebe, transforma a frente do carro num ecrã que não quisemos estático. Por isso é que se olhar para a ‘grelha’ verá um padrão entrelaçado que é um pouco do ADN japonês em termos de estilo.”
Quando perguntei a Giovanny Arroba se não andavam a exagerar nas dimensões dos modelos elétricos, já que o interior pode, agora, ser mais aproveitado, Giovanny Arroba encolheu os ombros e disparou “os clientes querem carros altos com posição de condução elevada, que podemos fazer? E não acho que o Ariya seja assim tão grande.” Mas sendo um carro do segmento do X-Trail quando ali podemos ver o futuro do Qashqai, há aqui um aumento de dimensões claro. “Sim, mas quem lhe disse que o Ariya é uma antevisão do Qashqai?” disse Arrba com um largo sorriso nos lábios.
Então, o que significa este protótipo que bebe inspiração no iMX apresentado em Detroit. “Uma nova direção no estilo da Nissan, sobretudo dos seus modelos elétricos. Você está perante uma nova ideia de estilo e de veículos para o futuro da Nissan. E quando conecer aquilo que andamos a fazer e o que já definimos tanto na gama térmica como na gama elétrica, ficará boquiaberto.”
A conversa deslocou-se para dentro do Ariya e, aqui, os olhos de Giovanny Arroba, brilharam. “Acho que fizemos um excelente trabalho” diz com a sua voz rouca, calma e ponderada. O habitáculo do Ariya é típico de um modelo elétrico: não tem túnel central e a frente é curta, libertando muito espaço no interior. Mas o que se destaca, além dos ecrãs digitais que funcionam como painel de instrumentos e painel de controlo do sistema de info entretenimento, é a forma como o carro é feito por dentro. Como diz Arroba “é um interior ‘seamless’, ou seja, fluído e sem interrupções de uma ponta á outra e tal como no exterior, onde a grelha e o logótipo são iluminados.”
A inspiração vem das casas japonesas tradicionais, onde a luz passa pelas paredes de papel “shoji” e ilumina a casa de forma difusa. “Não é possível fazer isso nas portas de um carro (sorrisos) mas podemos iluminar as portas de uma maneira uniforme. Aliás, se reparar, a maior parte das superfícies são uniformes e sem interrupções.”
O designer das Nissan diz que são superfícies “tipo mesa de café” e lembrou que os botões de controlo deixaram de ser mecânicos. “Se tocar num botão, verá que sentirá um pequeno pulsar no dedo, pois são todos hápticos.” Ou seja, são sensíveis ao toque.
A conversa estava a chegar ao fim e Giovanny Arroba quis deixar claro que “o Ariya representa uma viragem no estilo da Nissan. O novo estilo da Nissan é feito de linhas precisas misturadas com curvas sensuais, aquilo que chamamos entre portas ‘futurismo intemporal” (Timeless Futurism).”
Pode parecer uma incongruência, mas o designer deixa claro que “queremos eliminar o que não é essencial, pois a pureza tem uma data de validade muito maior. Claramente, queremos nos afastar do estilo com demasiado ruído.”
E o futuro é, realmente, verdadeiramente interessante e o estilo dos modelos que aí vêm são de retirar o fôlego. E, já agora, olhe bem para o Ariya… olhe muito bem para o modelo apresentado em Tóquio. Dentro em breve poderá vê-lo nas estradas mundiais E portuguesas também!
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