Consumidores continuam divididos na compra de modelos elétricos ou autónomos
Os milhares de milhões de euros e dólares que construtores automóveis, empresas de partilha de veículos e empresas tecnológicas andam a gastar na mobilidade elétrica continuam a não convencer totalmente os consumidores.
Os estudos valem o que valem, mas há uns que têm mais tendências que outros. E brevemente o AUTOMAIS vai lhe trazer um estudo feito por uma universidade japonesa que mostra, claramente, que um automóvel elétrico ao longo da sua vida útil emite ligeiramente menos CO2 que um veículo com motor de combustão interna. Algo que já se suspeitava.
Desta feita, falamos de um estudo revelado há uns dias que mostra, claramente, que a mobilidade elétrica e autónoma ainda é olhada com desconfiança, dividindo os consumidores.
Os consumidores ocidentais continuam a não estar convencidos das maravilhas da mobilidade elétrica e autónoma, não compreendendo como é que os construtores continuam a queimar dinheiro no altar da ecologia demagógica, produzindo carros caros que a maioria não tem intenção de comprar. Este estudo da OC&C Strategy Consultans mostra isso.
Enquanto que mais de 90% dos residentes na China referem que consideram equacionar ou mesmo comprar um carro elétrico, apenas metade dos consumidores entrevistados nos EUA olham para os carros elétricos como uma possível compra na próxima vez que forem às compras. Na Europa, entre 64 a 77% dos inquiridos disseram o mesmo.
A amostra deste estudo abrangeu 2 mil entrevistas na China, outro tanto nos EUA e mais 2 mil pessoas na Europa, com foco na Alemanha, França e Reino Unido, entre março e abril deste ano. E para que não restem dúvidas, John Evison, um dos co-autores deste estudo, afirmou que o estudo foi financiado pela empresa sem recurso a fundos de qualquer outra empresa.
Outra conclusão deste estudo diz-nos que os consumidores nos EUA, Alemanha, França e Reino Unido, na sua maioria, desejam manter a propriedade do veículo sem partilhas com ninguém, enquanto que mais de 90% dos chineses estão abertos á partilha de opções de mobilidade. O que choca de frente com os objetivos da Uber Technologies e da Lyft, empresas de “car sharing” que querem reduzir muito a propriedade privada das soluções de mobilidade.
Este estudo tem uma conclusão muito interessante: a maioria dos inquiridos no Ocidente, incluindo “Millenials” e a geração mais recente, já deste milénio, diz que ter um automóvel continua a ser um importante símbolo de estatuto que oferece conveniência e uma fiabilidade na utilização que não são igualados pelos serviços de “car sharing” ou táxis. Ou seja, totalmente ao contrário da ideia que os mais jovens não ligam à posse.
Além de tudo isto, o estudo da OC&C acaba por despejar um balde de água gelada nas empresas que fabricam e querem utilizar os táxis autónomos, pois a larga maioria dos inquiridos disse que prefere ter um carro com condução autónoma que um carro autónomo partilhado com outros. Não terá sido por acaso que a Daimler, uma das marcas que mais investia nesta ideia dos “robotáxis”, colocou um travão nos gastos e nos testes, alinhando como razões, questões de segurança e, claro, de rentabilidade.
Contas feitas, um terço dos consumidores ocidentais desconfia da condução autónoma, enquanto que na China são 4% os que não acreditam nas benesses da condução autónoma.No final do estudo, as conclusões são claras: os construtores deveriam investir mais na eletrificação (híbridos suaves, convencionais e Plug In) e nos serviços para proprietários individuais, do que tentar forçar a criação de uma nova revolução na mobilidade partilhada.
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