CITROËN OLI [all-ë] é o modelo que apresenta o novo logo da marca francesa
O novo Concept da Citroën traz um novo Double Chevron, mas também uma nova abordagem de mobilidade inteligente, acessível, alegre e muito versátil.
Como um verdadeiro Concept que é, o primeiro impacto visual é estranho, apenas por estar tão distanciado da realidade. No entanto, por se tratar de uma aposta arrojada da Citroën, é também um daqueles que, por ser tão diferente, nos desperta muito a curiosidade, levando-nos a querer descobrir mais sobre este novo OLI. Ou, melhor, ‘all-ë’, que, se lermos com sotaque francês, soa exatamente da mesma maneira. Segundo a Citroën, se eliminarmos tudo o que é supérfluo, ficamos apenas com o suficiente. Será o OLI suficiente?
“Denominámos este projeto de ‘oli’ como um aceno ao Ami e também porque resume a essência deste veículo – mais uma prova de que só a Citroën pode entregar uma mobilidade sensata e ALL-Electric, a TODOS os tipos de pessoas, em formatos inesperados, responsáveis e gratificantes“, refere Vincent Cobée, CEO da Citroën, acrescentando ainda que: “Três conflitos sociais estão a acontecer simultaneamente: em primeiro lugar o valor e a dependência da mobilidade; em segundo, os constrangimentos económicos e a incerteza dos recursos; e, em terceiro, o nosso sentimento crescente de desejarmos um futuro responsável e otimista. Os consumidores pressentem que a era da abundância poderá ter acabado, e que o aumento das regulamentações, bem como a subida dos custos, podem limitar a sua capacidade de se deslocarem livremente. Ao mesmo tempo, há uma crescente consciência da necessidade de acelerar os esforços para prevenir as alterações climáticas, o que nos está a tornar mais conscientes e exigentes”.
Este arrojado Concept Oli foi criado com um estado de espírito muito semelhante ao usado com o AMI, de que gostámos tanto. Também é totalmente elétrico e inclui um visual que não passaria despercebido em lado nenhum, caso o víssemos a circular na rua. No entanto, e tal como podemos ver numa das imagens, esta nova proposta tem praticamente o dobro do tamanho do AMI e também o dobro das ideias e soluções, ficando aproximado a SUV compacto no que diz respeito a medidas, com 4,2 metros de comprimento, 1,65 metros de altura e 1,90 metros de largura. Tal como é referido por Pierre Leclercq, responsável de Design da Citroën, o OLI segue uma estratégia muito usada no design industrial, em que um produto não tem de ser bonito, tem é de ser funcional. E é por isso que inclui uma abordagem “menos automóvel”, com diversas estruturas, parafusos e dobradiças visíveis e não escondidas, numa espécie de conceito mais analógico.
Em termos de redução de materiais, o OLI inclui portas iguais, pára-choques iguais e diversos elementos de proteção que também são a mesma peça. Os vidros são planos, tal como diversos dos seus painéis e todos os materiais são de baixo peso. O capot horizontal, a estrutura do tejadilho e o piso da zona traseira de carga, ao jeito de uma pick-up, são construídos em cartão reciclado com uma estrutura em favo de mel reforçada com painéis de vidro, que foi desenvolvida em conjunto com a BASF. São revestidos de resina de Poliuretano Elastoflex, cobertos por uma camada protetora de Elastocoat, dura e texturizada, uma solução que usada frequentemente em estacionamentos ou rampas de carregamento, sendo que o acabamento final inclui a inovadora tinta BASF R-M Agilis.
Ou seja, todos estes painéis planos são bastante rígidos, leves e muito fortes, suportando o peso de uma pessoa, enquanto são 50% mais leves do que um equivalente em aço. Quanto às rodas do OLI, são produzidas numa inovadora liga de aço e alumínio e incluem um conjunto de pneus da Goodyear que também são um novo protótipo de pneumáticos sustentáveis e inteligentes, identificados apenas por Eagle Go e com uma vida útil prevista em torno dos 500 mil quilómetros, graças a uma carcaça sustentável e uma profundidade do piso de 11 mm, que pode ser renovada por duas vezes ao longo da vida do pneu.
A bordo, o OLI oferece bastante espaço e inúmeras soluções originais, tais como os assentos com costas em rede, o piso lavável e uma utilização de materiais recicláveis que também têm o objetivo de reduzir o seu peso. E no que diz respeito ao sistema de infotainment, o OLI segue o mesmo conceito do AMI, estando preparado para a filosofia “traga o seu próprio equipamento”, ou seja, o seu smartphone é que vai incluir as mais variadas soluções necessárias, tais como a música ou a navegação, mas também é nele que terá a aplicação que vai “comunicar” com o carro, fornecendo diversos dados sobre a sua utilização. E quando ao som, bem, há diversos locais para que possa colocar a sua coluna portátil.
Com o objetivo de conseguir apenas uma tonelada no que diz respeito ao seu peso total, o sistema elétrico existente ganha ainda mais eficácia em termos de consumo energético. E com uma média de consumo em torno dos 10 kWh, será possível estender a sua autonomia máxima até bem perto dos 400 quilómetros. E para carregar a bateria de 40 kWh (dos 20 aos 80%), serão necessários apenas 23 minutos. Mas o melhor, é mesmo a capacidade que tem de fornecer alguma da sua energia à rede, a uma casa, ou a diversos acessórios.
Mais do que um automóvel, o OLI é apresentado como uma ferramenta multiusos para a nossa rotina diária, mesmo quando não está a ser conduzido. E além do seu tejadilho poder ser usado como um escadote e o sistema elétrico como um gigante power-bank capaz de alimentar uma casa durante algumas horas, a grande missão deste novo Concept é dar origem a um conjunto de ideias que possam resultar num modelo com uma atitude semelhante à do AMI e que possa levar a mobilidade elétrica e sustentável a muitas mais pessoas.
“O Oli é uma plataforma de trabalho para exploração de ideias engenhosas, que são realistas para uma produção futura“, diz Laurence Hansen, Diretora de Produto e de Estratégia da Citroën. “Nem todas estas ideias se irão juntar, nem na forma física que aqui se vê, mas o elevado nível de inovação que está a ser mostrado é inspirador para futuros modelos da Citroën”.
O ciclo de vida do OLI foi também pensado para resistir a diversos proprietários, com a possibilidade de poder substituir facilmente diversas das peças recicladas, como personalizar tudo à medida de cada pessoa. O custo global de posse será baixo, mas se houver necessidade de substituir uma porta, um farol ou um para-choques, as peças recicladas podem ser fornecidas pela Citroën, de uma forma responsável, oriundas de outras unidades OLI que já não estejam em operação.
Logicamente, nos casos em que há um custo maior na reparação de um veículo do que na compra de um novo, esses veículos não são reparados. O OLI muda todo o conceito, sendo mais ambiental e economicamente positivo de reparar do que substituir ao longo de diferentes ciclos de vida. Quando já não for economicamente viável a reparação, a Citroën transformará cada OLI num “dador” de peças recicladas, para outros OLI que necessitem de determinadas peças, ou enviará outras peças para processos de reciclagem geral.
Além de tudo isto, o Citroën OLI é também o modelo que faz a estreia do novo logotipo da marca francesa, a nova interpretação do Double Chevron, que regressa ao seu desenho original de 1919, integrado numa oval vertical, e que fica agora muito mais adaptado a uma nova era digital.
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