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Bugatti quer oferecer um modelo elétrico por menos de 1 milhão de euros

By on 19 Novembro, 2019

A casa de Molsheim está a pensar em alargar a gama oferecendo ao Chiron uma alternativa ligeiramente mais barata que os 2,5 milhões de euros do modelo existente.

O segundo modelo da gama Bugatti poderá ser um automóvel elétrico e tergiversar para o crossover, capaz de levar quatro pessoas e um preço bem mais contido, entre 500 mil e 1 milhão de euros. É esta a ideia que Stephen Wilkelmann, o CEO da Bugatti, está a tentar vender ao conselho de administração do grupo Volkswagen.

Para o patrão da Bugatti, “a indústria está a conhecer uma mudança fundamental e temos de aproveitar as oportunidades que existem para desenvolver a Bugatti ao passo que a marca segue adiante.”

O problema é convencer o conselho de administração do grupo VW a abrir mão de recursos para este projeto de nicho e Winkelmann confessa que “tem sido duro!”. Para a Bugatti, a utilização de uma mecânica elétrica não é uma questão de emissões, mas sim uma mudança de definição, progresso e inovação. Isto porque Winkelmann, que já foi CEO da Lamborghini, quer tornar a Bugatti uma marca viável o suficiente para sobreviver fora da esfera do grupo VW e não correr o risco de desaparecer uma vez mais. Para isso, lá está, terá de começar a ser cada vez mais acessível e com uma gama que toque os segmentos onde está o lucro.

Winkelmann sabe, perfeitamente, que desde o Dieselgate que o grupo VW anda a olhar para o seu portfólio de marcas, no sentido de detetar formas de desviar recursos para a mobilidade elétrica e para a condução autónoma, que tem derretido recursos a uma velocidade impressionante. E o CEO da Bugatti também sabe que a marca e Molsheim é o símbolo que resta da estravagância de Ferdinand Piech, que ressuscitou a marca em 1998, com um carro que custou largos milhares de milhões de euros à VW, só chegando ao mercado em 2005, depois de muitos problemas de desenvolvimento. 

Sendo um carro absolutamente exclusivo, não é possível partilhar tecnologia ou sequer peças com outros modelos do grupo VW, tem custos de desenvolvimento absurdos e sendo vendido por preço pornográfico, os volumes são baixos e não há lucro neste modelo de negócio. O Veyron apesar de custar 2 milhões de euros, perdia outro tanto a cada venda.

Winkelmann, segundo alguns analistas, tem referido que a Bugatti tem ganho “dinheiro decente” e que por isso está na hora de se transformar num modelo de negócio rentável e não apenas uma montra tecnológica. E isso é evidente na decisão de Winkelamnn em acabar com todas as tentativas de mostrar a superioridade do Chiron, depois de um derivativo ter tocado a 300 mph, qualquer coisa como 483 km/h. Agora, é hora de destacar a Bugatti como marca de luxo.

O Chiron tem uma produção de 500 unidades a 2,5 milhões de euros cada e neste momento a Bugatti tem menos de 100 unidades para vender. Entre eles está o Centodieci, baseado no CHiron, que custa quase 8 milhões de euros. Atualmente, a Bugatti produz 100 unidades por ano, altamente personalizadas.

É por aqui que a Bugatti quer alterar a sua face, com o lançamento de um carro mais barato que aumentaria as vendas, passando para mais de 600 carros/ano. E não se espantem se a Bugatti fizer mesmo um SUV ou um crossover, pois Stephen Winkelmann antes de sair, deixou a decisão final de produzir um SUV indo contra todas as opiniões do “board”. O Urus é, já, o carro mais vendido da Lamborghini.

E não espanta que Winkelmann esteja, neste momento, a olhar para a Ferrari. Desde o “spinoff” da FCA e entrada em bolsa, a Ferrari mais do que triplicou o seu valor e mostra que uma marca de nicho independente pode ser poderosa. Winkelmann adoraria um “spin off” do grupo VW, mas o gigante alemão está reticente, olhando aos problemas que a Aston Martin experimenta desde que se fragmentou em bolsa. 

Seja como for, Herbert Diess, o CEo do grupo VW, quer que as marcas de luxo (Bugatti, Lamborghini e Bentley) ofereçam um muito maior contributo para o lucro do grupo. E por isso, Diess tem a ideia de criar um “super grupo” com Porsche, Bugatti, Lamborghini e Bentley. Winkelmann não está convencido disso e diz que uma combinação daquelas marcas será “única no universo automóvel.”

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