Bosch clama que poderia lançar um veículo autónomo… amanhã!
O gigante alemão diz que a tecnologia e o “hardware” estão prontas, alegando que são fatores extra-tecnologia os maiores obstáculos.
Para a Bosch, não é a tecnologia que tem adiado a implementação da condução autónoma, mas sim a inconsistente regulamentação e a onda de ceticismo dos consumidores. Em declarações á revista inglesa Autocar, Kay Stepper, vice-presidente para a condução autónoma na Bosch, revelou que já foram ultrapassadas todas as barreiras tecnológicas. “Temos de diferenciar os problemas entre técnicos e não técnicos e, neste momento, muito honestamente, em termos de tecnologia, ‘hardware’ e ‘software’, temos o que é preciso para lançar a condução autónoma já amanhã! Já está disponível. Claro que temos de a testar e validar para a refinar, mas a tecnologia está pronta!”
A verdade é que estamos em 2020 e não há nenhum carro autónomo no momento e muitos construtores têm vindo a reduzir o investimento ou mesmo a desligar a ficha sobre essa tecnologia, não só pelo fortíssimo investimento necessário – e com a mobilidade elétrica, os recursos andam escassos – mas pelo ceticismo que está instalado entre os consumidores.
Sobre isso, Kay Stepper referiu que “os maiores obstáculos são problemas que nada têm a ver com a tecnologia. Falamos do enquadramento legal nas mais diversas regiões do planeta. As coisas são muito diferentes na China, na Europa ou nos EUA e é isso que tem forte impacto no lançamento da tecnologia.” Segundo este responsável da Bosch, os americanos, por exemplo, têm uma visão mais livre que os restantes.
Na Bosch, “estamos todos muito entusiasmados com a condução autónoma, e muitos dos nossos clientes também, mas nem toda a gente está na mesma sintonia. Há um elevado nível de animosidade contra a mobilidade autónomo por parte dos consumidores. A maioria tem dificuldade em aceitar que esta é uma realidade dos nossos dias” lembrou Stepper.
Para ele e para a Bosch, há a crença que em 2025 os primeiros carros com capacidade autónoma chegarão ao mercado, mas apenas para os serviços de partilha de mobilidade e transporte comercial, pois para o cliente normal ainda levará mais algum tempo até as pessoas se habituarem a ter um carro sem pedais e sem volante.
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