BYD Tang – Ensaio Teste

By on 30 Setembro, 2024

A BYD cada vez mais ganha preponderância no mercado mundial automóvel. A marca chinesa de automóveis investiu fortemente na eletrificação e chegou à Europa com uma gama de produtos que rapidamente deixou excelentes indicações.

Fundada em 1995 por Wang Chuanfu, a BYD começou como uma fabricante de baterias para telemóveis, conquistando mercado com preços competitivos. A empresa expandiu-se para a indústria automóvel, lançando o seu primeiro carro com motor térmico em 2005 e o seu primeiro híbrido Plug-In em 2008. Embora a qualidade inicial dos veículos não fosse impressionante, a BYD persistiu e lançou o seu primeiro carro elétrico, o E6, em 2010. Em 2018 e 2019 havia dúvidas se a BYD iria sequer conseguir manter-se como fabricante de automóveis. Foi em 2019 que a BYD  apostou num design mais europeu com propostas como um renovado Tang e um novo Han a surgirem em 2019. A popularidade da marca cresceu com a melhoria estética e qualitativa das propostas. Em 2022 terminou com a produção de veículos apenas com motor térmico, focando-se a 100% na mobilidade eletrificada. 

Assim, o Tang pode ser considerado um primeiro capítulo nesta nova era da BYD. E, por isso, merece ser conhecido um pouco mais de perto.


Mais:

Conforto Espaço Interior de qualidade

Menos:

Consumos Pouca agilidade Infotainment

Exterior

8/10

O exterior do Tang é imponente. O tamanho deste SUV de sete lugares não deixa ninguém indiferente. As linhas também não. Talvez bebendo um pouco de inspiração de produtos japoneses, parece haver traços semelhantes ao que encontramos na Toyota / Lexus. Na verdade, é um SUV agradável à vista, com uma grelha proeminente, apenas estragada pelo logótipo ainda a lembrar outros tempos. O carro merecia outro cuidado neste capítulo. Mas é o único pormenor negativo num SUV cuja traseira apresenta uma linha contínua por cima do “Build Your Dreams” que explica o significado de BYD. Se as primeiras impressões contam, a primeira impressão deste Tang é muito boa.

Interior

8/10

No interior, somos recebidos com um ambiente que transpira qualidade. As linhas são simples, mas elegantes, com um painel de instrumentos de tamanho muito generoso e um ecrã de infotainment que domina o horizonte do tablier. E neste ecrã que todas as funcionalidades do carro são controladas. Mas o bom gosto com que as linhas simples deste Tang foram criadas é claro. Perto da alavanca das velocidades, alguns botões físicos e, tal como no volante com botões físicos simples, de fácil uso. Os bancos são muito confortáveis, quer à frente, quer atrás, com espaço para quatro pessoas viajarem confortavelmente e o quinto passageiro também não terá muitas dificuldades. Os bancos da terceira fila existem, mas como seria de esperar, não permite uma viagem muito confortável. A não ser que sejam crianças, mas ainda assim a sensação de claustrofobia não ajuda. Para deslocações curtas servem perfeitamente. A capacidade da bagageira vai dos 235 aos 1655 litros. Todo o habitáculo está bem construído, com materiais de qualidade. Se o exterior deu bons sinais, o interior acaba por nos conquistar definitivamente. 

Equipamento

7/10

O BYD Tang vem equipado com uma ampla gama de recursos de conforto, tecnologia e segurança. O painel de instrumentos digital é um LCD de 12,3 polegadas, complementado por um ecrã tátil rotativo de 12,8 polegadas que integra o sistema BYD DiLink. O veículo também oferece um carregador wireless para smartphones, sistema de som Dirac com 12 colunas, rádio digital (DAB), acesso à internet 4G e serviços Cloud, com 8 anos de serviço Cloud, incluindo 1,0 GB + 0,5 GB de dados móveis OTA por mês, gratuitos nos primeiros 2 anos. No que toca à segurança e assistência à condução, o BYD Tang é equipado com um sistema de alarme acústico, airbags frontais para o condutor e passageiro, airbags laterais dianteiros, airbags de cortina integrados (traseiros e dianteiros) e uma câmera interior. Conta ainda com um sistema de deteção de ângulo morto (BSD), travão de parqueamento integrado (IPB) e diversos sistemas de travagem e controlo, como Travagem de Assistência Hidráulica (HBA), Sistema de Controlo de Tração (TCS), Controlo Dinâmico do Veículo (VDC) e Sistema de Distribuição de Travagem Eletrónico (EBD). Outros recursos incluem Sistema de Ajuda ao Arranque em Subida (HHC), Sistema de Limpeza dos Discos de Travão (BDW), Sistema de Regeneração de Travagem Coordenado (CRBS), Sistema de Balanço da Suspensão em Curva (RMI), controlo de descidas íngremes (HDC) e Brake Override System (BOS). Além disso, o Tang oferece um sistema de aviso de portas abertas (DOW) para garantir a segurança dos ocupantes.  

Consumos

7/10

Este é outros dos pontos menos conseguidos do Tang. O computador de bordo que só indica a média de consumo de energia nos últimos 50 quilómetros percorridos. Começamos este ensaio com uma autonomia de 428km, com bateria completamente carregada e terminamos com 32% de bateria depois de 228 km percorridos, com autonomia anunciada de 142km . O consumo terá ficado um pouco acima dos 25 kWh/100 km o que não é um número entusiasmante. Mas olhando ao uso que foi feito, ao peso do carro que é de pouco menos de 2500kg, não é uma média que seja completamente negativa. Autonomia deverá andar ligeiramente abaixo dos 400 km. 

Ao Volante

7/10

A experiência ao volante acabou por surpreender, pois ainda contávamos com alguns preconceitos por ser um veículo chinês. Mas na condução esquecemos isso rapidamente. A posição de condução é elevada, mas confortável, tal como o volante e a visibilidade é boa, se esquecermos a visibilidade traseira que fica comprometida com o tamanho do veículo, o que é lógico. É um carro pensado para viagens mais longas a ritmo médio em que o conforto é a palavra-chave.  Para um carro de 2500kg, o Tang apresenta um comportamento dinâmico apreciável, com uma suspensão firme, mas que não deixa de ser confortável, não se negando a um ou outro exagero, com o sistema de tração integral a ajudar muito. Mas sendo um carro tão grande e tão pesado, não se espera nada mais que isso. Quanto à agilidade em percursos mais sinuoso, o Tang vai dar mais trabalho, sendo pouco ágil nas manobras.  Até aqui tudo bem. Os pontos negativos vão para o sistema de infotainment que se revelou algo limitado e que nem direito a radio tinha. As ajudas à condução mostraram-se algo intrusivas demais, piorando a experiência de condução e a baixa velocidade, o som para alertar os transeuntes era algo irritante, o que no trânsito se tornou uma dor de cabeça. 

Motor

8/10

O SUV Tang, equipado com dois motores elétricos, oferece uma potência total de 517 cavalos e um binário de 680 Nm. Com essas características, acelera de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos e atinge uma velocidade máxima de 180 km/h. 

Balanço Final

7/10

O BYD Tang é um bom cartão de visita da marca chinesa. Nota-se que há alguns pormenores que ainda não sofreram a “influência europeia”. Esses pormenores podem afastar alguns interessados, mas no geral, o Tang é um bom carro com qualidade. E isso é dizer muito de uma marca chinesa que entra no exigente mercado europeu. É por isso que a nota desta proposta é claramente positiva. A BYD tem carros mais adaptados à nossa realidade e talvez este Tang não seja um modelo muito procurado, mas mostra que a BYD já tem um excelente nível.

Concorrentes

Polestar 4 Long range Dual motor Skoda Enyaq Coupé RS Audi Q4 e-tron 55 quattro Advanced (2023) CUPRA Tavascan VZ 77 kWh 250 kW (340 CV) AWD (2024) Mercedes-Benz EQB 300 4MATIC (2023)

Ficha Técnica

Velocidade máxima 180 km/h Aceleração 0-100 km/h 4,6 s Consumo de combustível WLTP Bateria carregada combinada 23,8 kWh/100 km Autonomia elétrica WLTP 400 km   Número de portas 5 Comprimento 4870 mm Largura 1.950 mm Altura 1.725 mm Distância entre eixos 2,820 mm Peso 2489 kg Volume da bagageira – de 235 a 1.655 litros Número de lugares sentados 7 Disposição dos bancos 2 + 3 + 2   Potência máxima 517 cv / 380 kW Binário máximo 680 Nm   Bateria Tipo Acumulador de fosfato de ferro e lítio (LFP) Localização Central Capacidade 86,4 kWh Potência máxima de recarga em CC 120 kW Potência máxima de recarga em CA 11 kW Tempo de carregamento de 0 a 80 % DC 48 min (120 kW)   Transmissão Tração integral  

Mais/Menos


Mais

Conforto Espaço Interior de qualidade

Menos

Consumos Pouca agilidade Infotainment

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

O exterior do Tang é imponente. O tamanho deste SUV de sete lugares não deixa ninguém indiferente. As linhas também não. Talvez bebendo um pouco de inspiração de produtos japoneses, parece haver traços semelhantes ao que encontramos na Toyota / Lexus. Na verdade, é um SUV agradável à vista, com uma grelha proeminente, apenas estragada pelo logótipo ainda a lembrar outros tempos. O carro merecia outro cuidado neste capítulo. Mas é o único pormenor negativo num SUV cuja traseira apresenta uma linha contínua por cima do “Build Your Dreams” que explica o significado de BYD. Se as primeiras impressões contam, a primeira impressão deste Tang é muito boa.

Interior

No interior, somos recebidos com um ambiente que transpira qualidade. As linhas são simples, mas elegantes, com um painel de instrumentos de tamanho muito generoso e um ecrã de infotainment que domina o horizonte do tablier. E neste ecrã que todas as funcionalidades do carro são controladas. Mas o bom gosto com que as linhas simples deste Tang foram criadas é claro. Perto da alavanca das velocidades, alguns botões físicos e, tal como no volante com botões físicos simples, de fácil uso. Os bancos são muito confortáveis, quer à frente, quer atrás, com espaço para quatro pessoas viajarem confortavelmente e o quinto passageiro também não terá muitas dificuldades. Os bancos da terceira fila existem, mas como seria de esperar, não permite uma viagem muito confortável. A não ser que sejam crianças, mas ainda assim a sensação de claustrofobia não ajuda. Para deslocações curtas servem perfeitamente. A capacidade da bagageira vai dos 235 aos 1655 litros. Todo o habitáculo está bem construído, com materiais de qualidade. Se o exterior deu bons sinais, o interior acaba por nos conquistar definitivamente. 

Equipamento

O BYD Tang vem equipado com uma ampla gama de recursos de conforto, tecnologia e segurança. O painel de instrumentos digital é um LCD de 12,3 polegadas, complementado por um ecrã tátil rotativo de 12,8 polegadas que integra o sistema BYD DiLink. O veículo também oferece um carregador wireless para smartphones, sistema de som Dirac com 12 colunas, rádio digital (DAB), acesso à internet 4G e serviços Cloud, com 8 anos de serviço Cloud, incluindo 1,0 GB + 0,5 GB de dados móveis OTA por mês, gratuitos nos primeiros 2 anos. No que toca à segurança e assistência à condução, o BYD Tang é equipado com um sistema de alarme acústico, airbags frontais para o condutor e passageiro, airbags laterais dianteiros, airbags de cortina integrados (traseiros e dianteiros) e uma câmera interior. Conta ainda com um sistema de deteção de ângulo morto (BSD), travão de parqueamento integrado (IPB) e diversos sistemas de travagem e controlo, como Travagem de Assistência Hidráulica (HBA), Sistema de Controlo de Tração (TCS), Controlo Dinâmico do Veículo (VDC) e Sistema de Distribuição de Travagem Eletrónico (EBD). Outros recursos incluem Sistema de Ajuda ao Arranque em Subida (HHC), Sistema de Limpeza dos Discos de Travão (BDW), Sistema de Regeneração de Travagem Coordenado (CRBS), Sistema de Balanço da Suspensão em Curva (RMI), controlo de descidas íngremes (HDC) e Brake Override System (BOS). Além disso, o Tang oferece um sistema de aviso de portas abertas (DOW) para garantir a segurança dos ocupantes.  

Consumos

Este é outros dos pontos menos conseguidos do Tang. O computador de bordo que só indica a média de consumo de energia nos últimos 50 quilómetros percorridos. Começamos este ensaio com uma autonomia de 428km, com bateria completamente carregada e terminamos com 32% de bateria depois de 228 km percorridos, com autonomia anunciada de 142km . O consumo terá ficado um pouco acima dos 25 kWh/100 km o que não é um número entusiasmante. Mas olhando ao uso que foi feito, ao peso do carro que é de pouco menos de 2500kg, não é uma média que seja completamente negativa. Autonomia deverá andar ligeiramente abaixo dos 400 km. 

Ao volante

A experiência ao volante acabou por surpreender, pois ainda contávamos com alguns preconceitos por ser um veículo chinês. Mas na condução esquecemos isso rapidamente. A posição de condução é elevada, mas confortável, tal como o volante e a visibilidade é boa, se esquecermos a visibilidade traseira que fica comprometida com o tamanho do veículo, o que é lógico. É um carro pensado para viagens mais longas a ritmo médio em que o conforto é a palavra-chave.  Para um carro de 2500kg, o Tang apresenta um comportamento dinâmico apreciável, com uma suspensão firme, mas que não deixa de ser confortável, não se negando a um ou outro exagero, com o sistema de tração integral a ajudar muito. Mas sendo um carro tão grande e tão pesado, não se espera nada mais que isso. Quanto à agilidade em percursos mais sinuoso, o Tang vai dar mais trabalho, sendo pouco ágil nas manobras.  Até aqui tudo bem. Os pontos negativos vão para o sistema de infotainment que se revelou algo limitado e que nem direito a radio tinha. As ajudas à condução mostraram-se algo intrusivas demais, piorando a experiência de condução e a baixa velocidade, o som para alertar os transeuntes era algo irritante, o que no trânsito se tornou uma dor de cabeça. 

Concorrentes

Polestar 4 Long range Dual motor Skoda Enyaq Coupé RS Audi Q4 e-tron 55 quattro Advanced (2023) CUPRA Tavascan VZ 77 kWh 250 kW (340 CV) AWD (2024) Mercedes-Benz EQB 300 4MATIC (2023)

Motor

O SUV Tang, equipado com dois motores elétricos, oferece uma potência total de 517 cavalos e um binário de 680 Nm. Com essas características, acelera de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos e atinge uma velocidade máxima de 180 km/h. 

Balanço final

O BYD Tang é um bom cartão de visita da marca chinesa. Nota-se que há alguns pormenores que ainda não sofreram a “influência europeia”. Esses pormenores podem afastar alguns interessados, mas no geral, o Tang é um bom carro com qualidade. E isso é dizer muito de uma marca chinesa que entra no exigente mercado europeu. É por isso que a nota desta proposta é claramente positiva. A BYD tem carros mais adaptados à nossa realidade e talvez este Tang não seja um modelo muito procurado, mas mostra que a BYD já tem um excelente nível.

Mais

Conforto Espaço Interior de qualidade

Menos

Consumos Pouca agilidade Infotainment

Ficha técnica

Velocidade máxima 180 km/h Aceleração 0-100 km/h 4,6 s Consumo de combustível WLTP Bateria carregada combinada 23,8 kWh/100 km Autonomia elétrica WLTP 400 km   Número de portas 5 Comprimento 4870 mm Largura 1.950 mm Altura 1.725 mm Distância entre eixos 2,820 mm Peso 2489 kg Volume da bagageira – de 235 a 1.655 litros Número de lugares sentados 7 Disposição dos bancos 2 + 3 + 2   Potência máxima 517 cv / 380 kW Binário máximo 680 Nm   Bateria Tipo Acumulador de fosfato de ferro e lítio (LFP) Localização Central Capacidade 86,4 kWh Potência máxima de recarga em CC 120 kW Potência máxima de recarga em CA 11 kW Tempo de carregamento de 0 a 80 % DC 48 min (120 kW)   Transmissão Tração integral