Europa taxa veículos elétricos chineses até 38%, mas há países contra a medida
A medida era esperada e foi confirmada. A Comissão Europeia anunciou que vai impor taxas adicionais sobre os veículos elétricos vindos da China, a partir do próximo mês.
Na base desta medida, está uma investigação da Comissão Europeia, lançada em outubro do an passado. O objetivo da investigação era apurar se os automóveis elétricos fabricados na China receberam subsídios que distorciam a concorrência e se justificavam a aplicação de tarifas adicionais.
O que está em causa?
A investigação começou por determinar se os construtores chineses beneficiam de subvenções ilegais e se estas subvenções causam ou ameaçam causar prejuízo económico os produtores de elétricos da UE. A Comissão Europeia advertiu a BYD , a SAIC e a Geely de que não forneceram informações suficientes em resposta à sua investigação sobre subvenções.
A decisão deveria ter sido anunciada a 5 de junho, mas foi adiada devido às eleições europeias. Já conhece o desfecho, que não é ainda definitivo. A Comissão Europeia anunciou que vai impor taxas adicionais até 38,1% sobre os veículos elétricos chineses importados a partir do próximo mês. Especificamente, as tarifas serão de 38,1% para a SAIC , 20% para a Geely e 17,4% para a BYD.
As empresas que cooperarem com a investigação da Comissão serão sujeitas a uma tarifa de 21%, enquanto as empresas que não cooperarem serão sujeitas à taxa mais elevada de 38,1%. A Tesla poderá vir a beneficiar de uma taxa de imposto personalizada mais tarde. As taxas são atribuídas segundo o nível de cooperação (quem colaborou menos é mais taxado) e os subsídios recebidos.
Decisão definitiva só em novembro
Esta nova taxa soma-se aos 10% já aplicados, fazendo com que a taxa total para algumas empresas chegue a 48,1%. Os fabricantes de automóveis ocidentais, como a Tesla, a BMW, a Mercedes-Benz, a Renault e a Volvo, que exportam automóveis da China para a Europa, são considerados empresas cooperantes, mas irão também sentir os efeitos da medida.
A inquérito sobre este tema irá continuar até 2 de novembro, podendo resultar em taxas definitivas com uma duração de cinco anos.
Críticas da China e da Alemanha
A China criticou a investigação da UE e apelou à cooperação, sem especificar a sua reação às novas taxas. No seio da UE, se há países que concordam com a decisão (França e Espanha), a Alemanha torceu o nariz. A VDA (Verband der Automobilindustrie), que representa fabricantes de automóveis alemães como Volkswagen, BMW e Daimler (Mercedes-Benz), criticou fortemente a medida. A presidente da VDA, Hildegard Müller, afirmou que essa medida é “mais um passo na direção errada” e afasta a cooperação global. Também o Ministro dos Transportes alemão, Volker Wissing, referiu que esta medida vai afetar as empresas alemãs e mostrou receio de uma guerra comercial.
O que isto significa?
Deveremos ver um aumento dos preços dos veículos elétricos das marcas chinesas e de veículos de marcas europeias fabricados na China. Assim, se a mobilidade elétricas já era inalcançável para muitos, com estas taxas poderemos ver um aumento de preços em algumas das propostas mais competitivas do mercado.
Numa fase em que os elétricos perderam força, poderemos ver o mercado dos EV regredir ainda mais. Para a UE é uma medida que visa proteger o tecido empresarial europeu, com a indústria automóvel a enfrentar a uma séria ameaça da China. No entanto, esta medida também vai afetar marcas europeias. Resta esperar e ver que tipo de consequências esta medida provoca.
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