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O truque o preço do Renault 5? Fazer um carro em menos de 10 horas

By on 2 Maio, 2024

Tempo é dinheiro e na indústria automóvel tal não podia ser mais verdade. Uma das formas usadas recentemente para fazer cair o preço dos automóveis novos é tornar a sua construção mais simples e eficiente. A Renault conseguiu isso com o seu novo Renault 5.

O Renault 5 é uma aposta fortíssima da marca francesa. Além de apelar à nostalgia, com formas de um sucesso de vendas de outros tempos, apresenta um preço de entrada de gama apelativo, a rondar os 25 mil euros, quando a maioria dos elétricos está bem acima dos 30 mil. O truque? Algo parecido ao que a Tesla procura. Aumentar a eficiência de construção e, por conseguinte, diminuir o tempo.

Quanto mais rápida fora a construção, mais o preço pode baixar

Gilles Le Borgne, Diretor de Tecnologia da Renault, afirmou, citado pelo Automotive News Europe, que o Renault 5 é fabricado em menos de 10 horas, uma redução significativa em relação às 14 horas necessárias para um Clio com motor de combustão interna. Esta eficiência é digna de nota no contexto da produção de pequenos veículos na Europa, onde normalmente são necessárias entre 12 a 18 horas para fabricar estes veículos.

O próximo objetivo é ainda mais ambicioso. A Renault aponta para construir o Twingo totalmente elétrico em “muito menos” de 10 horas. Desta forma, a Renault pode atingir o seu objetivo de manter o Twingo abaixo dos 20 000 euros.

Le Borgne explicou como esta redução de preço pode ser feita:

“Existem dois indicadores. O primeiro é o DST (tempo padrão de projeto), que é o tempo que os trabalhadores demoram a montar as peças. Utilizando a engenharia simultânea (um método de conceção e desenvolvimento de produtos em que as diferentes fases decorrem em simultâneo, em vez de consecutivamente), tornámos o R5 muito rápido e fácil de montar.

O segundo indicador é o DSTr , que é o rácio entre mão de obra direta e mão de obra não direta. Para nós, esse rácio é de cerca de 2,0. De certa forma, o DSTr mostra a eficiência do sistema de fabrico. O tempo total de montagem resulta da multiplicação de DST e DSTr. Com o R5, planeamos cerca de 4,6 horas em DST. Quando multiplicado pelo fator DSTr de 2,0, o resultado é inferior a 10 horas”

A Tesla procura algo ainda mais ambicioso

Isto é algo parecido ao que a Tesla pretende fazer. A marca anunciou em 2020 que pretendia colocar no mercado um veículo elétrico no valor de 25 mil dólares. Mas para a Tesla conseguir isso, tem um plano que poderá revolucionar a forma como os carros são construídos.

Os carros mudaram muito desde o Ford Model T, cuja construção começou em 1913, com uma forma inovadora de construir carro: a montagem em série. Com muitas mudanças pelo meio, a base do processo tem-se mantido igual desde então. Os responsáveis da Tesla dizem que este processo é ineficiente e tem um plano para mudar a forma como se fabricam os automóveis.

A Tesla aponta para uma redução de 40% na área de produção e de 50% nos custos de produção. Segundo a Bloomberg Intelligence, citada no artigo da Automotive News, o valor de poupança andará na casa dos 33%, o que não deixa de ser um valor a ter em conta. É mais um caminho que as marcas percorrem para se tornar ainda mais competitivas.

A Renault, com uma abordagem diferente na construção do seu novo trunfo consegue ganhos importantes e passa a apresentar valores competitivos. A marca francesa não está para brincadeiras e a “Renaulution”, plano estratégico implementado em 2021 vai-se sentido cada vez mais, quer nas propostas que na forma como todo o trabalho é feito.

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