Média de idade dos carros na Europa é de 13,9 anos: elétricos representam apenas 1,2% do parque atual
O relatório da ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis) é bem claro. O parque automóvel europeu está envelhecido e irá demorar muito tempo até que o cenário mude.
O relatório anual sobre as vendas de veículos e a composição das estradas na Europa revela uma diferença significativa entre a popularidade dos veículos elétricos a bateria entre os novos compradores e a sua presença nas estradas. Apesar de representarem quase 15% das compras de automóveis novos, constituem apenas 1,2% dos 290 milhões de veículos que circulam nas estradas da UE, o que evidencia a lenta taxa de substituição dos veículos mais antigos e menos eficientes por veículos menos poluentes.
Dado que a idade média dos automóveis na UE é atualmente de 12,3 anos e a dos camiões de 13,9 anos, há uma necessidade premente de substituir os veículos envelhecidos por alternativas mais ecológicas. Em alguns países, os automóveis podem chegar aos 17 anos, como é o caso da Grécia e da Estónia. Os camiões são normalmente o tipo de veículo mais antigo, sendo a média da UE de 13,9 anos, enquanto a média para autocarros e carrinhas é de 12,5 anos. Em Portugal, a idade média é de 13,6 anos, com 537 carros por cada mil habitantes.
Desde 2018, a idade média de todos os tipos de veículos aumentou cerca de um ano. Isto mostra um problema grave. As pessoas precisam de carros para a sua mobilidade, mas não têm condições para trocar de carro e, por isso, optam por carros mais antigos e, por conseguinte, mais acessíveis. O carro é uma ferramenta de liberdade, mas essa ferramenta está agora cada vez mais distante dos consumidores. Este problema foi realçado por Luca de Meo na sua carta aberta, onde expôs os problemas da indústria automóvel e onde propôs soluções para o futuro. Segundo de Meo, em vinte anos, o preço médio dos veículos citadinos passou de 10.000 euros para 25.000 euros. E o orçamento anual dos consumidores para a mobilidade pessoal (gasolina, manutenção, seguro e impostos) passou de 3.500 euros para 10.000 euros. Como o salário médio aumentou apenas 37% durante o mesmo período, a classe média está a abandonar o automóvel. Na Europa, as vendas caíram de 13 milhões de unidades em 2019 para 9,5 milhões em 2023. este é o sinal de que para a revolução da mobilidade ter sucesso, terá de chegar a todos, com todo o tipo de carteira.
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