Dicas para não ter problemas com os seus pneus no verão
Será que os pneus têm validade?

Novos atrás ou à frente? Tudo o que precisa saber se for trocar de pneus

By on 11 Março, 2024

Os pneus são um dos componentes mais subvalorizados de um carro. Apesar de parecerem a parte menos sofisticada do automóvel, são uma das peças mais importantes, pois são o “intermediário” entre a estrada e o carro. Vai trocar de pneus em breve? Eis uma lista do que deve saber

Quando chega o fim da vida útil de um pneu?

Temos de considerar que um pneu atingiu o final da vida útil quando o respetivo piso apresentar o padrão mínimo legal de profundidade dos seus sulcos de 1,6 milímetros.

Por inspeção visual, podemos verificar se a altura dos sulcos do piso coincide com os indicadores de degaste, localizados em vários locais do plano da circunferência do pneu. Uma travagem de emergência pode causar um desgaste dos pneus, que pode ser localizado, e a perda de ar. Quanto a danos causados por impacto contra um objeto rígido ou, por exemplo a quina de um buraco, forma-se uma deformação que  indica a localização do dano no flanco. Mesmo que os pneus apresentem boa profundidade, é recomendável trocá-los a cada 10 anos, pois a borracha pode se deteriorar com o tempo.

Pneus novos atrás ou à frente? 

Por segurança, os pneus novos ou menos gastos devem ser sempre montados no eixo traseiro para garantir: maior controlo em travagens de emergência ou curvas apertadas; menor risco de perder controlo do veículo, especialmente em superfícies molhadas; melhorar a condução, especialmente em situações difíceis, independentemente de que o veículo seja de tracção dianteira ou traseira. 

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) recomenda que se tenha em atenção as condições de manutenção dos pneus referidas e que nomeadamente se devem evitar as seguintes situações: pressão do ar de enchimento incorrecta (os pneus com baixa pressão ou com uma pressão excessiva têm influência negativa na duração, no conforto de condução, na aderência e na travagem), falta de pressão (gera uma flexão excessiva do pneu, o que provoca um sobre-aquecimento, uma maior resistência ao rolamento e um desgaste prematuro e irregular) e a pressão excessiva (reduz a vida útil do pneu, a aderência e provoca um desgaste irregular. 

Sabe qual é a velocidade de cada pneu?

Nem todos os pneus servem em todos os carros, particularmente no que toca á velocidade. Há pneus que aguentam determinadas velocidades, outros outras. Sabe quais são os índices de velocidade?

Fique a saber quais são os códigos de velocidade dos pneus

N – 140 km/h

P – 150 km/h

Q – 160 km/h

R – 170 km/h

S – 180 km/h

T – 190 km/h

U – 200 km/h

H – 208 km/h

V – 240 km/h

Z – + 240 km/h

W – 270 km/h

Y – 300 km/h

Identificação de um pneu

As medidas representadas servem de base à apresentação “normalizada” das variáveis de identificação de um pneu, que constam no seu flanco. Altura da secção ou do pneu, h, é o número que deve ser adicionado ao raio da jante para dar o valor do raio da roda. Largura da secção ou do pneu, w, é a maior largura do pneu sem carga.

A informação geral e mais importante constante do flanco de um pneu é a sua medida, que é representada por um código alfanumérico.

Por exemplo, o código P 205 / 55 R 16 91 W significa: 

P – a primeira letra indica o tipo de pneu em função do tipo de veículo a que se destina: P (Passenger) indica que o pneu é para veículos de passageiros; LT (Light Truck) indica que o pneu é para comerciais ligeiros; ST (Special Trailers) indica que o pneu é para veículos comerciais pesados; T (Temporary) indica que o pneu é para uso temporário (pneu de emergência). A primeira letra pode estar omissa, sendo assim trata-se de um pneu para veículos de passageiros 

205 – indica a largura do pneu em milímetros (205 significa 205 mm). 

55 – representa o perfil do pneu, ou seja, indica a relação entre a altura e a largura do pneu. Significa que a altura do pneu equivale a uma determinada percentagem da sua largura, neste caso 55 %. Dado o perfil, podemos calcular a altura: um pneu com perfil maior proporciona uma condução mais suave, mas também um aumento de deflexão devida à carga do veículo. Um pneu com perfil mais baixo tem uma maior área de contacto com o solo e uma resposta mais rápida às solicitações, tem menos deflexão e mais estabilidade lateral, mas proporciona uma condução menos suave e prejudica o conforto.  A troca de um pneu com diferente perfil resulta numa área de contacto com o solo diferente e, portanto, na mudança da capacidade de carga. Na generalidade, o perfil do pneu varia entre 35 para veículos desportivos e 75 para veículos utilitários. 

D ou R – indica o tipo de construção do pneu. Neste caso, a letra R indica tipo de construção radial. No pneu radial, os cabos constituintes da carcaça (fios de aço) estão dispostos radialmente em arcos perpendiculares ao eixo de circulação. A letra D indica que o pneu é de construção diagonal, formado por diversas lonas de material têxtil cruzadas entre si em diagonal, formando um determinado ângulo com o eixo de circulação. Este tipo de pneu praticamente desapareceu.

16 –indica o diâmetro da jante, em polegadas, para a qual o pneu foi desenhado (1 polegada = 25,4 mm). Neste caso, o diâmetro da jante em milímetros seria 406,4 mm 

91 – mostra o índice de carga. É a capacidade de carga máxima que o pneu pode suportar. O índice de carga está tabelado. Por exemplo, para um veículo de 4 rodas com peso máximo admissível por eixo de 900 kg, ou seja 450 kg por cada roda (pneu), devem ser utilizados pneus com índice de carga igual a 80. 

W – este é o índice de velocidade, ou seja, a velocidade máxima à qual o pneu pode ser submetido para transportar a carga correspondente ao seu índice de carga durante 10 minutos sem se danificar. 

Depois, há, ainda as letras TL (Tubeless que indica que o pneu não tem câmara de ar), TT (Tube Type indica que o pneu tem câmara de ar), TWI (Indicador de desgaste encontra-se distribuída por toda a lateral do pneu e indica o limite de desgaste do piso do pneu. O limite legal é 1,6 mm e as barras transversais ficam ao mesmo nível dos blocos do piso quando atingem este limite. 

Número de identificação U.S. DOT, da forma – DOT XXX XXXX XXXX. Começa com DOT indicando que o pneu está conforme as normas do Departamento de Transportes Americano. Seguidamente vem o código do fabricante, do local de fabrico e do molde específico de fabrico (sem interesse para o utilizador). O último grupo de quatro caracteres representa a semana e o ano de fabrico do pneu. Por exemplo, 1319 indica que o pneu foi fabricado na 13ª semana do ano de 2019. 

A marca E indica que o pneu está em conformidade com as normas da União Europeia. Seguidamente à letra E vem um número que identifica o país de aprovação. Por exemplo, E20 diz respeito a Portugal, E2 à França, E1 à Alemanha, E9 à Espanha, E3 à Itália. A seguir vem o número da aprovação. Há, ainda, a marca M + S (pneu adequado para a condução em condições de lama e neve)

Os fabricantes podem classificar os seus pneus para automóveis ligeiros segundo três factores: Desgaste do piso – esta classificação mede o desgaste de um pneu quando testado em condições controladas. A base 100 representa um padrão básico de qualidade. Um pneu classificado com 200 terá um desgaste duas vezes menor na pista de testes do que um pneu com a classificação 100. Mais de 100 – Melhor; 100 – Base; e menos de 100 – Pior. 

A classificação de tracção representa a capacidade de aderência em pavimento molhado. Um pneu é classificado em A para o melhor, B para o médio, e C para o aceitável. Finalmente, a temperatura: as classificações de temperatura representam a resistência do pneu à geração de calor. A – melhor, B – médio, C – aceitável. 

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