Cada vez há mais elétricos chineses na Europa, mas…

A questão dos carros elétricos chineses na Europa está para “lavar e durar”, mas só agora se começa a entender melhor a questão em toda a sua plenitude.

Os carros elétricos chineses estão neste momento a significar cerca de 20% no mercado europeu ocidental, sendo a Tesla que continua a frente da lista.

Como se sabe, a União Europeia encetou uma investigação quanto à que alega ser uma redução artificial de preços, com fortes subsídios do governo chinês, o que complica muito o mercado europeu com todas as implicações que isso tem, nomeadamente as marcas europeias terem que começar a despedir pessoas…

A Tesla, Renault e BMW, que importam automóveis da China, fazem também parte da investigação sobre os subsídios, escreve o Financial Times.

Os fabricantes de automóveis europeus estão preocupados com a competitividade da China, até no que diz respeito aos materiais das baterias, pois isso dá-lhes uma enorme vantagem de custos na Europa, mesmo com as tarifas de 10%.

Os chineses crescem rapidamente na Europa, a MG, a BYD, especialmente, ainda que venda na Europa carro pelo dobro do preço que custam no seu país, a China.

Há custos adicionais significativos para os trazer, transporte, tarifas de importação, distribuição e IVA.

Na Europa, a BYD vende o Seal EV pelo equivalente a 28.800 euros na China, mas custa 45.695 libras (52.800 euros) no Reino Unido. A BYD pode fabricar o Seal na China a um custo 35% inferior ao de um VW ID3 fabricado na Alemanha. É uma diferença enorme.

Mesmo com os custos adicionais com a importação de modelos da China, vários fabricantes de automóveis europeus e japoneses já estão a enviar modelos da China para a Europa: a lista inclui o BMW iX3, o Dacia Spring, Citroen C5X, Tesla Model 3 e o Model Y, o Honda e:Ny1, o Honda CR-V, o Honda ZR-V, o Smart #1 e o DS 9. No próximo ano, a marca Cupra do Grupo VW importará da China o SUV elétrico de tamanho médio Tavascan, enquanto a divisão Mini da BMW trará o pequeno EV Cooper e o pequeno SUV Aceman. A Volvo importará o pequeno SUV elétrico EX30, enquanto a Smart enviará o #3 para a Europa.

Sendo verdade que a BYD e a MG estão a ter sucesso, há também marcas chinesas com vida difícil na Europa, por exemplo a Hongqi, Xpeng e Aiways.

No meio de tudo isto vamos ver o que resulta da investigação da União Europeia e da forma como os construtores europeus vão e estão a reagir à investida chinesa mas a verdade é que há marcas chinesas a sair-se bem melhor e a perceção antiga dos carros chineses desapareceu há muito. Neste momento estão a colocar no mercado bons carros, com bons preços, e quando tudo isto estiver equilibrado face ao que fazem os construtores europeus e os chineses, talvez quem ganhe seja o comprador, e se assim for é positivo.

Para já o resumo é simples: cada vez há mais carros chineses na Europa, a bons preços, a UE investiga se são reais ou ‘comparticipados’ pelo governo chinês e quando tudo isso se deslindar, quem tiver melhores unhas é que toca viola…