Normas Euro 7 podem ser revistas: Oito países contra a sua implementação
A luta por um mundo mais verde e menos afetado pelas emissões de carbono é feita de avanços e recuos e podemos estar perante um passo atrás da União Europeia. As Normas Euro 7 podem ser revistas, com objetivos menos ambiciosos, ou até mesmo colocada na gaveta.
Antes de mais, convém relembrar o que são as Normas Euro 7. Não são mais do que um conjunto de regulamentos que estabelecem valores máximos para as emissões dos veículos novos vendidos na Europa. Quando os regulamentos entrarem em vigor, os automóveis novos não serão aprovados para venda se gerarem mais poluentes do que o permitido pela norma Euro 7.
Até aqui parece tudo bem, mas a Norma Euro7 é vista como um passo desnecessário, pois os construtores estão já a investir na mobilidade elétrica e esta norma, poderá trazer mais prejuízos do que vantagens.
Atualmente, os valores permitidos pelas Euro 6 são os seguintes:
Normas Euro 6 para motores a gasolina:
Monóxido de carbono – 1,0 g/km
Emissões totais de hidrocarbonetos: 0,10g/km
Emissões de hidrocarbonetos não metânicos: 0,068g/km
Óxidos de azoto: 0,06g/km
Partículas em suspensão: 0,005 g/km (apenas injeção direta)
Normas Euro 6 para motores diesel:
Monóxido de carbono: 0,50g/km
Hidrocarbonetos e óxidos de azoto: 0,17 g/km
Óxidos de azoto: 0,08 g/km
Partículas em suspensão: 0,005g/km
Ora as Normas Euro 7 pretendem uma redução ainda maior dos poluentes emitidos pelos carros:
- Redução das emissões de NOx em 35% nos automóveis/carrinhas e 56% nos camiões/autocarros.
- Redução das partículas dos gases de escape em 13% nos automóveis/carrinhas e 39% nos camiões/autocarros.
- Redução das partículas dos travões em 27% nos automóveis/camionetas.
- A norma Euro 7 introduz também novos tipos de poluentes (sem tubo de escape) provenientes dos travões, pneus e requisitos para o desempenho das baterias.
Acontece que esta norma nunca foi muito bem recebida pelos fabricantes que consideram as novas normas demasiado restritivas, obrigando a um investimento desnecessário numa tecnologia que, segundo alguns, está na sua reta final. Mais ainda, o custo extra para atingir os objetivos seriam transferidos para os clientes, que teriam de pagar mais caro pelos veículos novos. Os construtores estimam que os veículos ligeiros ficariam 2000 euros mais caros e os pesados veriam um aumento de 12 mil euros. A União europeia estima um aumento de até 550 euros para ligeiros e 2800 euros para pesados. Os fabricantes dizem também que os consumos dos carros poderiam aumentar, com a necessidade e aquecer o catalisador.
A Espanha, atualmente na presidência da UE, apresentou um projeto que, deverá diluir em muito as exigências das Euro7. A Reuters refere que a Espanha estava interessada em apresentar o novo projeto na próxima semana, mas ainda está à espera que outros países europeus concordem com os novos objetivos sugeridos. Já em maio, oito países tinha apelado ao abandono total da regulamentação Euro 7.
O resultado desta negociação deverá ser conhecido em breve, mas parece claro que as normas Euro 7 poderão nem sequer passar do papel.
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