China diz que investigação da UE aos subsídios aos veículos elétricos é ‘protecionista’
Tal como se esperava, o anúncio de que a Comissão Europeia vai investigar as ajudas do governo chinês que poderão estar a dar uma vantagem desleal aos fabricantes chineses de automóveis elétricos está a ter efeitos, e a China já reagiu. Há muito que se fazem ouvir vozes na Europa, por exemplo, Carlos Tavares, CEO da Stellantis, que advertiu que os chineses chegam à Europa com custos de produção 25% mais baixos, e com isso a indústria automóvel europeia poderá ser forçada a reduzir massivamente a sua capacidade de produção face à crescente concorrência da China. Pelos vistos, a sua e outras vozes foram ouvidas e a União Europeia reagiu.
Vai investigar.
O que se está a passar no mercado automóvel e a velocidade como as coisas estão a mudar do lado chinês que chegam agora à Europa com preços de arromba e bons carros, o que à partida parece ser bom, mas por outro lado é uma forte ameaça a um dos motores mais fortes, senão o mais forte da economia europeia, a indústria automóvel. Quando foi ao contrário, os europeus a rumar à China, porque está ali um mercado fantástico, as contrapartidas por parte dos chineses eram muito visíveis e nem sequer é preciso recuar até aos tempos do ‘copianço’, mas agora pelos vistos a UE vai tentar perceber até onde se estende a forma de atuar da China, e depois de chegar a conclusões, provavelmente algo vai mudar.
Para já, os chineses não gostaram. Naturalmente.
A Comissão Europeia vai investigar a fundo uma das possíveis vantagens dos construtores chineses e o governo chinês já veio a público criticar, alegando que é um ato protecionista e alertando para o impacto negativo que terá nas relações económicas e comerciais. Vamos ver o que dizem as investigações quanto a ‘protecionismos’.
“A China prestará muita atenção às tendências protecionistas da UE e às ações de acompanhamento, e salvaguardará firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, dizem, da China.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que anunciou a investigação na quarta-feira, foi clara, acusando a China de inundar os mercados mundiais com carros eléctricos que tinham preços artificialmente baixos devido a enormes subsídios estatais.
Os EUA impuseram uma tarifa de 27,5% à importação de carros elétricos chineses, e agora resta esperar pela investigação para ver o que vai fazer a UE. A China diz que a vantagem competitiva do sector não se deve aos subsídios. Certo é que a quota da China nos veículos elétricos vendidos na Europa aumentou para 8% e poderá atingir 15% em 2025.
Quem deve ter gostado muito desta iniciativa são os construtores europeus, mas se no futuro a UE passar a cobrar um imposto semelhante ao que fazem os EUA, é certo que a China irá retaliar, impondo contramedidas para prejudicar as indústrias europeias.
Não nos podemos esquecer também do facto das relações com a China serem tensas devido aos laços de Pequim com Moscovo, e tudo isto está ligado, tudo serve para qualquer das partes puxar a brasa à sua sardinha.
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