Que futuro para a SEAT? Morte ou reinvenção?
“O futuro da SEAT é a Cupra”. Foi a frase marcante de ontem. Thomas Schäfer, Diretor Executivo do Grupo VW, pareceu ter dado um golpe fatal na marca espanhol, numa espécie de morte anunciada. Talvez não seja morte e apenas uma reinvenção. Para já, o futuro não é claro.
A “Sociedad Española de Automóviles de Turismo”, mais conhecida por SEAT, festeja 70 anos, pois foi em 1953 que o primeiro 1400 saiu da linha de montagem em 1953. Em 1986 é que o governo espanhol vendeu a marca ao Grupo Volkswagen e aí se tem mantido desde então. A vida da SEAT tem sido feita de altos e baixos e apesar do sucesso em mercados com o espanhol (obviamente), italiano e até britânico, os números recentes não serão do agrado dos responsáveis, apesar de estarem a subir. Em Portugal, a SEAT é a nona marca mais vendida, e este ano foram matriculados 6174 novos veículos da fabricante espanhola, uma subida de 36% face ao ano anterior. Uma tendência de crescimento em território nacional, que se verifica noutros mercados.
Mas a CUPRA tem dado passos importantes e talvez por isso Schäfer terá dito que o futuro da SEAT é a CUPRA, nome inicialmente ligado à competição automóvel e a modelos de elevada performance, que se tornou independente e começou um caminho digno de nota. Schafer disse à Autocar, órgão de comunicação que avançou com a notícia, que os atuais modelos da Seat continuarão a ser produzidos durante o resto dos seus atuais ciclos de modelos – que estão planeados para expirar algures entre 2025 e 2030. A VW mantém que a marca não vai acabar, mas diz-se que poderemos ver uma transição da marca para veículos low-cost em mercados emergentes, ou uma mudança para a mobilidade urbana (scooters, bicicletas, etc).
No entanto, a mensagem continua a não ser clara. Segundo a drive.com.au, o diretor das marcas Seat e Cupra, Wayne Griffiths, falou de forma diferente sobre o futuro da marca:
“Acho que eles não entenderam. Porque não é verdade. Continuamos a construir. Estamos prestes a renovar o Ibiza e o Arona … e investimos mil milhões de euros num Leon novinho em folha que nunca teve oportunidade de brilhar porque, quando o lançámos, aconteceu a COVID. A Seat teve dificuldades nos últimos anos – não por causa da procura (mas) porque não tínhamos semicondutores. E quando tivemos falta de semicondutores, demos prioridade a esses semicondutores para os automóveis Cupra, porque tinham uma melhor margem (de lucro). A Seat está de volta este ano, as vendas subiram 20%… e continua a haver uma boa procura dos modelos principais. Por isso, agora, num futuro previsível, não há dúvidas sobre a Seat.”
Que futuro para a SEAT? Ainda não é claro, mas falar de morte da marca talvez seja um pouco exagerado. Haverá um novo rumo em breve e parece claro que a CUPRA deverá ser a aposta clara. Resta esperar e ver que caminho será traçado para a marca espanhola.
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