OPINIÃO: Chegou setembro e com ele os novos radares

By on 1 Setembro, 2023

Coluna de Opinião de Pedro Gil Vasconcelos

Agosto estava a meio, naquela altura do ano em que toda a gente anda a pensar em lancheiras, guarda-ventos e fatos de banho, quando é lançada uma campanha que afirmava que “os radares salvam vidas”.

É bom saber que anda gente preocupada em salvar vidas, apesar de tudo, acredito que a vida humana tem um valor incomensurável e, por isso, deve ser salvaguardada.

Por isso mesmo, sem sair do tema, gostaria de apresentar uma ideia que também poderá salvar vidas e até pode ser divulgada em qualquer momento do ano pois reunirá, certamente, unanimidade e não será necessário esperar pelo momento em que se queimam as matas e os banhistas – se bem cada um da sua forma – para lançar a campanha.

Vou falar da realidade que conheço: a A29 e a A44, pois uso-as quase diariamente e, com menos utilização, mas dentro do mesmo “saco”, a A20.

São troços bastante saturados de trânsito, pois a CREP que deveria servir para divergir o trânsito da área urbana do Porto, não cumpre essa função porque é cara.

Ora se houvesse uma baixa de preços das portagens da CREP, acredito que muito do trânsito (principalmente de pesados) que circula nas A29, A44 e A20, por exemplo, optaria pela mais rápida e menos confusa CREP.

No entanto a CREP é cara e baixar valores de portagem nem pensar, pois isso representa menor receita – seja direta, seja indireta para o estado, por via dos impostos cobrados aos concessionários.

Além disso, uns ‘radarzitos’ por aí espalhados, certamente que ficam amortizados nos primeiros dias e depois é só lucro.

Já agora, por falar em lucro, portagens e concessionárias:

A lei não diz que se uma via não permitir manter, em toda a sua extensão, uma velocidade de 120Km/h deixa de poder ser classificada como autoestrada?

E já agora, quando a alternativa a uma SCUT não permite que o tempo normal do percurso alternativo seja cumprido em 130% do tempo normal da SCUT – ou seja se na SCUT esse percurso é realizado em 10 minutos, no percurso alternativo deverá ser cumprido em 13 – a taxa de portagem não pode ser cobrada. É assim?

É que infelizmente isto é a realidade e ainda há minutos aconteceu um acidente grave na A44, com um pesado a “prensar” alguns automóveis e não acredito que a causa tenha sido “excesso de velocidade”, como é normal ser apregoado. A causa é, sem dúvida, a enorme quantidade de tráfego, principalmente de veículos pesados, nesta zona.

Talvez se esse pesado (e tantos como ele) circulassem numa outra via, menos congestionada de tráfego as coisas fossem diferentes. O problema é que entre o “deve” e o “haver” nós, cidadãos, estamos sempre do lado do primeiro.

Só para rematar: entendo a segurança rodoviária como uma prioridade, só não concordo com a forma como é aplicada.

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