Dacia Jogger Hybrid 140 SL Extreme – Ensaio Teste
O Dacia Jogger é um dos automóveis mais racionais que podemos encontrar no mercado. Foi lançado em 2022 e rapidamente se tornou um dos modelos mais populares.
Este ano, o Jogger está cada vez mais perto da frente do ranking dos carros mais vendidos na Europa, com mais de 100.000 unidades vendidas e isso não acontece por acaso. Posiciona-se no segmento C mas tem atributos que o tornam bem mais abrangente, e no meio disto tudo ainda surge com um argumento quase incontornável, o preço.
Se as pessoas colocarem a racionalidade à frente de tudo o resto, isso explica muito o sucesso que o Jogger tem vindo a ter.
O Jogger é um carro versátil, espaçoso e prático, com um interior confortável e bem equipado. Está disponível com uma escolha de motores a gasolina e diesel, ‘toca’ em vários pontos importantes de vários segmentos, pois tem o comprimento de uma carrinha, o espaço de um monovolume, sendo difícil encontrar outros automóveis com que se possa fazer um paralelo a todos os níveis.
O seu preço é perfeitamente imbatível. No seu lançamento, em 2022, o Dacia Jogger estava disponível com dois motores com caixa manual de 6 velocidades, o novo motor a gasolina TCe 110 e o motor biocombustível ECO-G 100 gasolina e a GPL. Este ano, foi adicionado à gama um motor híbrido, o Hybrid 140, o primeiro híbrido da Dacia, com caixa automática, e foi esse mesmo que testámos.
O motor tem uma potência combinada de 140 cv, mais do que suficiente para as ‘encomendas’, um consumo moderado, se formos cuidadosos com o acelerador, baseia-se num motor a gasolina de quatro cilindros, com 1.6 litros de cilindrada e 90 cv, dois motores elétricos (um motor de 50 cv e um motor de arranque/gerador de alta tensão), e uma caixa de velocidades elétrica automática, com quatro velocidades, acoplada ao motor de combustão e de duas velocidades acopladas ao motor elétrico.
A ausência de embraiagem permitiu à Dacia integrar esta tecnologia combinada.
A travagem regenerativa que recupera energia para a bateria de 1,2 kWh (230V) permitem bons períodos de propulsão totalmente elétrica, e o consumo de combustível é, mais ‘coisa’, menos ‘coisa’ o que se espera de um carro com estas dimensões e peso.
Não é um portento de prazer de condução, mas sim um bom amigo nas tarefas mais mundanas, por exemplo levar metade da equipa de basquetebol da filha mais nova a um jogo e ainda levar a esposa ao lado.
Ainda um destes dias, no aeroporto de Lisboa perto das 23h00, numa questão de minutos, uns cinco ou seis Jogger a ‘carregar’ carga e pessoas.
Sabendo-se que as marcas só rumam à eletrificação se tiver mesmo que ser, é bom a Dacia ter optado por ter também um carro híbrido, porque este Jogger Hybrid faz todo o sentido. E se falarmos de elétricos, podemos falar do estrondoso sucesso do pequeno Dacia Spring, para quem precisa de um elétrico, mas não tem muito dinheiro para gastar…
Resumindo tudo isto, é dos automóveis mais racionais que podemos adquirir …
Exterior
Em termos de design, não posso deixar de revelar uma opinião de um colega: “de traseira parece um Volvo…”. Passe a expressão e fique a ideia, o Jogger tem um design robusto e moderno. Com esta última geração de automóveis a Dacia afastou-se muito dos seus primórdios espartanos, e agora está noutro nível completamente diferente.
Sabemos que algumas pessoas ainda olham para a marca de soslaio, mas quando chegar o momento de comprar o seu carro, vão pagar caro pela desconsideração.
Apesar de os gostos não se discutirem, este Jogger é bonito, talvez o design não seja o melhor dos seus argumentos, mas o carro chama a atenção.
Não diria que a estética do Dacia Jogger seja o ponto mais forte do carro, mas está muito longe de ser um ponto fraco.
Uma grelha larga na frente, capot ‘nervurado’, o spoiler traseiro dá ‘pinta’, as barras do tejadilho, resumindo, o Dacia Jogger tem boa ‘pinta’. É um carro grande, tem uma distância entre eixos de 2.9 m, o que se reflete, claro, no espaço interior e até o acesso aos bancos traseiros, 6º e 7º lugares, não é complicado. E há outra coisa que não se deve esquecer, a forma é muito afetada pela função e o Jogger dá primazia ao que as pessoas precisam no interior, e não paradas a olhar para o carro…
Interior
É surpreendente o espaço a bordo, a posição de condução é boa, e nota-se que a Dacia olhou para o conforto com muita atenção, mesmo no mau piso o carro nunca é desconfortável, é isso é muito importante para carros cujo o transporte de muitas pessoas é a sua ‘razão de existir’. Sem uma suspensão complexa, é eficiente a esse nível. Gostei da insonorização, nada a dizer da ergonomia. Ninguém vai verdadeiramente apertado na fila do meio e atrás, e na última fila, sentei-me lá, o banco foi fechado, fico apertado, mas tenho 1,82m e muita largura, por isso, duas pessoas menos ‘dotadas’ fisicamente podem viajar ali sem grandes problemas.
Sem dúvida que com as três filas de bancos, o Dacia Jogger pode transportar até 7 adultos. Projetado para ser verdadeiramente polivalente, possui mais de 60 configurações possíveis, adaptando-se às famílias que variam de composição no dia-a-dia ou circunstancialmente. Voltando ao que já referi, cinco jogadoras de basquetebol, sub-16, couberam lá todas, para lá do condutor e duma mãe, e também de toda a ‘trouxa’ das cinco jogadoras. Notável.
A fila do meio tem um banco de 3 lugares rebatível e dois bancos individuais rebatíveis na 3ª fila, que podem ser removidos se necessário. Na fila do meio, o lugar central é bem mais parco.
O Dacia Jogger tem uma capacidade de carga de até 2,094 litros. Veja-se o que pode transportar se não forem pessoas, mas ‘coisas’…
Espaço à frente não falta, a posição de condução é boa, embora com pouco apoio lateral, os ajustes de volante são q.b, vê-se mal para trás, mas a verdade é que o Jogger “nunca mais acaba…”
O painel de instrumentos é simples, tem o essencial e é fácil de usar. Com um comprimento de 4,55m e uma distância entre eixos de 2,9m, o Dacia Jogger é o modelo mais espaçoso do mercado. Temos até 24 litros de volume de armazenamento espalhados pelo habitáculo, incluindo na 3ª fila. Na versão de 5 lugares, o volume da bagageira é de 708 litros e na versão de 7 lugares, de 160 litros, 565 litros com a 3ª fila de bancos dobrada.
O Dacia Jogger incorpora três opções de sistemas multimédia, para que todos possam escolher a opção apropriada, dependendo da versão: o inteligente Media Control, que pode ser operado com ou sem um smartphone; o Media Display com ecrã de 8 polegadas sensível ao toque e o Media Nav com navegação em smartphone e replicação de wi-fi.
Quanto ao sistema multimédia, temos ligação para smartphone diretamente integrada no painel de bordo, conexões Bluetooth e USB, comandos no volante e informações de rádio no ecrã digital TFT de 3,5 polegadas do computador de bordo. O Media Display está bem posicionado e tem um ecrã de 8 polegadas, podia ser um pouco maior, mas é intuitivo. É compatível com os sistemas para smartphones Android Auto e Apple CarPlay.
Equipamento
Hoje em dia a grande maioria dos carros estão bem equipados e o Dacia Jogger não é exceção. Disponível em três níveis de equipamento (Essential, Comfort e Edição Especial Extreme) e seis cores de carroçaria: a opaca Glacier White ou as metalizadas Iron Blue,Terracotta Brown, Slate Grey, Moonstone Grey e Pearl Black.
Na conectividade, uma base de ligação para smartphone, um ecrã digital TFT de 3,5 polegadas e, dependendo da versão, até três tomadas de 12V para manter os aparelhos eletrónicos sempre carregados. A linha base de equipamento inclui botões no volante do regulador e limitador de velocidade, para além de luzes automáticas.
Aqui ficam alguns dos principais equipamentos: de série, barras de tejadilho longitudinais, luzes diurnas em LED com acendimento automático, airbag frontal do condutor e airbag frontal do passageiro desativável, airbags laterais tórax e tipo cortina, alerta de esquecimento do cinto de segurança (em todos os lugares), assistência à travagem de emergência (EBA), ESP com função de antipatinagem (ASR). Há muito mais, dependendo da versão.
Equipamento de série na versão Extrema, a ensaiada:
Equipamento de Série:
Personalização exterior:
Barras de tejadilho longitudinais modulares
Retrovisores exteriores em preto
Segurança:
Deteção da pressão dos pneus
Airbags laterais, airbag central dianteiro, cortinas
Chamada de emergência E-Call
Assistência à travagem de emergência (AFU)
ESP + Sistema de ajuda ao arranque em subida (HSA)
Condução
Sensores de chuva e de luminosidade
Quadro de instrumentos TFT 3,5″
Volante em couro
Volante regulável em altura e profundidade
Vidros laterais e óculo traseiro sobreescurecidos
Infotraffic 3 anos atualização mapas navegação
Regulador e limitador de velocidade
Iluminação
Luzes diurnas em LED
Faróis de nevoeiro em LED
Iluminação na bagageira
Iluminação de teto
Climatização
Ar condicionado automático
Conforto
Elevadores elétricos dos vidros traseiros
Consumos
Os consumos do Dacia Jogger 140 HEV são baixos, mas como sucede com todos os híbridos, e não só, a diferença face ao ‘peso’ do pé direito, é grande, mas os consumos impressionam. Claro que o que se consegue, depende de vários fatores, pois há cidades e cidades em termos das suas ruas ou estradas, mas ver a luz avisadora verde no painel, que nos informa quando rodamos em modo elétrico, muitas vezes é sempre bom sinal, pois significa que o motor de combustão está a fazer uma sesta, e quanto mais este ‘dormir’, melhor.
Seja como for, nunca o faz durante muito tempo, mas tudo somado, consegue-se com alguma facilidade consumos de 4,3l/100 Km, e noutros dias nunca fiquei acima dos 4,5l/100 Km, não esquecendo tudo o que influi para obter estes valores, o modo Eco, não usar ar condicionado, que obviamente ‘puxa’ pelo sistema, mas em termos globais, se o percurso urbano, médio urbano for à volta dos 80%, pode contar com o modo elétrico significativamente acima dos 50%. Mas será sempre uma questão de vários ajustes: pé direito, tipo de percurso, nível do trânsito, subidas e descidas, porque gastará sempre mais bateria/gasolina a subir do que regenera a descer.
Já em autoestrada, as coisas são, naturalmente, bem diferentes, é fácil fazer menos consumo com automóveis do mesmo nível de potência, mas 6,5l/100 Km não são maus, se bem que os melhores predicados do Jogger são em percursos urbanos, ou com pouca ‘estrada’.
Ao Volante
Quem adquire um Jogger não está certamente a preparar-se para ir bater os recordes dos troços de Sintra do Rali de Portugal e colocando as coisas em contexto, se estiver com pressa o Jogger não o deixa mal, mas sem nunca esquecer que este é um automóvel que dá toda a primazia ao conforto, tem uma suspensão alta, pneus de alto perfil, pelo que não se pode atirar para as curvas com a mesma alma com que por exemplo pode fazer com um carro do segmento C, por exemplo, um Renault Mégane, um Opel Astra, Peugeot 308, não, o Jogger não curva o mesmo, nem tem uma dinâmica sequer parecida, portanto tem que aprender rapidamente a dosear a velocidade com que chega às curvas, mas em tudo o resto não há muito a dizer, o carro é muito confortável, no seu contexto, os 140 cv chegam e sobram para bons ritmos em autoestrada, se necessário, a caixa de velocidades automática cumpre, mas tem os defeitos inerentes ao facto deste ser um carro que procura ser barato.
Faz um bom trabalho a combinar a potência do motor elétrico e do motor a gasolina, é moderadamente suave e fácil de utilizar, mantém bem o motor na sua gama mais eficiente, mas também é por vezes um pouco lenta a reagir às entradas do acelerador e às vezes ‘desajeitada’, mas com isto talvez já esteja a ser esquisito demais.
Claro que nos podemos divertir mais ao volante se tivermos um dois lugares, ou mesmo com a maioria dos segmento C, mas nenhum deles leva sete pessoas como o Jogger.
Motor
O sistema híbrido é o mesmo usado pela Renault no Clio e Captur, é estreia na Dacia.
A base é o motor a gasolina de 1,6 litros de cilindrada e 90 cv, dois motores elétricos (um motor de 50 cv e um motor de arranque/gerador de alta tensão), e uma caixa de velocidades elétrica automática, com quatro velocidades, acoplada ao motor de combustão e de duas velocidades acopladas ao motor elétrico.
O motor tem um funcionamento suave e como já referimos, é económico. Mesmo quando transportei meia equipa de basquetebol, é verdade que o peso era de cinco jovens desportistas, pelo que não era demasiado, mas ainda assim o motor cumpriu sem exagerar no consumo. Combina bem com o grupo motopropulsor híbrido, o carro é fácil de conduzir tanto na cidade como na autoestrada, por vezes rodamos em modo 100% elétrico, ou sempre a gasolina ou mesmo uma mistura de ambos.
O motor não é muito rápido na aceleração, mas cumpre mais do que q.b, na verdade é perfeitamente adequado para as necessidades da maioria das pessoas.
Logicamente, o modo Eco torna a resposta do acelerador mais lenta, mas lá está, se é economia que queremos, não faz sentido falar demasiado em performance.
Há dois níveis de regeneração na desaceleração, o normal e o ‘B’, que tem de ser ativado.
Balanço Final
O Dacia Jogger Hybrid 140 é um grande carro no seu contexto. Assegura todas as principais necessidades que temos de um automóvel, tem uns impressionantes sete lugares, é dos automóveis com esta lotação mais económicos do mercado, sendo por isso uma excelente opção para famílias numerosas com um orçamento limitado. É incrivelmente prático, com muito espaço para passageiros e bagagem.
Consome pouco, no contexto, o grupo motopropulsor híbrido é relativamente eficiente, o que faz do Jogger uma boa escolha para quem quer poupar dinheiro em combustível.
É confortável de conduzir e de rodar, o que o torna uma boa opção também para viagens longas.
Mas também tem pontos mais fracos, a começar pelo desempenho, que é a menor das preocupações de quem precisa de um automóvel destes. A qualidade do interior também não é excelente, mas é funcional e bem equipado.
Tem uma boa dinâmica de condução, não é extremamente cativante de conduzir, mas é estável e fácil de controlar. Em termos gerais, o Dacia Jogger HEV 140 é um automóvel com uma boa relação qualidade/preço, que oferece muito carácter prático e conforto.
Para mim é um automóvel surpreendentemente bom, e não vejo outro que possa ser comparável na relação qualidade/preço. Só mesmo a versão a GPL do mesmo Jogger!
Concorrentes
Encontrar concorrentes para o Dacia Jogger Hybrid 140 é quase impossível, porque se encontram híbridos de sete lugares, mas nunca cujos preços começam nos 28.840€ desta versão Extreme, sendo que a Dacia ainda poderia ter mais versões híbridas, sem tanto equipamento, o que poderia fazer descer ainda mais o preço.
Por isso, é preciso fazer algum esforço para pensar num Peugeot 5008 Active Pack Hybrid 136 e-DCS6 de sete lugares que custa cerca de 40.000€
A nova Renault Espace E-Tech full hybrid 200 cv 7 lugares custa a partir de 45.500€
O Nissan X-Trail 1.5 e-Power 213 cv e-4orce 7 lugares custa a partir de 45.920€ e por aí fora, estamos a falar de carro que custam pelo menos mais 10.000€
Ficha Técnica
Consumos e Emissões
Consumo em WLTP ciclo combinado: 4.9
CO2 em WLTP ciclo combinado: 110
Performances
Velocidade máxima (Km/h): 167
Aceleração 0-100 Km/h (s): 10.1
Travagem
Travagem traseira: Tambores
Travagem dianteira: Discos Ventilados
Pneus
Referência: 205/60 R16
Dimensões
Comprimento total (mm): 4547
Largura exterior (mm): 2007
Altura ao solo (mm): 1691
Volume mínimo da bagageira (dm3): 160
Volume máximo da bagageira (dm3): 1807
Reservatório de Combustível (L): 50
Aerodinâmica
Nível de ruído em movimento db (A): 67.0
Coeficiente Aerodinâmico S(M²)/Cx: 0,832
Mais/Menos
Mais
Preço acessível
Relação qualidade/preço
Consumo
Versatilidade
Espaço
Conforto
Menos
Desempenho
Qualidade do interior
Dinâmica de condução
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 30.900€
Preço da versão base (Euros): 28.840€
Exterior
Em termos de design, não posso deixar de revelar uma opinião de um colega: “de traseira parece um Volvo…”. Passe a expressão e fique a ideia, o Jogger tem um design robusto e moderno. Com esta última geração de automóveis a Dacia afastou-se muito dos seus primórdios espartanos, e agora está noutro nível completamente diferente.
Sabemos que algumas pessoas ainda olham para a marca de soslaio, mas quando chegar o momento de comprar o seu carro, vão pagar caro pela desconsideração.
Apesar de os gostos não se discutirem, este Jogger é bonito, talvez o design não seja o melhor dos seus argumentos, mas o carro chama a atenção.
Não diria que a estética do Dacia Jogger seja o ponto mais forte do carro, mas está muito longe de ser um ponto fraco.
Uma grelha larga na frente, capot ‘nervurado’, o spoiler traseiro dá ‘pinta’, as barras do tejadilho, resumindo, o Dacia Jogger tem boa ‘pinta’. É um carro grande, tem uma distância entre eixos de 2.9 m, o que se reflete, claro, no espaço interior e até o acesso aos bancos traseiros, 6º e 7º lugares, não é complicado. E há outra coisa que não se deve esquecer, a forma é muito afetada pela função e o Jogger dá primazia ao que as pessoas precisam no interior, e não paradas a olhar para o carro…
Interior
É surpreendente o espaço a bordo, a posição de condução é boa, e nota-se que a Dacia olhou para o conforto com muita atenção, mesmo no mau piso o carro nunca é desconfortável, é isso é muito importante para carros cujo o transporte de muitas pessoas é a sua ‘razão de existir’. Sem uma suspensão complexa, é eficiente a esse nível. Gostei da insonorização, nada a dizer da ergonomia. Ninguém vai verdadeiramente apertado na fila do meio e atrás, e na última fila, sentei-me lá, o banco foi fechado, fico apertado, mas tenho 1,82m e muita largura, por isso, duas pessoas menos ‘dotadas’ fisicamente podem viajar ali sem grandes problemas.
Sem dúvida que com as três filas de bancos, o Dacia Jogger pode transportar até 7 adultos. Projetado para ser verdadeiramente polivalente, possui mais de 60 configurações possíveis, adaptando-se às famílias que variam de composição no dia-a-dia ou circunstancialmente. Voltando ao que já referi, cinco jogadoras de basquetebol, sub-16, couberam lá todas, para lá do condutor e duma mãe, e também de toda a ‘trouxa’ das cinco jogadoras. Notável.
A fila do meio tem um banco de 3 lugares rebatível e dois bancos individuais rebatíveis na 3ª fila, que podem ser removidos se necessário. Na fila do meio, o lugar central é bem mais parco.
O Dacia Jogger tem uma capacidade de carga de até 2,094 litros. Veja-se o que pode transportar se não forem pessoas, mas ‘coisas’…
Espaço à frente não falta, a posição de condução é boa, embora com pouco apoio lateral, os ajustes de volante são q.b, vê-se mal para trás, mas a verdade é que o Jogger “nunca mais acaba…”
O painel de instrumentos é simples, tem o essencial e é fácil de usar. Com um comprimento de 4,55m e uma distância entre eixos de 2,9m, o Dacia Jogger é o modelo mais espaçoso do mercado. Temos até 24 litros de volume de armazenamento espalhados pelo habitáculo, incluindo na 3ª fila. Na versão de 5 lugares, o volume da bagageira é de 708 litros e na versão de 7 lugares, de 160 litros, 565 litros com a 3ª fila de bancos dobrada.
O Dacia Jogger incorpora três opções de sistemas multimédia, para que todos possam escolher a opção apropriada, dependendo da versão: o inteligente Media Control, que pode ser operado com ou sem um smartphone; o Media Display com ecrã de 8 polegadas sensível ao toque e o Media Nav com navegação em smartphone e replicação de wi-fi.
Quanto ao sistema multimédia, temos ligação para smartphone diretamente integrada no painel de bordo, conexões Bluetooth e USB, comandos no volante e informações de rádio no ecrã digital TFT de 3,5 polegadas do computador de bordo. O Media Display está bem posicionado e tem um ecrã de 8 polegadas, podia ser um pouco maior, mas é intuitivo. É compatível com os sistemas para smartphones Android Auto e Apple CarPlay.
Equipamento
Hoje em dia a grande maioria dos carros estão bem equipados e o Dacia Jogger não é exceção. Disponível em três níveis de equipamento (Essential, Comfort e Edição Especial Extreme) e seis cores de carroçaria: a opaca Glacier White ou as metalizadas Iron Blue,Terracotta Brown, Slate Grey, Moonstone Grey e Pearl Black.
Na conectividade, uma base de ligação para smartphone, um ecrã digital TFT de 3,5 polegadas e, dependendo da versão, até três tomadas de 12V para manter os aparelhos eletrónicos sempre carregados. A linha base de equipamento inclui botões no volante do regulador e limitador de velocidade, para além de luzes automáticas.
Aqui ficam alguns dos principais equipamentos: de série, barras de tejadilho longitudinais, luzes diurnas em LED com acendimento automático, airbag frontal do condutor e airbag frontal do passageiro desativável, airbags laterais tórax e tipo cortina, alerta de esquecimento do cinto de segurança (em todos os lugares), assistência à travagem de emergência (EBA), ESP com função de antipatinagem (ASR). Há muito mais, dependendo da versão.
Equipamento de série na versão Extrema, a ensaiada:
Equipamento de Série:
Personalização exterior:
Barras de tejadilho longitudinais modulares
Retrovisores exteriores em preto
Segurança:
Deteção da pressão dos pneus
Airbags laterais, airbag central dianteiro, cortinas
Chamada de emergência E-Call
Assistência à travagem de emergência (AFU)
ESP + Sistema de ajuda ao arranque em subida (HSA)
Condução
Sensores de chuva e de luminosidade
Quadro de instrumentos TFT 3,5″
Volante em couro
Volante regulável em altura e profundidade
Vidros laterais e óculo traseiro sobreescurecidos
Infotraffic 3 anos atualização mapas navegação
Regulador e limitador de velocidade
Iluminação
Luzes diurnas em LED
Faróis de nevoeiro em LED
Iluminação na bagageira
Iluminação de teto
Climatização
Ar condicionado automático
Conforto
Elevadores elétricos dos vidros traseiros
Consumos
Os consumos do Dacia Jogger 140 HEV são baixos, mas como sucede com todos os híbridos, e não só, a diferença face ao ‘peso’ do pé direito, é grande, mas os consumos impressionam. Claro que o que se consegue, depende de vários fatores, pois há cidades e cidades em termos das suas ruas ou estradas, mas ver a luz avisadora verde no painel, que nos informa quando rodamos em modo elétrico, muitas vezes é sempre bom sinal, pois significa que o motor de combustão está a fazer uma sesta, e quanto mais este ‘dormir’, melhor.
Seja como for, nunca o faz durante muito tempo, mas tudo somado, consegue-se com alguma facilidade consumos de 4,3l/100 Km, e noutros dias nunca fiquei acima dos 4,5l/100 Km, não esquecendo tudo o que influi para obter estes valores, o modo Eco, não usar ar condicionado, que obviamente ‘puxa’ pelo sistema, mas em termos globais, se o percurso urbano, médio urbano for à volta dos 80%, pode contar com o modo elétrico significativamente acima dos 50%. Mas será sempre uma questão de vários ajustes: pé direito, tipo de percurso, nível do trânsito, subidas e descidas, porque gastará sempre mais bateria/gasolina a subir do que regenera a descer.
Já em autoestrada, as coisas são, naturalmente, bem diferentes, é fácil fazer menos consumo com automóveis do mesmo nível de potência, mas 6,5l/100 Km não são maus, se bem que os melhores predicados do Jogger são em percursos urbanos, ou com pouca ‘estrada’.
Ao volante
Quem adquire um Jogger não está certamente a preparar-se para ir bater os recordes dos troços de Sintra do Rali de Portugal e colocando as coisas em contexto, se estiver com pressa o Jogger não o deixa mal, mas sem nunca esquecer que este é um automóvel que dá toda a primazia ao conforto, tem uma suspensão alta, pneus de alto perfil, pelo que não se pode atirar para as curvas com a mesma alma com que por exemplo pode fazer com um carro do segmento C, por exemplo, um Renault Mégane, um Opel Astra, Peugeot 308, não, o Jogger não curva o mesmo, nem tem uma dinâmica sequer parecida, portanto tem que aprender rapidamente a dosear a velocidade com que chega às curvas, mas em tudo o resto não há muito a dizer, o carro é muito confortável, no seu contexto, os 140 cv chegam e sobram para bons ritmos em autoestrada, se necessário, a caixa de velocidades automática cumpre, mas tem os defeitos inerentes ao facto deste ser um carro que procura ser barato.
Faz um bom trabalho a combinar a potência do motor elétrico e do motor a gasolina, é moderadamente suave e fácil de utilizar, mantém bem o motor na sua gama mais eficiente, mas também é por vezes um pouco lenta a reagir às entradas do acelerador e às vezes ‘desajeitada’, mas com isto talvez já esteja a ser esquisito demais.
Claro que nos podemos divertir mais ao volante se tivermos um dois lugares, ou mesmo com a maioria dos segmento C, mas nenhum deles leva sete pessoas como o Jogger.
Concorrentes
Encontrar concorrentes para o Dacia Jogger Hybrid 140 é quase impossível, porque se encontram híbridos de sete lugares, mas nunca cujos preços começam nos 28.840€ desta versão Extreme, sendo que a Dacia ainda poderia ter mais versões híbridas, sem tanto equipamento, o que poderia fazer descer ainda mais o preço.
Por isso, é preciso fazer algum esforço para pensar num Peugeot 5008 Active Pack Hybrid 136 e-DCS6 de sete lugares que custa cerca de 40.000€
A nova Renault Espace E-Tech full hybrid 200 cv 7 lugares custa a partir de 45.500€
O Nissan X-Trail 1.5 e-Power 213 cv e-4orce 7 lugares custa a partir de 45.920€ e por aí fora, estamos a falar de carro que custam pelo menos mais 10.000€
Motor
O sistema híbrido é o mesmo usado pela Renault no Clio e Captur, é estreia na Dacia.
A base é o motor a gasolina de 1,6 litros de cilindrada e 90 cv, dois motores elétricos (um motor de 50 cv e um motor de arranque/gerador de alta tensão), e uma caixa de velocidades elétrica automática, com quatro velocidades, acoplada ao motor de combustão e de duas velocidades acopladas ao motor elétrico.
O motor tem um funcionamento suave e como já referimos, é económico. Mesmo quando transportei meia equipa de basquetebol, é verdade que o peso era de cinco jovens desportistas, pelo que não era demasiado, mas ainda assim o motor cumpriu sem exagerar no consumo. Combina bem com o grupo motopropulsor híbrido, o carro é fácil de conduzir tanto na cidade como na autoestrada, por vezes rodamos em modo 100% elétrico, ou sempre a gasolina ou mesmo uma mistura de ambos.
O motor não é muito rápido na aceleração, mas cumpre mais do que q.b, na verdade é perfeitamente adequado para as necessidades da maioria das pessoas.
Logicamente, o modo Eco torna a resposta do acelerador mais lenta, mas lá está, se é economia que queremos, não faz sentido falar demasiado em performance.
Há dois níveis de regeneração na desaceleração, o normal e o ‘B’, que tem de ser ativado.
Balanço final
O Dacia Jogger Hybrid 140 é um grande carro no seu contexto. Assegura todas as principais necessidades que temos de um automóvel, tem uns impressionantes sete lugares, é dos automóveis com esta lotação mais económicos do mercado, sendo por isso uma excelente opção para famílias numerosas com um orçamento limitado. É incrivelmente prático, com muito espaço para passageiros e bagagem.
Consome pouco, no contexto, o grupo motopropulsor híbrido é relativamente eficiente, o que faz do Jogger uma boa escolha para quem quer poupar dinheiro em combustível.
É confortável de conduzir e de rodar, o que o torna uma boa opção também para viagens longas.
Mas também tem pontos mais fracos, a começar pelo desempenho, que é a menor das preocupações de quem precisa de um automóvel destes. A qualidade do interior também não é excelente, mas é funcional e bem equipado.
Tem uma boa dinâmica de condução, não é extremamente cativante de conduzir, mas é estável e fácil de controlar. Em termos gerais, o Dacia Jogger HEV 140 é um automóvel com uma boa relação qualidade/preço, que oferece muito carácter prático e conforto.
Para mim é um automóvel surpreendentemente bom, e não vejo outro que possa ser comparável na relação qualidade/preço. Só mesmo a versão a GPL do mesmo Jogger!
Preço acessível
Relação qualidade/preço
Consumo
Versatilidade
Espaço
Conforto
Desempenho
Qualidade do interior
Dinâmica de condução
Ficha técnica
Consumos e Emissões
Consumo em WLTP ciclo combinado: 4.9
CO2 em WLTP ciclo combinado: 110
Performances
Velocidade máxima (Km/h): 167
Aceleração 0-100 Km/h (s): 10.1
Travagem
Travagem traseira: Tambores
Travagem dianteira: Discos Ventilados
Pneus
Referência: 205/60 R16
Dimensões
Comprimento total (mm): 4547
Largura exterior (mm): 2007
Altura ao solo (mm): 1691
Volume mínimo da bagageira (dm3): 160
Volume máximo da bagageira (dm3): 1807
Reservatório de Combustível (L): 50
Aerodinâmica
Nível de ruído em movimento db (A): 67.0
Coeficiente Aerodinâmico S(M²)/Cx: 0,832
Preço da versão base (Euros): 28.840€
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