Tesla: o bom, o mau e a comissão
A Tesla tem andado numa roda viva por vários motivos, desde os descontos que fez para vender mais, ao ‘passeio’ de Elon Musk pela União Europeia onde a marca norte-americana pretende construir fábricas, e por fim, as dores de crescimento que levaram a Tesla a em 2021, a ser a marca com menor classificação de satisfação do cliente de qualquer outro fabricante de automóveis nos EUA.
A Tesla tem tido um bom comportamento nos tops de vendas, mas os seus clientes têm algumas queixas da empresa. Um pouco por todo o lado. Claro que também há quem esteja perfeitamente satisfeito.
Já sabemos como isto funciona, quem se queixa, ouve-se sempre muito mais do que quem nada tem a criticar…
Algumas das queixas mais comuns incluem tempos de espera longos para receber o carro, falta de disponibilidade de peças de reposição, serviço ao cliente pouco ou nada eficiente, alguns problemas de qualidade, mas apesar destas queixas, a Tesla continua a ser uma das marcas de automóveis mais populares do mundo.
Convém recordar que a Tesla é ainda uma empresa relativamente jovem, mas que está a crescer rapidamente, pelo que é natural que encontre nesse caminho alguns desafios, mas há histórias, especialmente na relação com o cliente, muito más. Ou para lá disso.
Claro que não faz sentido olhar só para o lado negativo, para venderem tanto alguma coisa se há-de estar a fazer bem, mas não há a mais pequena dúvida que há problemas sérios na estrutura de Elon Musk.
Em 2021, a Tesla teve a menor classificação de satisfação do cliente de qualquer outro fabricante de automóveis nos Estados Unidos, de acordo com a Consumer Reports.
A Tesla também teve um número crescente de reclamações de clientes sobre problemas de qualidade, como defeitos de fabrico, software defeituoso, e má experiência ao cliente.
Há uma série de fatores que podem ter contribuído para o descontentamento dos clientes, pois a Tesla cresceu rapidamente nos últimos anos, o que pode ter dificultado a manutenção dos padrões de qualidade. Outro fator é que a Tesla é uma empresa de tecnologia, o que significa que se foca mais em inovação do que em qualidade.
Por fim, a Tesla é uma empresa relativamente pequena, o que significa que tem menos recursos do que as grandes construtoras para lidar com problemas de qualidade.
O descontentamento dos clientes da Tesla é obviamente uma preocupação para a empresa, pois afeta suas vendas e sua reputação.
Este é um problema que a Tesla tem de gerir internamente, mas de um ponto de vista mais abrangente, a Tesla está a expandir-se na Europa, e Elon Musk já fez um périplo europeu para ver quem “paga mais”, entenda-se, dá melhores condições à Tesla e há outros construtores que não veem com bons olhos o que dizem ser o excesso de protecionismo, pois os grandes construtores europeus dão emprego a muita gente e com a transição energética, decidida pelos políticos, estão a gastar rios de dinheiro e com crescentes dificuldades em gerar lucros, num contexto em que se junta também a ofensiva chinesa, que tem sido bem recebida pelos políticos na Europa, enquanto os chineses colocam fortes entraves quando o percurso é inverso, ou seja, quando as marcas europeias se tentam fixar no mercado chinês, que atualmente é o maior do mundo.
No meio de tudo isto, a Tesla avança, sem se saber muito bem se é uma moda passageira, ou se vem mesmo para ficar, criando a capacidade de resolver os problemas que inegavelmente tem.
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