Clássicos: Ferrari 308 GTB: ‘Classic Noveaux’
Destacar um Ferrari é sempre um exercício complicado, dado o facto de haver tantos, e tão bons. É muito difícil determinar qual é o Ferrari de estrada mais adorado de todos os tempos, mas há certamente alguns modelos da Ferrari são amplamente considerados como verdadeiros ícones e têm um grande número de admiradores.
Por exemplo o Ferrari 250 GTO, produzido entre 1962 e 1964, é um dos modelos mais valiosos e cobiçados da Ferrari. O Ferrari F40, lançado em 1987 para comemorar o 40º aniversário da Ferrari, é um supercarro que se tornou um ícone da indústria automóvel.
O Ferrari Enzo, introduzido em 2002, foi nomeado em homenagem ao fundador da Ferrari.
São apenas alguns exemplos e o Ferrari 308 GTB é outro modelo icónico e amado da marca italiana.
O design do 308 GTB foi assinado pela Pininfarina e se destacava por suas linhas elegantes e atemporais.
Ele tinha um estilo clássico de carro esportivo, com uma dianteira baixa e aerodinâmica, lanternas traseiras envolventes e uma carroceria com teto removível nas versões GTB “Berlinetta” e teto fixo nas versões GTS “Spider”.
O 308 GTB ganhou popularidade também por sua aparição na série de televisão dos anos 1980, “Magnum, P.I.”, onde era o carro do protagonista, interpretado por Tom Selleck. Essa exposição ajudou a consolidar a imagem do 308 GTB como um símbolo de status e estilo.
Hoje em dia, o Ferrari 308 GTB é considerado um clássico e é valorizado pelos colecionadores de carros antigos. Seu design atemporal, combinação de performance e conforto, e o fato de ter sido um dos modelos de maior produção da Ferrari até então, contribuem para sua reputação e apelo entre os entusiastas da marca.
Desenhado por Pininfarina, o 308 GTB foi apresentado no Salão Automóvel de Paris em 1975 como o substituto do Dino 246 e ao contrário do 308 GT4 desenhado por Bertone (um clássico 2+2), assentava num chassis com motor central traseiro e apenas dois lugares.
As linhas eram agressivas, mas a verdade é que ainda hoje o 308 GTB é considerado um dos mais bonitos Ferrari de sempre e serviu de base para os modelos que se seguiram influenciando os mais acessíveis Ferrari até aos atuais.
O chassis do 308 GTB era uma estrutura tubular com uma distância entre eixos de 2300 mm com suspensões independentes de duplo triângulo sobreposto nas quatro rodas, técnica utilizada na competição e não muito habitual na época.
O motor era um V8 de 3.0 litros com dois veios de excêntricos à cabeça e quatro carburadores duplo Webber 40DCNF, o suficiente para produzir 255 cv às 7000 rpm. Valores mais que suficientes para lhe conferir prestações de elevado nível. A redução de potência nas versões norte-americanas para 240 cv devia-se aos sistemas de controlo de emissões.
Se o desenho do 308 GTB era de Pininfarina, a carroçaria era construída pela Carrozzeria Scaglietti e aqui residia uma das particularidades do modelo: a carroçaria era feita integralmente em fibra de vidro reforçada com plástico (conhecida como GRP). A combinação chassis tubular com carroçaria em fibra permitia um peso reduzido, não mais de 1050 quilogramas. Mas havia mais contribuintes para este baixo peso.
O motor tinha cárter seco – mais uma técnica vinda da competição – e alguns outros pormenores como um equipamento espartano permitiam o seu peso pluma.
Em Junho de 1977, o 308 GTB perdeu a carroçaria em fibra e passou a exibir um manto em aço que, mesmo assim, o fez engordar apenas 12 quilogramas mesmo quando a Ferrari decidiu
abandonar o cárter seco no GTS, a versão descapotável tipo Targa do 308 GTB. Este por sua vez continuou com o cárter seco. O sucesso do 308 GTB/GTS mede-se pelos mais de 12 mil unidades produzidas, com a particularidade de apenas sete centenas de unidades terem carroçaria em fibra.
O seu desempenho também ajudava: 0-100 km/h em 6,5 segundos, 256 km/h de velocidade máxima e o 100-200 km/h em 17,8 segundos.
Muitas outras versões se seguiram, utilizando o V8 com injeção mecânica, chegando mesmo a ser produzido um supercarro com base no 308 GTB
conhecido como 288 GTO equipado comum V8 de 2.8 litros sobrealimentado.
E para oferecer um Ferrari ainda mais acessível, o 308 GTB deu origem ao 208 GTB/GTS com motor de 2 litros com apenas 155 CV. O truque para fugir à fiscalidade italiana não resultou, pois com um desempenho pouco digno em termos de prestações, apenas 160 208 GTB e 140 208 GTS foram produzidos. E nem mesmo com um bloco sobrealimentado e com 220 CV o 208 foi bem sucedido.
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