A principal razão das dificuldades do setor automóvel em Portugal? IUC, ISV, ISP e IVA representarem quase 20% do OE
Em declarações ao Dinheiro Vivo, Roberto Gaspar, secretário-geral da ANECRA, revela que o mercado automóvel vive momentos de grande apreensão e que o governo trata mal o setor, que é o principal contribuinte líquido para o Orçamento.
Na entrevista que pode ler na íntegra AQUI pode ficar a perceber um pouco melhor porque os automóveis são tão caros em Portugal, por exemplo muito mais caros que no país vizinho, a Espanha. A principal, mas não única razão para isso é o peso dos impostos em tudo o que seja relativo a possuir um automóvel.
Roberto Gaspar, da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel revela que as transformações no setor já se davam antes da pandemia, que acelerou todos os processos, quer seja de digitalização dos carros e das vendas e a troca da ‘posse’ pelo renting, isto num setor que enfrenta grandes desafios, com a falta de semicondutores, que redundou na falta de carros novos, migração para o comércio dos carros usados que depressa esgotou stocks, o que levou ao forte aumento dos preços. A juntar a isto, a inflação fez disparar os juros e logicamente retração da procura. consequência, os carros estão muito caros.
O mercado de usados era preferencialmente feito acima dos 20 mil euros, mas passou para baixo disso, em paralelo com a baixa da procura.
Roberto Gaspar explica ainda que existe um risco enorme para a indústria europeia este processo de transformação para os elétricos, e que o setor automóvel é o principal contribuinte líquido para o Orçamento do Estado (OE) português, apesar de nem sempre ser muito bem tratado pelas entidades governamentais pois representa quase 20% do OE, pelas vendas, pelo IUC, ISV, ISP e do IVA que está agregado a isso. Não há setor que contribua mais para o que o estado gasta do que o setor automóvel.
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