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Clássicos: Alfa Romeo Alfasud Sprint: Mini coupé à italiana

By on 28 Junho, 2023

A história da indústria automóvel italiana está repleta de modelos que pertencendo a marcas emblemáticas, não conhecem hoje o destaque de outrora. Um desses exemplos é o Alfa Romeo Alfasud Sprint, um mini-coupé com um estilo muito agradável e qualidades de comportamento espetaculares. Infelizmente, só mesmo os “alfistas” o levam a sério. Baseado no Alfasud, o Sprint é um puro coupé com um perfil baixo que sintetiza de forma perfeita o estilo italiano dos anos 70 e 80. Desenhado pela Italdesign, foi produzido entre 1976 e 1989 e no total foram produzidos 116 552 exemplares, vendidos na Europa, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

O estilo do Alfasud Sprint está recheado de pormenores deliciosos: grelha com o escudo da marca e o “bischione” emparedados por dois pares de faróis redondos que encimam um spoiler esguio que faz o carro parecer mais pequeno do que na realidade é.

Com a passagem para os pára choques de plástico esta pureza de linhas desapareceu. A superfície vidrada muito inclinada e baixa e uma linha de cintura igualmente estreita completam um conjunto muito agradável. Aliás, do mesmo lápis da Italdesign tinha saído um ano antes o… VW Golf.

Em 1983 chegaram os já referidos pára choques em plástico e mais algumas alterações, nomeadamente, as famosas jantes de liga leve da Italdesign com 8 círculos e pneus Michelin não “standard”. No interior, a qualidade não era a maior das virtudes e espaço também não.

O Alfasud era um 2+2, pelo que os lugares traseiros eram pequenos, ao contrário da bagageira que tinha 425 litros. O canhão de ignição colocado no lado esquerdo da coluna de direção era outros dos pormenores do habitáculo do Alfasud. Em termos mecânicos, o Alfasud Sprint estava equipado com motores 1.3 (77 a 85CVdependendo do modelo), 1.5 (984 a 105 CV) e 1.7 litros (114 CV ou 105 CVpara a versão catalisada) com carburadores duplos e cilindros horizontais opostos. Só muito mais tarde surgiu o bloco 1.7 litros com injeção herdado do Alfa Romeo 33. A suspensão era do tipo McPherson à frente, de eixo rígido atrás com braços de ligação e barra Panhard, que sofreu algumas modificações quando o Sprint passou a ter como plataforma o Alfa 33.

Isso também trouxe implicações nos travões, pois durante quase toda a vida útil do Alfasud Sprint os discos dianteiros estavam ao lado da caixa de velocidades, com ma plataforma do 33, passaram para as rodas.

A verdade é que o Alfasud Sprint era dos mais rápidos pequenos coupés do seu tempo, com um comportamento excelente. Aliás isso é bem visível hoje nas corridas de clássicos, onde o Sprint é dos mais rápidos em curva como provou Alexandre Beirão este ano no CPCC 1300. O grande problema era mesmo a ferrugem que devorava os carros italianos da época. Outros fatores contribuíam para isso, nomeadamente, falta de cuidado na proteção da chapa, material de menor qualidade e falta de controlo de qualidade.

É por isso que é difícil encontrar hoje em dia um Sprint de 1976 a 1980 em boas condições de chapa. E se para os primeiros não há nada a fazer senão reconstruir o chassis, os últimos modelos – menos interessantes – podem ser recuperados com o recurso a carcaças do Alfa 33, pois são modelos praticamente gémeos debaixo da carroçaria. Há algum tempo ainda existiam peças disponíveis e em Portugal pode consultar o sítio www.alfanord.pt ou a TRsport Fábrica Italiana, oficina especializada nos Alfa Romeo.

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