Interesse nos elétricos a estagnar? O que pode motivar essa tendência?
As vendas dos carros elétricos continuam a subir e a revolução na mobilidade está aí. Mas há números que mostram que as certezas são poucas nesta fase e os consumidores enfrentam muitas dúvidas. O mais recente estudo da Ipsos revela um possível abrandamento no interesse dos elétricos. A agência multinacional de estudos de mercado avaliou recentemente o interesse dos consumidores pelos automóveis elétricos e, pela primeira vez desde o seu estudo de 2019, o interesse diminuiu.
A diminuição não é significativa e é de apenas 1 ponto percentual, mas chega contra a corrente, numa altura em que as marcas apostam cada vez mais em produtos eletrificados. Com mais variedade e mais soluções, deveríamos ver um aumento do interesse, mas segundo a Ipsos, isso não está a acontecer. No ano passado, 49% dos inquiridos mostraram interesse num veículo elétricos, enquanto este ano, o número baixo para 48%.
Qual a causa para este retrocesso, ainda que ligeiro? Segundo o estudo, “as principais preocupações que afetam os consumidores são as mesmas dos anos anteriores. A autonomia de condução e a duração da bateria ainda não estão à altura do que os veículos tradicionais a combustão interna oferecem. A experiência de carregamento (tempo e fiabilidade) não corresponde às expectativas dos potenciais compradores. As preocupações relacionadas com os custos dificultam a decisão de comprar um BEV. A diferença este ano é que estas preocupações principais estão todas em alta em comparação com 2022”.
O mesmo estudo revela que as preocupações que atormentam os potências compradores são infundadas. “Persiste o mito de que os custos de propriedade dos BEV são mais elevados do que os dos veículos de combustão interna. Apenas 35% dos compradores concordam que os BEV têm um custo de manutenção inferior ao dos veículos com motor de combustão interna. Este valor aumenta para 55% no caso dos consumidores de BEV. Na realidade, o custo médio de manutenção de um BEV é de 9 048 dólares por ano, em comparação com a média de 10 728 dólares do sector, de acordo com o relatório anual de custo de propriedade da AAA. Sem uma formação adequada por parte dos concessionários, os compradores acreditarão erradamente que têm de suportar custos iniciais e contínuos mais elevados para mudar para BEV”.
É necessário salientar que este estudo foi feito nos EUA e reflete apenas a tendência local, mas as preocupações dos clientes são mais ou menos transversais em todo o mercado automóvel, independentemente do mercado. É, por isso, claro que há falta de informação por parte dos potenciais consumidores.
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