Renault Mégane E-Tech Elétrico – Ensaio Teste
Basta olhar para os gráficos de vendas para perceber que os automóveis eléctricos continuam a ganhar quota de mercado, e acima de tudo popularidade. Está a desvanecer-se a pouco e pouco o ‘stress’ das pessoas, e nos últimos dois, três anos, foram inúmeras as pessoas com quem falávamos que encontravam razões para não ter um elétrico, e sendo verdade que muitas delas mantêm os mesmos argumentos, a verdade é que com o passar do tempo, os ‘antigos’ argumentos são cada vez menos utilizáveis.
E as razões são carros como este Renault Mégane E-Tech, que, neste caso, com uma autonomia a rondar os 400 Km, permite que, carregar a bateria seja algo que se faça apenas de três ou quatro dias de diferença.
Claro que cada caso é um caso e é exatamente isso que as pessoas deviam fazer: contas. Qualquer pessoa que esteja a ponderar comprar um carro novo, especialmente quando já existe outro na família que vive junta, a combustão, se tiver forma de carregar a bateria de forma fácil (garagem, parqueamento) ou moderadamente fácil, bons locais de carregamento nas redondezas, devia comparar os custos anuais de um elétrico vs combustão, e vai ter uma enorme surpresa se tiver quem o ajude a fazer bem essas contas.
Para um carro do tamanho deste Mégane E-Tech, contas rápidas, terá uma poupança média de 130 euros por mês, face ao seu ‘congénere’ de combustão.
Os elétricos ainda são muito caros? São. Mas se fizer bem as contas, nunca esquecendo que cada caso é um caso, se calhar começa a perceber que a ‘coisa’ pode fazer mais sentido do que pode parecer à partida…
É claro que temos de perceber como o carro se ‘sai’ noutras áreas importantes, como os carregamentos, o seu desempenho, e mesmo a versatilidade e carácter prático, e nesse aspeto este Mégane não desilude, embora a bateria seja muito ‘sensível’ ao acelerador.
Mas são todos assim, os elétricos, mais ‘coisa’, menos ‘coisa’.
Só para que fique já registado, é óbvio que esta versão ensaiada, a Iconic, que custa 52.354.90€, é muito cara, e tem tudo o que o Mégane E-Tech pode ter, mas a versão base começa nos 35.800€ (versão Equilibre EV40 de 130cv) e esta versão ensaiada, Iconic, está disponível a partir de 46.850€.
Portanto, há muita coisa aqui pelo meio que faz todo o sentido perceber se faz diferença para si ou nem tanto…
Este Mégane E-Tech Elétrico é o primeiro dos automóveis elétricos da Geração 2.0 da Renault, numa marca que tem uma década de experiência com o ZOE. Desde que o concept ZOE foi introduzido pela primeira vez em 2010 até à comercialização do ZOE ZE50 em 2019, a Renault tem aprendido muito quanto às capacidades de gestão de energia e este Mégane garante uma autonomia de 400 km no ciclo WLTP. E não ficámos com dúvidas que a consegue…
Boa performance
Autonomia, se tivermos cuidado com pé direito
Interior prático e versátil
Confortável q.b.
Lugares traseiros exíguos
Volante um pouco ‘estranho’
Exterior
Este Mégane foi inspirado no concept car Morphoz de 2019, seguido pelo herdeiro Mégane eVision em 2020, é um carro ‘encorpado’, mas elegante, percebe-se de imediato que é um Renault, tem alguns ‘ares’ de SUV, mas não é, é uma Berlina, tem claramente um ar ‘tecnológico’. Tem um perfil esguio e ficamos logo com uma sensação de espaço, que comprovamos no interior, embora atrás nem tanto. Tem muito ar dos hatchback tradicionais, e isso para mim é bom, pois sempre foram os preferidos. Claro que a ‘agressividade’ do carro se suporta também nas jantes de 20 polegadas, mas as de 18 polegadas na versão de entrada também não ficam nada mal.
Interior
Este carro é suportado pela plataforma CMF-EV da Aliança, e devido ao facto dos motores dos automóveis elétricos serem mais compactos do que nos seus congéneres de combustão, tudo isto permite colocar as rodas mais nos extremos do carro e ganhar muito espaço no interior. Com a distância entre eixos estendida, espaço não falta neste Mégane, embora talvez tivesse havido condições de melhorar esse aspeto atrás, pois com 1,82m quase toco com a cabeça no tejadilho, e se o condutor ou o ‘pendura’ forem do meu tamanho, o espaço atrás é exíguo. A bagageira tem um volume total de 440 litros, é curta, mas funda, vai dar ao mesmo em termos de espaço.
Já a posição de condução é boa, embora seja bem baixa, há boas regulações do banco e do volante, que é um pouco ‘estranho’, os pilares das janelas dianteiras tiram um pouco de visibilidade, mas nada demais, já a visibilidade para a retaguarda é má. Vê-se mesmo mal para trás. Também não é que faça muita falta. No estacionamento isso resolve-se com a câmara.
A perceção geral dos materiais é boa, o ecrã táctil tem o tamanho certo e ainda por cima está inclinado para o condutor. De referir aqui que o ecrã tátil OpenR é de 12,3 polegadas, mas no modelo de nível de entrada, temos um ecrã multimédia de 9 polegadas.
Há no habitáculo vários espaços de arrumação, por exemplo entre os dois bancos da frente, com 7 litros de capacidade, há ainda 2 litros adicionais de capacidade para os porta-copos e mais um espaço com 3 litros localizado sob o apoio de braços central, no total 30 litros de espaços de arrumação a bordo.
Equipamento
Num automóvel com equipamento de topo, nada falta, só nos sistemas inteligentes de assistência à condução, são 26, dividindo-se em três categorias: condução, estacionamento e segurança. referindo apenas os que mais se destacam, por exemplo a Assistência Ativa do Condutor, que pode controlar mais do que apenas o que está a acontecer nas faixas e auxiliar o condutor a lidar com quaisquer obstáculos que possa encontrar.
A Assistência Ativa do Condutor combina o controlo da velocidade de cruzeiro adaptativa com os sistemas Stop & Go e Lane Keeping Assist.
O Limitador de Velocidade Inteligente permite definir automaticamente a velocidade máxima do veículo para o limite atual na via.
Como forma de atenuar a probabilidade de uma colisão, é equipado com três auxiliares de condução (ADAS): o Aviso de Mudança de Faixa (LDW), Aviso de presença no ngulo Morto (BSW) e o Auxílio à Manutenção na Faixa de Rodagem (LKA).
A travagem de Emergência Automática em Marcha-Atrás (Rear AEB) é uma travagem de emergência automática que é ativada quando o condutor está a fazer marcha atrás. Se os sensores ultra-sónicos traseiros detetarem um potencial obstáculo (um peão, um ciclista, um poste, etc…), o sistema dá ao condutor um primeiro aviso visual e sonoro. Se o condutor não reagir, e numa emergência, o sistema aplica automaticamente os travões durante dois segundos para evitar a colisão. O sistema está ativo quando se faz marcha-atrás entre os 3 km/h e os 10 km/h.
Saída Segura dos Ocupantes (OSE) avisa um ocupante quando este abre a porta para sair do automóvel e se aproxima, por exemplo, uma moto ou um ciclista, com o objetivo de evitar atropelar ou ser atropelado.
A Visualização de 360◦ em modo 3D (round View Monitor 3D) é um sistema que utiliza as quatro câmaras para exibir um modelo 3D do automóvel e visualizar o ambiente que o rodeia em 360°.
A função de Estacionamento Totalmente Automático (Full Auto Park) é um upgrade do sistema já existente de estacionamento semi-automático Easy Park Assist. Desta feita, o sistema é quase inteiramente autónomo, uma vez que o condutor já não é obrigado a alternar entre os modos D e R ou a utilizar o acelerador ou os travões durante uma manobra de assistência. O papel do condutor limita-se, neste caso, à monitorização de todo o processo e a pressionar o acelerador para indicar ao sistema que deve continuar ou parar a manobra. Há ainda o Espelho Retrovisor Interior Inteligente (Smart Rear View Mirror) que capta, em tempo real, a estrada e ‘projeta’ a imagem no espelho retrovisor interior.
Consumos
Muito mais do que comparar os gastos atualmente da generalidade dos carros elétricos com os seus congéneres a combustão – a diferença é abismal em termos de custos – a verdade é que os carros elétricos tendem a fazer com que os condutores moderem a forma como conduzem sempre de olho na autonomia e não é só neste Mégane E-Tech, a diferença entre andar de ‘pé pregado’ e ter atenção no consumo é abismal, e para quem como eu prefere uma condução moderada, poupando a bateria não se admire muito se sair de casa com 395 Km de autonomia, rodar 25 Km, e ter a mesma autonomia, pelo menos.
É claro que isso depende do traçado e do tráfego, mas em hora de ponta é bem natural a autonomia manter-se ou descer muito pouco. Claro que, com o acumular dos quilómetros, não é assim. Só o consegue se andar a 70-75 Km/h em estradas em que normalmente iria a 90-100 Km/h.
O consumo anunciado de energia elétrica de ciclo combinado em Wh/Km anunciado, 16.2, fiz sempre um pouco mais e no ciclo urbano em Wh/Km, os 13.1 também são um pouco ultrapassados. Se fizermos uma condução a pensar muito na autonomia é possível mantê-la razoável, mas se andar mais despreocupado nota-se bem a diferença.
Outro ponto interessante, é que o carro é potente o suficiente para que lhe ‘saiba bem’ pisar um pouco mais no acelerador. Se tiver a possibilidade do carregar em casa, tudo bem, mas quem não tem, a bateria ‘drena’ bem depressa.
O tipo de percurso que se faz e a forma como se utiliza o pedal mais à direita fazem uma diferença muito grande. Como referi, o carro é ‘tentador’, facilmente apetece andar depressa, mas se quisermos pensar na autonomia, temos de tirar o pé…
Ao Volante
A posição de condução é um pouco baixa, mas nada de especial, o carro tem várias afinações de banco, não é por aí. O Renault Megane E-Tech é um carro muito bom de se guiar, a suspensão é muito firme, o suficiente para tornar o carro um pouco ‘duro’, o que em estradas mais sinuosas, o torna um pouco mais difícil, mas isto a um nível muito elevado, pois o carro é bem ágil, e equilibrado. Há muita gente, que se vê para aí nas redes sociais a insurgir-se face aos carros elétricos. Provavelmente nunca guiaram um carro destes, e não estamos a falar de um supra sumo…
É confortável q.b., mas o volante é um pouco estranho, no tamanho e no feeling ou informação que dá da estrada, mas, mais uma vez, são apenas preciosismos, pois o carro é muito suave de conduzir. O carro dá prazer de condução, acelera de 0 a 100 km/h em apenas 7,4 segundos, o chassis é eficaz e a isso não deve ser estranho a plataforma CMF-EV. A direção é bem assistida, ‘informativa’ q.b., o carro por vezes parece andar sobre carris. O carro é mesmo muito ágil.
Motor
O motor E-TECH EV60 220cv optimum charge tem 160 kW (220 cv) de potência e 300 Nm de binário e quatro níveis de travagem regenerativa. É um motor de nova geração, síncrono excitado eletricamente (EESM), é compacto e pesa apenas 145 kg (com embraiagem incluída), ou seja 10% menos do que a unidade utilizada atualmente no ZOE, apesar do acentuado aumento tanto da potência como do binário. A versão de 96 kW (130 cv) tem 250 Nm.
É potente q.b. para nos divertirmos, quando queremos, é fantástico em aceleração instantânea, não se sentem interrupções), mas como já referimos, ‘drena’ bastante a bateria quando nos queremos divertir um pouco mais. Sempre que o Mégane trava, a bateria recupera um pouco de energia, sendo que o carro está equipado com um sistema otimizado de travagem regenerativa, que recupera energia sempre que o automóvel abranda (quando se levanta o pé do acelerador).
Balanço Final
O Megane E-Tech é um automóvel elétrico bem interessante, em termos estéticos, bem conseguido, confortável q.b., tem um bom comportamento, está bem equipado, mas é caro. A diferença de preço é substancial para a versão de 96 kW (130 cv) e 250 Nm.
Se tivermos cuidado com o acelerador a bateria ‘aguenta-se’ bastante bem, mas tendo em conta que o carro ‘pede’ pé direito, vai notar grande diferença na autonomia.
O carro é divertido de conduzir, anda bem, mas está sempre a ‘pedir’ o que não queremos por causa da bateria, ou seja, acelerador. O espaço atrás não é fantástico, mas cumpre.
É compatível com todas as infraestruturas de carregamento AC, Tomada doméstica 10A/2.3 kW (monofásica), Tomada Green’up 16A/3.7 kW (monofásica), mas estas, esqueça, a não ser que tenha tempo de sobra.
No mínimo a Wallbox 32A/7.4 kW (monofásica), e o que fica daí para cima, nas estações de carregamento pública 16A/11 kW (monofásica)ou 32A/22 kW (trifásica). Com uma alta carga média de saída estimada em 80kW os tempos de carregamento, até 400 km de condução mista recuperados durante a noite (8 horas) com uma wallbox de 7,4 kW, até 160 km de condução urbana recuperados em 1 hora, numa estação de carregamento pública de 22 kW, até 200 km em autoestrada recuperados em 30 minutos num posto de carregamento rápido de 130 kW e até 300 km WLPT recuperados em 30 minutos com uma estação de carga rápida de 130 kW, segundo a Renault.
Preço da versão ensaiada, Iconic (Euros): 52.354.90
Preço da versão base (Euros):O Megane E-TECH está disponível a partir de 35.800€ na versão Equilibre EV40 de 130cv, a versão ensaiada, Iconic, está disponível a partir de 46.850€.
Concorrentes
Renault Megane E-TECH (versão de entrada), a partir de 35.800€, Equilibre EV40 de 130cv, 300 Km
Volkswagen ID.3, a partir de 48.133,00 €, 77 KWh 204cv, autonomia 426 Km
Cupra Born, a partir de 43.885,00 €, BORN 58 KWH – 204CV, autonomia 549 km
Tesla Model 3, a partir de 39.990€, Longe Range 48.990€, Performance 53.990€, autonomia 602 km
Ficha Técnica
Motor: E-TECH EV60 220cv optimum charge
Específico veículo elétrico
o Carregador CC: 130kW
o Capacidade da Bateria: 60 kWh
o carregador CA: 22kW
o Potência de carga máxima: 130 kWh
o Capacidade máxima do Motor elétrico (KW): 160
o Carregador CC: Carregamento Rápido: recupera até 300km em 30
minutos
o Carregador CA: recupera até 150km de autonomia em 1 hora com o
cabo de série (wallbox)
Consumos e Emissões
o CO2 em WLTP ciclo combinado: 0
o Consumo de energia elétrica ciclo combinado em Wh/Km: 16.2
o Consumo de energia elétrica ciclo urbano em Wh/Km: 13.1
o Autonomia elétrica ciclo combinado em Km: 434
Performances
o Velocidade máxima (Km/h): 160
o Aceleração 0-100 Km/h (s): 7,5
Travagem
o Travagem traseira: Discos Plenos
o Travagem dianteira: Discos Ventilados
Pneus
o Referência: 215/45 R20 95 T
Dimensões
o Comprimento total (mm): 4199
o Largura exterior (incluindo retrovisores) (mm): 2055
o Altura ao solo (mm): 154
o Volume mínimo da bagageira (dm3): 440
o Volume máximo da bagageira (dm3): 1332
Aerodinâmica
o Nível de ruído em movimento db (A): 64.0
o Coeficiente Aerodinâmico S(M²)/Cx: 0,713
MALA (L / dm3 VDA)
Volume da mala 440 / 389
Espaço de arrumação dos cabos 32 / 22
Capacidade máxima da mala com o banco traseiro rebatido 1332 / ASC
DIMENSÕES (mm)
Comprimento 4199
Distância entre eixos 2685
Vão dianteiro 800
Vão traseiro 715
Largura com os retrovisores recolhidos / com retrovisores (*dependendo da versão) 1768-1783* / 2055
Via dianteira 1548
Via traseira 1530
Altura (sem barras de tejadilho) 1505
Altura com a tampa da mala aberta 2017
Altura da plataforma de carga 784
Altura ao solo (sem carga) 135
Espaço para os joelhos na 2ª fila 209
Espaço ao nível dos cotovelos à frente 1404
Espaço ao nível dos cotovelos atrás 1378
Espaço ao nível dos ombros à frente 1396
Mais/Menos
Mais
Boa performance
Autonomia, se tivermos cuidado com pé direito
Interior prático e versátil
Confortável q.b.
Menos
Lugares traseiros exíguos
Volante um pouco ‘estranho’
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 52.35490€
Preço da versão base (Euros): 35.800€
Exterior
Este Mégane foi inspirado no concept car Morphoz de 2019, seguido pelo herdeiro Mégane eVision em 2020, é um carro ‘encorpado’, mas elegante, percebe-se de imediato que é um Renault, tem alguns ‘ares’ de SUV, mas não é, é uma Berlina, tem claramente um ar ‘tecnológico’. Tem um perfil esguio e ficamos logo com uma sensação de espaço, que comprovamos no interior, embora atrás nem tanto. Tem muito ar dos hatchback tradicionais, e isso para mim é bom, pois sempre foram os preferidos. Claro que a ‘agressividade’ do carro se suporta também nas jantes de 20 polegadas, mas as de 18 polegadas na versão de entrada também não ficam nada mal.
Interior
Este carro é suportado pela plataforma CMF-EV da Aliança, e devido ao facto dos motores dos automóveis elétricos serem mais compactos do que nos seus congéneres de combustão, tudo isto permite colocar as rodas mais nos extremos do carro e ganhar muito espaço no interior. Com a distância entre eixos estendida, espaço não falta neste Mégane, embora talvez tivesse havido condições de melhorar esse aspeto atrás, pois com 1,82m quase toco com a cabeça no tejadilho, e se o condutor ou o ‘pendura’ forem do meu tamanho, o espaço atrás é exíguo. A bagageira tem um volume total de 440 litros, é curta, mas funda, vai dar ao mesmo em termos de espaço.
Já a posição de condução é boa, embora seja bem baixa, há boas regulações do banco e do volante, que é um pouco ‘estranho’, os pilares das janelas dianteiras tiram um pouco de visibilidade, mas nada demais, já a visibilidade para a retaguarda é má. Vê-se mesmo mal para trás. Também não é que faça muita falta. No estacionamento isso resolve-se com a câmara.
A perceção geral dos materiais é boa, o ecrã táctil tem o tamanho certo e ainda por cima está inclinado para o condutor. De referir aqui que o ecrã tátil OpenR é de 12,3 polegadas, mas no modelo de nível de entrada, temos um ecrã multimédia de 9 polegadas.
Há no habitáculo vários espaços de arrumação, por exemplo entre os dois bancos da frente, com 7 litros de capacidade, há ainda 2 litros adicionais de capacidade para os porta-copos e mais um espaço com 3 litros localizado sob o apoio de braços central, no total 30 litros de espaços de arrumação a bordo.
Equipamento
Num automóvel com equipamento de topo, nada falta, só nos sistemas inteligentes de assistência à condução, são 26, dividindo-se em três categorias: condução, estacionamento e segurança. referindo apenas os que mais se destacam, por exemplo a Assistência Ativa do Condutor, que pode controlar mais do que apenas o que está a acontecer nas faixas e auxiliar o condutor a lidar com quaisquer obstáculos que possa encontrar.
A Assistência Ativa do Condutor combina o controlo da velocidade de cruzeiro adaptativa com os sistemas Stop & Go e Lane Keeping Assist.
O Limitador de Velocidade Inteligente permite definir automaticamente a velocidade máxima do veículo para o limite atual na via.
Como forma de atenuar a probabilidade de uma colisão, é equipado com três auxiliares de condução (ADAS): o Aviso de Mudança de Faixa (LDW), Aviso de presença no ngulo Morto (BSW) e o Auxílio à Manutenção na Faixa de Rodagem (LKA).
A travagem de Emergência Automática em Marcha-Atrás (Rear AEB) é uma travagem de emergência automática que é ativada quando o condutor está a fazer marcha atrás. Se os sensores ultra-sónicos traseiros detetarem um potencial obstáculo (um peão, um ciclista, um poste, etc…), o sistema dá ao condutor um primeiro aviso visual e sonoro. Se o condutor não reagir, e numa emergência, o sistema aplica automaticamente os travões durante dois segundos para evitar a colisão. O sistema está ativo quando se faz marcha-atrás entre os 3 km/h e os 10 km/h.
Saída Segura dos Ocupantes (OSE) avisa um ocupante quando este abre a porta para sair do automóvel e se aproxima, por exemplo, uma moto ou um ciclista, com o objetivo de evitar atropelar ou ser atropelado.
A Visualização de 360◦ em modo 3D (round View Monitor 3D) é um sistema que utiliza as quatro câmaras para exibir um modelo 3D do automóvel e visualizar o ambiente que o rodeia em 360°.
A função de Estacionamento Totalmente Automático (Full Auto Park) é um upgrade do sistema já existente de estacionamento semi-automático Easy Park Assist. Desta feita, o sistema é quase inteiramente autónomo, uma vez que o condutor já não é obrigado a alternar entre os modos D e R ou a utilizar o acelerador ou os travões durante uma manobra de assistência. O papel do condutor limita-se, neste caso, à monitorização de todo o processo e a pressionar o acelerador para indicar ao sistema que deve continuar ou parar a manobra. Há ainda o Espelho Retrovisor Interior Inteligente (Smart Rear View Mirror) que capta, em tempo real, a estrada e ‘projeta’ a imagem no espelho retrovisor interior.
Consumos
Muito mais do que comparar os gastos atualmente da generalidade dos carros elétricos com os seus congéneres a combustão – a diferença é abismal em termos de custos – a verdade é que os carros elétricos tendem a fazer com que os condutores moderem a forma como conduzem sempre de olho na autonomia e não é só neste Mégane E-Tech, a diferença entre andar de ‘pé pregado’ e ter atenção no consumo é abismal, e para quem como eu prefere uma condução moderada, poupando a bateria não se admire muito se sair de casa com 395 Km de autonomia, rodar 25 Km, e ter a mesma autonomia, pelo menos.
É claro que isso depende do traçado e do tráfego, mas em hora de ponta é bem natural a autonomia manter-se ou descer muito pouco. Claro que, com o acumular dos quilómetros, não é assim. Só o consegue se andar a 70-75 Km/h em estradas em que normalmente iria a 90-100 Km/h.
O consumo anunciado de energia elétrica de ciclo combinado em Wh/Km anunciado, 16.2, fiz sempre um pouco mais e no ciclo urbano em Wh/Km, os 13.1 também são um pouco ultrapassados. Se fizermos uma condução a pensar muito na autonomia é possível mantê-la razoável, mas se andar mais despreocupado nota-se bem a diferença.
Outro ponto interessante, é que o carro é potente o suficiente para que lhe ‘saiba bem’ pisar um pouco mais no acelerador. Se tiver a possibilidade do carregar em casa, tudo bem, mas quem não tem, a bateria ‘drena’ bem depressa.
O tipo de percurso que se faz e a forma como se utiliza o pedal mais à direita fazem uma diferença muito grande. Como referi, o carro é ‘tentador’, facilmente apetece andar depressa, mas se quisermos pensar na autonomia, temos de tirar o pé…
Ao volante
A posição de condução é um pouco baixa, mas nada de especial, o carro tem várias afinações de banco, não é por aí. O Renault Megane E-Tech é um carro muito bom de se guiar, a suspensão é muito firme, o suficiente para tornar o carro um pouco ‘duro’, o que em estradas mais sinuosas, o torna um pouco mais difícil, mas isto a um nível muito elevado, pois o carro é bem ágil, e equilibrado. Há muita gente, que se vê para aí nas redes sociais a insurgir-se face aos carros elétricos. Provavelmente nunca guiaram um carro destes, e não estamos a falar de um supra sumo…
É confortável q.b., mas o volante é um pouco estranho, no tamanho e no feeling ou informação que dá da estrada, mas, mais uma vez, são apenas preciosismos, pois o carro é muito suave de conduzir. O carro dá prazer de condução, acelera de 0 a 100 km/h em apenas 7,4 segundos, o chassis é eficaz e a isso não deve ser estranho a plataforma CMF-EV. A direção é bem assistida, ‘informativa’ q.b., o carro por vezes parece andar sobre carris. O carro é mesmo muito ágil.
Concorrentes
Renault Megane E-TECH (versão de entrada), a partir de 35.800€, Equilibre EV40 de 130cv, 300 Km
Volkswagen ID.3, a partir de 48.133,00 €, 77 KWh 204cv, autonomia 426 Km
Cupra Born, a partir de 43.885,00 €, BORN 58 KWH – 204CV, autonomia 549 km
Tesla Model 3, a partir de 39.990€, Longe Range 48.990€, Performance 53.990€, autonomia 602 km
Motor
O motor E-TECH EV60 220cv optimum charge tem 160 kW (220 cv) de potência e 300 Nm de binário e quatro níveis de travagem regenerativa. É um motor de nova geração, síncrono excitado eletricamente (EESM), é compacto e pesa apenas 145 kg (com embraiagem incluída), ou seja 10% menos do que a unidade utilizada atualmente no ZOE, apesar do acentuado aumento tanto da potência como do binário. A versão de 96 kW (130 cv) tem 250 Nm.
É potente q.b. para nos divertirmos, quando queremos, é fantástico em aceleração instantânea, não se sentem interrupções), mas como já referimos, ‘drena’ bastante a bateria quando nos queremos divertir um pouco mais. Sempre que o Mégane trava, a bateria recupera um pouco de energia, sendo que o carro está equipado com um sistema otimizado de travagem regenerativa, que recupera energia sempre que o automóvel abranda (quando se levanta o pé do acelerador).
Balanço final
O Megane E-Tech é um automóvel elétrico bem interessante, em termos estéticos, bem conseguido, confortável q.b., tem um bom comportamento, está bem equipado, mas é caro. A diferença de preço é substancial para a versão de 96 kW (130 cv) e 250 Nm.
Se tivermos cuidado com o acelerador a bateria ‘aguenta-se’ bastante bem, mas tendo em conta que o carro ‘pede’ pé direito, vai notar grande diferença na autonomia.
O carro é divertido de conduzir, anda bem, mas está sempre a ‘pedir’ o que não queremos por causa da bateria, ou seja, acelerador. O espaço atrás não é fantástico, mas cumpre.
É compatível com todas as infraestruturas de carregamento AC, Tomada doméstica 10A/2.3 kW (monofásica), Tomada Green’up 16A/3.7 kW (monofásica), mas estas, esqueça, a não ser que tenha tempo de sobra.
No mínimo a Wallbox 32A/7.4 kW (monofásica), e o que fica daí para cima, nas estações de carregamento pública 16A/11 kW (monofásica)ou 32A/22 kW (trifásica). Com uma alta carga média de saída estimada em 80kW os tempos de carregamento, até 400 km de condução mista recuperados durante a noite (8 horas) com uma wallbox de 7,4 kW, até 160 km de condução urbana recuperados em 1 hora, numa estação de carregamento pública de 22 kW, até 200 km em autoestrada recuperados em 30 minutos num posto de carregamento rápido de 130 kW e até 300 km WLPT recuperados em 30 minutos com uma estação de carga rápida de 130 kW, segundo a Renault.
Preço da versão ensaiada, Iconic (Euros): 52.354.90
Preço da versão base (Euros):O Megane E-TECH está disponível a partir de 35.800€ na versão Equilibre EV40 de 130cv, a versão ensaiada, Iconic, está disponível a partir de 46.850€.
Boa performance
Autonomia, se tivermos cuidado com pé direito
Interior prático e versátil
Confortável q.b.
Lugares traseiros exíguos
Volante um pouco ‘estranho’
Ficha técnica
Motor: E-TECH EV60 220cv optimum charge
Específico veículo elétrico
o Carregador CC: 130kW
o Capacidade da Bateria: 60 kWh
o carregador CA: 22kW
o Potência de carga máxima: 130 kWh
o Capacidade máxima do Motor elétrico (KW): 160
o Carregador CC: Carregamento Rápido: recupera até 300km em 30
minutos
o Carregador CA: recupera até 150km de autonomia em 1 hora com o
cabo de série (wallbox)
Consumos e Emissões
o CO2 em WLTP ciclo combinado: 0
o Consumo de energia elétrica ciclo combinado em Wh/Km: 16.2
o Consumo de energia elétrica ciclo urbano em Wh/Km: 13.1
o Autonomia elétrica ciclo combinado em Km: 434
Performances
o Velocidade máxima (Km/h): 160
o Aceleração 0-100 Km/h (s): 7,5
Travagem
o Travagem traseira: Discos Plenos
o Travagem dianteira: Discos Ventilados
Pneus
o Referência: 215/45 R20 95 T
Dimensões
o Comprimento total (mm): 4199
o Largura exterior (incluindo retrovisores) (mm): 2055
o Altura ao solo (mm): 154
o Volume mínimo da bagageira (dm3): 440
o Volume máximo da bagageira (dm3): 1332
Aerodinâmica
o Nível de ruído em movimento db (A): 64.0
o Coeficiente Aerodinâmico S(M²)/Cx: 0,713
MALA (L / dm3 VDA)
Volume da mala 440 / 389
Espaço de arrumação dos cabos 32 / 22
Capacidade máxima da mala com o banco traseiro rebatido 1332 / ASC
DIMENSÕES (mm)
Comprimento 4199
Distância entre eixos 2685
Vão dianteiro 800
Vão traseiro 715
Largura com os retrovisores recolhidos / com retrovisores (*dependendo da versão) 1768-1783* / 2055
Via dianteira 1548
Via traseira 1530
Altura (sem barras de tejadilho) 1505
Altura com a tampa da mala aberta 2017
Altura da plataforma de carga 784
Altura ao solo (sem carga) 135
Espaço para os joelhos na 2ª fila 209
Espaço ao nível dos cotovelos à frente 1404
Espaço ao nível dos cotovelos atrás 1378
Espaço ao nível dos ombros à frente 1396
Preço da versão base (Euros): 35.800€
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