Norma Euro 7 pode aumentar os custos de produção até 10 vezes
A busca por uma mobilidade mais limpa e sustentável tem sido um dos focos da união europeia. A necessidade de baixar as emissões de carbono é premente e os fabricantes apostam cada vez mais na mobilidade elétrica. No entanto, os motores a combustão continuam a ser uma grande fatia do mercado e, por isso, as Normas Euro, relativas a emissões têm sido cada vez mais restritivas.
A Norma Euro 1, a primeira , foi introduzida em 1992 e estamos agora na Euro 6, que surgiu em 2014. Isto significa que todos os automóveis novos vendidos atualmente não podem emitir mais poluentes do que os estabelecidos pelas normas Euro 6. Por exemplo, na Norma Euro 1 o máximo de Óxidos de Azoto (NOx) – um dos componentes mais nefastos das emissões dos motores a combustão – era de 0.97g/km sendo agora de 0.06g/km para motores a gasolina e 0.08g/km para motores a gasóleo.
A nova Norma (Euro 7) prevê cortes ainda mais significativos nas emissões. Teremos umaredução das emissões de NOx em 35% nos automóveis/carrinhas e 56% nos camiões/autocarros, assim como uma redução das partículas dos gases de escape em 13% nos automóveis/carrinhas e 39% nos camiões/autocarros. Haverá também uma redução das partículas dos travões em 27% nos automóveis/carrinhas.
A norma Euro 7 introduz também novos tipos de poluentes (sem tubo de escape) provenientes dos travões, pneus e requisitos para o desempenho das baterias.
Claro que estes cortes exigem investimento das marcas e segundo a ACEA (Associação dos Construtores Europeus de Automóveis) os custos da aplicação da nova norma serão grandes. A proposta da Norma Euro 7 aumentará os custos de fabrico de automóveis, carrinhas, camiões e autocarros. Um estudo da Frontier Economics calcula os custos por veículo em cerca de 2 000 euros a mais para os automóveis e carrinhas com motor de combustão interna e perto de 12 000 euros para os camiões e autocarros a gasóleo. Estes valores são 4 a 10 vezes superiores às estimativas da Comissão na sua avaliação de impacto Euro 7 (180-450 euros para automóveis e carrinhas e 2 800 euros para camiões e autocarros). Para além dos custos diretos, a proposta Euro 7 provocará custos indiretos, como o aumento do consumo de combustível. Ao longo do tempo de vida de um veículo, os custos de combustível poderão aumentar 3,5%, o que representa um acréscimo de 20 000 euros para os camiões de longo curso e de 650 euros para os automóveis e carrinhas.
Segundo a ACEA, “com as actuais normas Euro 6/VI, a UE tem as normas mais abrangentes e rigorosas do mundo em matéria de emissões poluentes (como o NOx e as partículas). As emissões de gases de escape já se encontram a um nível dificilmente mensurável graças à tecnologia de ponta dos veículos.”
“A indústria automóvel europeia está empenhada em reduzir ainda mais as emissões em benefício do clima, do ambiente e da saúde. No entanto, a proposta Euro 7 não é simplesmente a forma correta de o fazer, uma vez que teria um impacto ambiental extremamente baixo a um custo extremamente elevado”, declarou Sigrid de Vries, Diretora-Geral da Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (ACEA). “A transição para a eletrificação trará maiores benefícios ambientais e para a saúde, ao mesmo tempo que substitui os veículos mais antigos nas estradas da UE por modelos Euro 6/VI altamente eficientes.”
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