Renault Austral Iconic Esprit Alpine E-TECH Full Hybrid 200 – Ensaio/Teste
O segmento C-SUV é altamente concorrencial, mas ir à luta com o Kadjar é bem diferente do fazer com este novo Renault Austral, que tem bastante mais argumentos para ter sucesso. Com uma panóplia tecnológica incrível e com consumos invejáveis, para o tipo de carro, este E-Tech Full Hybrid 200 tem tudo para brilhar, ainda que seja um pouco caro.
O que é bom, paga-se! Seja como for, mantém até algo que escasseia cada vez mais uma automóveis novos: o prazer de condução.
Não foi por acaso que o Renault Austral foi considerado o Carro do Ano em Portugal, em março passado, longe disso. E esta versão Iconic Esprit Alpine oferece uma ‘pinta’ que as versões normais não têm tanto, e isso contribui ainda mais para a boa perceção geral que se tem do carro. Tem forte concorrência no segmento C-SUV, por exemplo o Nissan Qashqai e Peugeot 3008, mas este Austral tem tudo para dar uma ‘luta’ que o Kadjar não conseguiu…
Este é o primeiro modelo baseado na nova plataforma CMF-CD fruto da aliança Renault-Nissan, que já foi pensada para acomodar tanto as versões a combustão, bem como híbridas ou elétricas.
Um carro que, claramente coloca a Renault numa luta onde não estava, embora também tivesse um bom produto, o Kadjar. Com este Austral, outra música tocará, e o ‘jogo’ decide-se nos detalhes, que não faltam a este Austral. E nem sequer é preciso falar desta versão de ‘roupagem’ Alpine, que é um ‘fato’ de Gala.
Este Austral surge com uma oferta tecnológica excelente, e a esse nível o difícil é lembrar de algo que desse jeito e não esteja. O Ecrã tátil de 12″ é excelente, que acompanha as cada vez maiores necessidades das pessoas a este nível, vem ‘embutido’ de Android Auto, mas até para os ‘Apple’ há soluções…
O motor utiliza um sistema chamado E-Tech, é um 1.2 turbo 130 cv ‘super-kitado’ um motor elétrico para a tração de 50 kW e 205 Nm e um gerador/motor de arranque para ligar o motor de combustão, lidar com a caixa de velocidades e carregar a bateria. O adeus foi dado aos motores só de combustão, com este Austral a ter apenas motorizações mild hybrid ou E-Tech full hybrid, como é o caso deste ensaio. Resumindo, é um híbrido que combina um motor a gasolina com um motor elétrico. E não há versão híbrida plug-in (PHEV).
Com esta nova plataforma CMF-CD o Austral é o primeiro modelo Renault a utilizá-la.
Este novo Austral beneficia de uma arquitetura totalmente nova, chassis e direção redesenhados, bem como das mais recentes e competitivas tecnologias de bordo.
Como curiosidade, o facto de 100 automóveis terem sido testados em mais de dois milhões de quilómetros de estrada e pista para avaliar a diversidade de condições de uso.
No total, foram utilizados nada menos que 170 protótipos para garantir a qualidade e durabilidade deste novo Austral, e toda a sua tecnologia de bordo. E não se saiu nada mal…
Exterior
O Renault Austral ‘normal’ já é bem apelativo, e esta versão exclusiva Esprit Alpine dá ainda mais estilo ao carro, estando apenas disponível nas duas versões topo de gama. A gama tem três níveis, conforme os acabamentos: Equilibre, Techno e Iconic. A ideia desta versão Esprit Alpine tem a ver com a ligação ao ADN desportivo da marca Alpine.
Fica igualmente muito bonita a nova cor da carroçaria Grey Schist Satin, desenvolvida especialmente para esta nova versão. O verniz exclusivo confere-lhe um acabamento acetinado, a meio caminho entre o brilho e o mate. Este novo Renault Austral surge com a nova linguagem de design da Renault, com traços estilísticos bem modernos, uma silhueta musculada, numa combinação com imensos detalhes técnicos, como por exemplo as luzes traseiras LED com tecnologia micro-óptica.
Na frente do Austral, destaca-se o novo logótipo Renault ‘Novo’R’, em cromado acetinado.
De perfil, o impacto é bom, e na traseira, o nome do automóvel é destacado em letras cromadas elegantemente esculpidas. No design há muito detalhe aerodinâmico, por exemplo com as entradas de ar centrais e laterais localizadas no para-choques dianteiro. O tejadilho rebaixado, prolongado por um spoiler traseiro, contribui para a aerodinâmica.
Em resumo, design que tem sido visto nos carros mais recentes da marca, nada de novo, mas o novo Austral é bem bonito.
Interior
No interior o Austral destacou-se imenso do Kadjar, e esta versão Iconic Esprit Alpine eleva muito a sensação de qualidade. Não falta espaço e o painel de instrumentos é muito interessante, com dois grandes ecrãs diagonais de 12″, aos quais se junta a projeção virtual de informações no para-brisas (head-up display) de 9,3″. Tudo junto, uma área conjunta de 1000 cm2. Para quem como eu gosta de ecrãs grandes, um ponto forte.
Este ecrã OpenR foi utilizado pela primeira vez no Megane E-Tech 100% Elétrico, e para comunicar, basta a sua voz. Requer habituação, mas depois é um ‘must’.
Muita tecnologia, boa qualidade dos materiais e os acabamentos, espaço interior q.b., especialmente atrás face à bitola habitual neste tipo de carros. A bagageira não é referência, mas cumpre, neste caso devido ao espaço necessário para a bateria.
O banco do condutor do Renault Austral é bastante regulável e a posição de condução é elevada. Para além do ecrã, há ainda alguns controlos físicos, sempre bem-vindos.
Nesta versão Esprit Alpine, estofos em alcântara e costura dupla Alpine Blue.
Outro ponto interessante é o formato do volante, ligeiramente quadrado, que com isso facilita a visão do painel.
Existe um espaço para smartphones, com um carregador de indução, o apoio central para as mãos liberta um compartimento de armazenamento e duas tomadas USB tipo C e uma tomada de 12V.
E por fim, o que verdadeiramente interessa no interior, o espaço. A habitabilidade e a vertente prática foram maximizadas, graças à nova plataforma CMF-CD da Aliança com a Nissan, na frente, espaço q.b e fundamentalmente muitos ajustes, muito espaço livre ao nível da consola central e por baixo do tablier e na traseira nota-se que houve muito cuidado com o espaço e a inclinação do banco ajuda significativamente no conforto.
Não faltam numerosos espaços de arrumação, o banco traseiro é rebatível em duas partes, 2/3-1/3 e assente em calhas. Cada parte pode deslizar independentemente até 16 cm.
O Porta-bagagens é menor que o de alguns concorrentes, mas ainda assim, esta versão, com o banco deslizante, atinge até 555 dm3 e ao rebater o banco, o volume disponível chega a 1.525 dm3 VDA. A Porta traseira do Austral é motorizada ‘mãos-livres’, nesta versão.
Equipamento
O Austral conta com 32 sistemas de ajuda à condução (ADAS), configurações Multi-sense e 4Control Advanced, a terceira geração do sistema de quatro rodas direcionais desenvolvido pela Renault. Esta versão Iconic Esprit Alpine do Novo Austral inclui o volante aquecido, bancos dianteiros aquecidos eletricamente ajustáveis (ajustes dianteiros/traseiros, altura e ângulo de inclinação do encosto), função de massagem lombar para o condutor e banco traseiro. Vem de fábrica com o Active Driver Assist, um controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, inteligente e proativo. O Head-up display de última geração.
As 32 ajudas estão divididas em três categorias: condução, estacionamento e segurança.
Embora fazendo parte do Active Driver Assist, o reconhecimento dos avisos de excesso de velocidade (OSP) também pode ser usado à parte.
O Assistente de condução ecológica e condução híbrida preditiva é responsável por otimizar a condução em modo elétrico, é baseada em dados do mapa digital. Leva em consideração a topografia (montanhas, descidas, etc.), tempo de viagem e tráfego para maximizar a condução elétrica.
Na categoria estacionamento, além dos tradicionais radares e câmaras de marcha atrás, o sistema Hands-Free Parking semiautomático elimina a necessidade de manobras. Em paralelo, em espinha ou em linha, os sensores gerem a manobra. Com a função de visão 360°, quatro câmaras apresentam um modelo 3D do Novo Austral e permitem a visualização do espaço à sua volta.
Na segurança ativa, três ajudas à condução já conhecidas com o objetivo de reduzir o risco de colisão: aviso de saída de faixa (LDW), aviso de ângulo morto (BSW) e assistente de manutenção de faixa (LKA).
A Travagem Automática de Emergência Reversa (AEB Traseira) é, como o próprio nome sugere, a contrapartida da Travagem Automática de Emergência (AEBS) quando o condutor está em marcha atrás. Este sistema está ativo ao fazer marcha-atrás entre 3 e 10 km/h.
Com a tecnologia Adaptive Vision LED com função de luz de nevoeiro (AFS) integrada, a iluminação inteligente adapta-se à rotação do volante, velocidade, trânsito e condições climatéricas, para otimizar a visão frontal e lateral, especialmente nas curvas, sem ofuscar os outros condutores. Na versão Matrix LED Vision (Farol Matrix / ADB), o condutor também pode conduzir permanentemente em máximos, independentemente do tráfego circundante. Um desempenho possibilitado pela tecnologia de díodos emissores de luz anti-encandeamento capaz de adaptar a distribuição do feixe luminoso às necessidades do condutor, sem prejudicar os veículos circundantes.
Em caso de colisão frontal, lateral e traseira, o habitáculo está mais protegido. Materiais de alta resistência melhoram a rigidez da carroçaria e a estrutura interna do automóvel.
Sete airbags estão distribuídos no compartimento de passageiros, incluindo um novo airbag entre os passageiros da frente, destinado a protegê-los em caso de impacto lateral.
Os cintos de segurança também estão equipados com pré-tensores com limitação de carga
para evitar lesões no peito.
Quanto à tecnologia conectada, o ecrã OpenR está equipado com o novo sistema OpenR Link com Google integrado, para uma experiência conectada intuitiva e otimizada.
O sistema OpenR Link é baseado no sistema operacional Android, o mesmo que alimenta mais de 75% dos smartphones do mundo. É compatível com Android Auto (para smartphones Android) e Apple CarPlay (para iPhone), com ou sem fios.
Por fim, qualidade audio de alta-fidelidade com tecnologia da Harman Kardon. Disponível como opção, este sistema de áudio premium tem potência total de 485 Watts e possui doze altifalantes.
Consumos
Confesso que não tendo ainda testado este tipo de sistema híbrido, que não é plug-in, fiquei adepto, pois este sistema da Renault é original e a forma como o sistema se relaciona com a caixa de velocidades é brilhante e para um carro pesado como o Austral, fazer consumos de 6.2l/100 Km é muito bom, 6.5, se abusarmos um pouco mais do acelerador.
O motor E-TECH Full Hybrid do Austral tem uma arquitetura dita ‘série-paralelo’ e juntamente com a caixa multimodal, com 15 velocidades automática, que escolhe, automaticamente, o modo de funcionamento do motor entre 100% elétrico (somente o motor elétrico move as rodas), híbrido dinâmico (motor térmico e motor elétrico combinam-se para mover as rodas), e-drive (o motor elétrico aciona as rodas sozinho, o motor de combustão apenas recarrega a bateria), auto-carregamento (o motor de combustão interna recarrega a bateria) e recuperação de energia (as rodas acionam o motor elétrico que, por sua vez, recarrega a bateria).
Há aqui alguns segredos pelo meio, e leva a que, por exemplo, só em autoestrada o E-Tech funciona apenas com o motor a gasolina. Na maioria das situações o E-Tech funciona com o motor a gasolina a ser ajudado pelo motor elétrico, a baixas velocidades vamos sempre em modo elétrico, e mesmo a velocidades, por exemplo de 50 Km/h, quando é preciso recarregar a bateria (lembre-se, não é plug-in) se a regeneração não for suficiente, o motor a gasolina, que não ‘alimenta’ as rodas funciona a 1700 rpm estáveis, como gerador para carregar a bateria. O seja o motor de combustão nunca vai em esforço, onde, como sabemos, gasta muito mais.
O condutor nunca escolhe os modos, é o sistema que os gere conforme precisa, e o mais curioso é que vamos aprendendo a ser mais eficientes, conforme vamos conhecendo o carro. Em cidade, é impressionante como um carro com este peso, consegue andar tanto em modo elétrico, em com consumos de 5.6 l/100 Km, sem grandes dificuldades. É óbvio que os consumos de 4,5 l/100 km anunciados pela Renault são em condições perfeitas mas também tenho consciência que talvez ainda seja possível uma média abaixo do que referi, porque não fui especialmente cuidadoso com o pé direito.
Resumindo, em autoestrada, o sistema híbrido não tira partido das suas vantagens, mas em condução urbana a ‘música’ soa bem melhor…
Ao Volante
O Renault Austral é ‘pesadão’ mas a dinâmica do carro, que partilha uma plataforma com o Qashqai, é interessante e é bem mais firme do que o habitual na Renault. Claro que ninguém pode esperar uma dinâmica perfeita num C-SUV, mas no contexto o carro é ágil, e outro detalhe que me surpreendeu é a traseira do carro com o 4Control, que torna o Austral bem mais ágil do que poderia imaginar. É mesmo impressionante o sistema. Ao menor movimento do volante, vai mesmo para onde apontamos e agora imagine o jeito que isto dá nas cidades. Mas curiosamente, até tive que me habituar ao que precisava do volante porque à primeira estranha-se, depois percebe-se.
De resto, o carro tem, como já se percebeu, muita força, e neste caso, despacha-se bem, ainda que o sistema híbrido requeira um pouco de hábito, por causa da forma como responde e as respostas da caixa quando ainda não nos habituamos a dosear bem o pé nas acelerações, podem ser um pouco bruscas, mas precisei apenas de ter mais atenção na pressão do pé direito para as coisas mudarem para melhor. Todo o conjunto deste Austral E-TECH Full Hybrid 200, deixou-me curioso quanto ao Austral Mild Hybrid 160, para perceber se são muito grandes as diferenças.
Como já referi, este carro proporciona prazer de condução, é confortável, e também ‘despachado’ quando é necessário. Claro que devemos ter sempre em conta que é um C-SUV, o carro tem de se guiar com um SUV, continua a ser um automóvel alto com tudo o que isso significa na condução. Sem dúvida que o eixo flexível é muito importante no comportamento dinâmico do automóvel. Nunca me lembro de fazer rotundas tão facilmente com outro carro deste segmento. Parece que vai em carris..
Motor
Já muito se falou da ‘powertrain’ deste carro, o motor é um 1.2 turbo e cilindros com 130 cv e tem mais dois motores elétricos, o primeiro com 25 (kW) (34cv) 50 Nm e outro com 50kW (68 cv) e 205 Nm, sendo este último a puxar pelo carro.
Sinceramente, esperava que o motor de combustão funcionasse muito mais do que funciona, mas a verdade é que o sistema utiliza muito os motores elétricos do que esperava, e isso é muito bom, e o mais engraçado é que se não olharmos para o painel não sabemos que se é combustão ou elétrico. Em cidade e trânsito moderadamente rápido, é quase sempre elétrico, mas como explicamos anteriormente, de vez em quando o motor tem que entrar em uso.
Tantas são as velocidades que o sistema, por vezes, parece ‘hesitar’ um pouco, mas potência é difícil ‘faltar’. Antes, este arranca sempre em modo elétrico e pode continuar assim durante algum tempo, dependendo de como estiver a carga da bateria e a nossa condução. O que se nota de menos positivo é, por vezes, o facto da caixa de velocidades ser algo lenta a engrenar uma mudança.
Balanço Final
Pode contar com um carro muito bem equipado, que anda bem e gasta pouco, com imensa tecnologia e equipamento, mas que também é caro. Há outras versões mais baratas, é mesmo uma questão de ponderar se o que tem a mais e o que custa, justifica a diferença, sendo que quando se começa pelo de ‘cima’ fica um pouco mais difícil aceitar melhor uma versão inferior, mas não tenha dúvidas que a Renault elevou a fasquia com este Austral, e nem sequer seria necessário falar deste versão ‘Iconic Esprit Alpine’. Relembrar o Kadjar e testar este Austral, não diríamos, a noite para o dia, mas não fica lá muito longe disso.
Tendo em conta o que custa, carece de ponderar bem até que ponto precisa deste Full Hybrid. este sistema é tão complexo quanto agradável, na maioria dos casos, olhamos para o painel e vemos escrito EV, e isto sucede na grande maioria dos casos. É aqui que está uma das suas principais mais valias, os consumos baixos, devido, precisamente, a rodar muito sem o motor a gasolina a funcionar.
Esta versão do Renault Austral, a E-Tech Full Hybrid Iconic Esprit Alpine começa nos 46.200€, mas a gama Austral começa com o equilibre, mild hybrid 140, nos 34.200€, prossegue com o techno, também mild hybrid 140, a partir de 36.700€, e antes do Iconic Esprit Alpine, ainda existem o techno Esprit Alpine a partir de 39.693€, mild hybrid 160 automático, o iconic a partir de 41.700€, também mild hybrid 160 automático.
Concorrentes
Nissan Novo Qashqai TEKNA+ e-Power 190CV (140kW) Gasolina / Elétrico, Redutor/Multiplicador (Desde 48.750 €)
Peugeot 3008 Active Pack | Plug-in Hybrid 180 cv Auto 8 vel. (Desde 45.935€)
Hyundai Tucson PHEV 1.6 T.GDI (265cv) Elétrico/Gasolina (Desde 51.860€)
KIA Sportage 1.6 T-GDi MHEV 7DCT GT-LINE (Desde 41.200€)
Toyota RAV4 2.5 Hybrid Dynamic Force 218 cv (Desde 48.440€)
BMW X1 xDrive25e (Elétrico e gasolina, 180 kW (245cv/4400-6500 rpm/min) (Desde 54.000€)
Ficha Técnica
Motor 3 cil. linha, turbo, gasolina+full hybrid
Cilindrada (cm3): 1.199
Potência máxima (CV/rpm): 96 kW/5.500
Binário máximo (Nm/rpm): 205 Nm+205 não acumulável
Motor Elétrico: 50 Km/205 Nm
Potência Máxima: (Kw) 147 (200cv)
Tração: dianteira
Transmissão: automática multimodo
Bateria: 400v/1.7 kWh
Direção: Assistida
Suspensão (ft/tr): Tipo McPherson / Eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 8,4
Velocidade máxima (km/h): 175
Consumo (misto) 4,6l/100 Km
Consumo AutoSport (misto) 6,3l/100 Km
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.510/1.843/1.618
Distância entre eixos (mm): 2.667
Peso (kg): 1.627
Capacidade da bagageira (l): 430
Pneus (fr/tr): 235/45 R20
Mais/Menos
Mais
Sistema híbrido
Consumos
Tecnologia
Menos
Preço
caixa multimodal
Exterior
O Renault Austral ‘normal’ já é bem apelativo, e esta versão exclusiva Esprit Alpine dá ainda mais estilo ao carro, estando apenas disponível nas duas versões topo de gama. A gama tem três níveis, conforme os acabamentos: Equilibre, Techno e Iconic. A ideia desta versão Esprit Alpine tem a ver com a ligação ao ADN desportivo da marca Alpine.
Fica igualmente muito bonita a nova cor da carroçaria Grey Schist Satin, desenvolvida especialmente para esta nova versão. O verniz exclusivo confere-lhe um acabamento acetinado, a meio caminho entre o brilho e o mate. Este novo Renault Austral surge com a nova linguagem de design da Renault, com traços estilísticos bem modernos, uma silhueta musculada, numa combinação com imensos detalhes técnicos, como por exemplo as luzes traseiras LED com tecnologia micro-óptica.
Na frente do Austral, destaca-se o novo logótipo Renault ‘Novo’R’, em cromado acetinado.
De perfil, o impacto é bom, e na traseira, o nome do automóvel é destacado em letras cromadas elegantemente esculpidas. No design há muito detalhe aerodinâmico, por exemplo com as entradas de ar centrais e laterais localizadas no para-choques dianteiro. O tejadilho rebaixado, prolongado por um spoiler traseiro, contribui para a aerodinâmica.
Em resumo, design que tem sido visto nos carros mais recentes da marca, nada de novo, mas o novo Austral é bem bonito.
Interior
No interior o Austral destacou-se imenso do Kadjar, e esta versão Iconic Esprit Alpine eleva muito a sensação de qualidade. Não falta espaço e o painel de instrumentos é muito interessante, com dois grandes ecrãs diagonais de 12″, aos quais se junta a projeção virtual de informações no para-brisas (head-up display) de 9,3″. Tudo junto, uma área conjunta de 1000 cm2. Para quem como eu gosta de ecrãs grandes, um ponto forte.
Este ecrã OpenR foi utilizado pela primeira vez no Megane E-Tech 100% Elétrico, e para comunicar, basta a sua voz. Requer habituação, mas depois é um ‘must’.
Muita tecnologia, boa qualidade dos materiais e os acabamentos, espaço interior q.b., especialmente atrás face à bitola habitual neste tipo de carros. A bagageira não é referência, mas cumpre, neste caso devido ao espaço necessário para a bateria.
O banco do condutor do Renault Austral é bastante regulável e a posição de condução é elevada. Para além do ecrã, há ainda alguns controlos físicos, sempre bem-vindos.
Nesta versão Esprit Alpine, estofos em alcântara e costura dupla Alpine Blue.
Outro ponto interessante é o formato do volante, ligeiramente quadrado, que com isso facilita a visão do painel.
Existe um espaço para smartphones, com um carregador de indução, o apoio central para as mãos liberta um compartimento de armazenamento e duas tomadas USB tipo C e uma tomada de 12V.
E por fim, o que verdadeiramente interessa no interior, o espaço. A habitabilidade e a vertente prática foram maximizadas, graças à nova plataforma CMF-CD da Aliança com a Nissan, na frente, espaço q.b e fundamentalmente muitos ajustes, muito espaço livre ao nível da consola central e por baixo do tablier e na traseira nota-se que houve muito cuidado com o espaço e a inclinação do banco ajuda significativamente no conforto.
Não faltam numerosos espaços de arrumação, o banco traseiro é rebatível em duas partes, 2/3-1/3 e assente em calhas. Cada parte pode deslizar independentemente até 16 cm.
O Porta-bagagens é menor que o de alguns concorrentes, mas ainda assim, esta versão, com o banco deslizante, atinge até 555 dm3 e ao rebater o banco, o volume disponível chega a 1.525 dm3 VDA. A Porta traseira do Austral é motorizada ‘mãos-livres’, nesta versão.
Equipamento
O Austral conta com 32 sistemas de ajuda à condução (ADAS), configurações Multi-sense e 4Control Advanced, a terceira geração do sistema de quatro rodas direcionais desenvolvido pela Renault. Esta versão Iconic Esprit Alpine do Novo Austral inclui o volante aquecido, bancos dianteiros aquecidos eletricamente ajustáveis (ajustes dianteiros/traseiros, altura e ângulo de inclinação do encosto), função de massagem lombar para o condutor e banco traseiro. Vem de fábrica com o Active Driver Assist, um controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, inteligente e proativo. O Head-up display de última geração.
As 32 ajudas estão divididas em três categorias: condução, estacionamento e segurança.
Embora fazendo parte do Active Driver Assist, o reconhecimento dos avisos de excesso de velocidade (OSP) também pode ser usado à parte.
O Assistente de condução ecológica e condução híbrida preditiva é responsável por otimizar a condução em modo elétrico, é baseada em dados do mapa digital. Leva em consideração a topografia (montanhas, descidas, etc.), tempo de viagem e tráfego para maximizar a condução elétrica.
Na categoria estacionamento, além dos tradicionais radares e câmaras de marcha atrás, o sistema Hands-Free Parking semiautomático elimina a necessidade de manobras. Em paralelo, em espinha ou em linha, os sensores gerem a manobra. Com a função de visão 360°, quatro câmaras apresentam um modelo 3D do Novo Austral e permitem a visualização do espaço à sua volta.
Na segurança ativa, três ajudas à condução já conhecidas com o objetivo de reduzir o risco de colisão: aviso de saída de faixa (LDW), aviso de ângulo morto (BSW) e assistente de manutenção de faixa (LKA).
A Travagem Automática de Emergência Reversa (AEB Traseira) é, como o próprio nome sugere, a contrapartida da Travagem Automática de Emergência (AEBS) quando o condutor está em marcha atrás. Este sistema está ativo ao fazer marcha-atrás entre 3 e 10 km/h.
Com a tecnologia Adaptive Vision LED com função de luz de nevoeiro (AFS) integrada, a iluminação inteligente adapta-se à rotação do volante, velocidade, trânsito e condições climatéricas, para otimizar a visão frontal e lateral, especialmente nas curvas, sem ofuscar os outros condutores. Na versão Matrix LED Vision (Farol Matrix / ADB), o condutor também pode conduzir permanentemente em máximos, independentemente do tráfego circundante. Um desempenho possibilitado pela tecnologia de díodos emissores de luz anti-encandeamento capaz de adaptar a distribuição do feixe luminoso às necessidades do condutor, sem prejudicar os veículos circundantes.
Em caso de colisão frontal, lateral e traseira, o habitáculo está mais protegido. Materiais de alta resistência melhoram a rigidez da carroçaria e a estrutura interna do automóvel.
Sete airbags estão distribuídos no compartimento de passageiros, incluindo um novo airbag entre os passageiros da frente, destinado a protegê-los em caso de impacto lateral.
Os cintos de segurança também estão equipados com pré-tensores com limitação de carga
para evitar lesões no peito.
Quanto à tecnologia conectada, o ecrã OpenR está equipado com o novo sistema OpenR Link com Google integrado, para uma experiência conectada intuitiva e otimizada.
O sistema OpenR Link é baseado no sistema operacional Android, o mesmo que alimenta mais de 75% dos smartphones do mundo. É compatível com Android Auto (para smartphones Android) e Apple CarPlay (para iPhone), com ou sem fios.
Por fim, qualidade audio de alta-fidelidade com tecnologia da Harman Kardon. Disponível como opção, este sistema de áudio premium tem potência total de 485 Watts e possui doze altifalantes.
Consumos
Confesso que não tendo ainda testado este tipo de sistema híbrido, que não é plug-in, fiquei adepto, pois este sistema da Renault é original e a forma como o sistema se relaciona com a caixa de velocidades é brilhante e para um carro pesado como o Austral, fazer consumos de 6.2l/100 Km é muito bom, 6.5, se abusarmos um pouco mais do acelerador.
O motor E-TECH Full Hybrid do Austral tem uma arquitetura dita ‘série-paralelo’ e juntamente com a caixa multimodal, com 15 velocidades automática, que escolhe, automaticamente, o modo de funcionamento do motor entre 100% elétrico (somente o motor elétrico move as rodas), híbrido dinâmico (motor térmico e motor elétrico combinam-se para mover as rodas), e-drive (o motor elétrico aciona as rodas sozinho, o motor de combustão apenas recarrega a bateria), auto-carregamento (o motor de combustão interna recarrega a bateria) e recuperação de energia (as rodas acionam o motor elétrico que, por sua vez, recarrega a bateria).
Há aqui alguns segredos pelo meio, e leva a que, por exemplo, só em autoestrada o E-Tech funciona apenas com o motor a gasolina. Na maioria das situações o E-Tech funciona com o motor a gasolina a ser ajudado pelo motor elétrico, a baixas velocidades vamos sempre em modo elétrico, e mesmo a velocidades, por exemplo de 50 Km/h, quando é preciso recarregar a bateria (lembre-se, não é plug-in) se a regeneração não for suficiente, o motor a gasolina, que não ‘alimenta’ as rodas funciona a 1700 rpm estáveis, como gerador para carregar a bateria. O seja o motor de combustão nunca vai em esforço, onde, como sabemos, gasta muito mais.
O condutor nunca escolhe os modos, é o sistema que os gere conforme precisa, e o mais curioso é que vamos aprendendo a ser mais eficientes, conforme vamos conhecendo o carro. Em cidade, é impressionante como um carro com este peso, consegue andar tanto em modo elétrico, em com consumos de 5.6 l/100 Km, sem grandes dificuldades. É óbvio que os consumos de 4,5 l/100 km anunciados pela Renault são em condições perfeitas mas também tenho consciência que talvez ainda seja possível uma média abaixo do que referi, porque não fui especialmente cuidadoso com o pé direito.
Resumindo, em autoestrada, o sistema híbrido não tira partido das suas vantagens, mas em condução urbana a ‘música’ soa bem melhor…
Ao volante
O Renault Austral é ‘pesadão’ mas a dinâmica do carro, que partilha uma plataforma com o Qashqai, é interessante e é bem mais firme do que o habitual na Renault. Claro que ninguém pode esperar uma dinâmica perfeita num C-SUV, mas no contexto o carro é ágil, e outro detalhe que me surpreendeu é a traseira do carro com o 4Control, que torna o Austral bem mais ágil do que poderia imaginar. É mesmo impressionante o sistema. Ao menor movimento do volante, vai mesmo para onde apontamos e agora imagine o jeito que isto dá nas cidades. Mas curiosamente, até tive que me habituar ao que precisava do volante porque à primeira estranha-se, depois percebe-se.
De resto, o carro tem, como já se percebeu, muita força, e neste caso, despacha-se bem, ainda que o sistema híbrido requeira um pouco de hábito, por causa da forma como responde e as respostas da caixa quando ainda não nos habituamos a dosear bem o pé nas acelerações, podem ser um pouco bruscas, mas precisei apenas de ter mais atenção na pressão do pé direito para as coisas mudarem para melhor. Todo o conjunto deste Austral E-TECH Full Hybrid 200, deixou-me curioso quanto ao Austral Mild Hybrid 160, para perceber se são muito grandes as diferenças.
Como já referi, este carro proporciona prazer de condução, é confortável, e também ‘despachado’ quando é necessário. Claro que devemos ter sempre em conta que é um C-SUV, o carro tem de se guiar com um SUV, continua a ser um automóvel alto com tudo o que isso significa na condução. Sem dúvida que o eixo flexível é muito importante no comportamento dinâmico do automóvel. Nunca me lembro de fazer rotundas tão facilmente com outro carro deste segmento. Parece que vai em carris..
Concorrentes
Nissan Novo Qashqai TEKNA+ e-Power 190CV (140kW) Gasolina / Elétrico, Redutor/Multiplicador (Desde 48.750 €)
Peugeot 3008 Active Pack | Plug-in Hybrid 180 cv Auto 8 vel. (Desde 45.935€)
Hyundai Tucson PHEV 1.6 T.GDI (265cv) Elétrico/Gasolina (Desde 51.860€)
KIA Sportage 1.6 T-GDi MHEV 7DCT GT-LINE (Desde 41.200€)
Toyota RAV4 2.5 Hybrid Dynamic Force 218 cv (Desde 48.440€)
BMW X1 xDrive25e (Elétrico e gasolina, 180 kW (245cv/4400-6500 rpm/min) (Desde 54.000€)
Motor
Já muito se falou da ‘powertrain’ deste carro, o motor é um 1.2 turbo e cilindros com 130 cv e tem mais dois motores elétricos, o primeiro com 25 (kW) (34cv) 50 Nm e outro com 50kW (68 cv) e 205 Nm, sendo este último a puxar pelo carro.
Sinceramente, esperava que o motor de combustão funcionasse muito mais do que funciona, mas a verdade é que o sistema utiliza muito os motores elétricos do que esperava, e isso é muito bom, e o mais engraçado é que se não olharmos para o painel não sabemos que se é combustão ou elétrico. Em cidade e trânsito moderadamente rápido, é quase sempre elétrico, mas como explicamos anteriormente, de vez em quando o motor tem que entrar em uso.
Tantas são as velocidades que o sistema, por vezes, parece ‘hesitar’ um pouco, mas potência é difícil ‘faltar’. Antes, este arranca sempre em modo elétrico e pode continuar assim durante algum tempo, dependendo de como estiver a carga da bateria e a nossa condução. O que se nota de menos positivo é, por vezes, o facto da caixa de velocidades ser algo lenta a engrenar uma mudança.
Balanço final
Pode contar com um carro muito bem equipado, que anda bem e gasta pouco, com imensa tecnologia e equipamento, mas que também é caro. Há outras versões mais baratas, é mesmo uma questão de ponderar se o que tem a mais e o que custa, justifica a diferença, sendo que quando se começa pelo de ‘cima’ fica um pouco mais difícil aceitar melhor uma versão inferior, mas não tenha dúvidas que a Renault elevou a fasquia com este Austral, e nem sequer seria necessário falar deste versão ‘Iconic Esprit Alpine’. Relembrar o Kadjar e testar este Austral, não diríamos, a noite para o dia, mas não fica lá muito longe disso.
Tendo em conta o que custa, carece de ponderar bem até que ponto precisa deste Full Hybrid. este sistema é tão complexo quanto agradável, na maioria dos casos, olhamos para o painel e vemos escrito EV, e isto sucede na grande maioria dos casos. É aqui que está uma das suas principais mais valias, os consumos baixos, devido, precisamente, a rodar muito sem o motor a gasolina a funcionar.
Esta versão do Renault Austral, a E-Tech Full Hybrid Iconic Esprit Alpine começa nos 46.200€, mas a gama Austral começa com o equilibre, mild hybrid 140, nos 34.200€, prossegue com o techno, também mild hybrid 140, a partir de 36.700€, e antes do Iconic Esprit Alpine, ainda existem o techno Esprit Alpine a partir de 39.693€, mild hybrid 160 automático, o iconic a partir de 41.700€, também mild hybrid 160 automático.
Sistema híbrido
Consumos
Tecnologia
Preço
caixa multimodal
Ficha técnica
Motor 3 cil. linha, turbo, gasolina+full hybrid
Cilindrada (cm3): 1.199
Potência máxima (CV/rpm): 96 kW/5.500
Binário máximo (Nm/rpm): 205 Nm+205 não acumulável
Motor Elétrico: 50 Km/205 Nm
Potência Máxima: (Kw) 147 (200cv)
Tração: dianteira
Transmissão: automática multimodo
Bateria: 400v/1.7 kWh
Direção: Assistida
Suspensão (ft/tr): Tipo McPherson / Eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 8,4
Velocidade máxima (km/h): 175
Consumo (misto) 4,6l/100 Km
Consumo AutoSport (misto) 6,3l/100 Km
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.510/1.843/1.618
Distância entre eixos (mm): 2.667
Peso (kg): 1.627
Capacidade da bagageira (l): 430
Pneus (fr/tr): 235/45 R20
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