Fórum Nissan da Mobilidade Inteligente: Vamos mesmo ter automóveis 100% autónomos?
A resposta simples é sim! Mas não só, pois falou-se de conectividade V2X (Vehicle to Everything) que permitirá a condução autónoma ou a pilotagem remota, ou o V2G (vehicle to Grid) que permitirá a interação do automóvel com a rede de carregamento elétrica.
A 7ª edição do Fórum Nissan para a Mobilidade Inteligente abordou os desafios tecnológicos, económicos, ambientais e as expetativas dos clientes no setor da mobilidade. O primeiro painel*, intitulado “Produtos, Tecnologia e Experiência do Cliente”, trouxe emocionantes discussões sobre o automóvel do futuro e as possibilidades que ele traz.
Oradores de renome como Maarten Sierhuis, vice-presidente e Diretor Global do Alliance Innovation Lab de Silicon Valley, Paul Johnson, diretor de Planeamento Avançado de Produto da Nissan AMIEO, Robert Bateman, diretor de Investigação e Engenharia Avançada do Centro Técnico Europeu da Nissan, e Thomas Tompkin, diretor de Redes, Infraestruturas e Operações do Smart Mobility Living Lab, compartilharam as suas visões empolgantes sobre a mobilidade do futuro.
Um painel totalmente virado para um futuro onde uma das questões que primeiro aparece é: “Vamos mesmo ter automóveis que conduzem sozinhos?”
Na sua intervenção Maarten Sierhuis deixou claro que a resposta é claramente afirmativa e é precisamente para que a condução autónoma – a par de outros serviços – venha a ser possível, que a equipa que Maarten lidera está focada no desenvolvimento do automóvel do futuro: o SDV – Software Defined Vehicle (automóvel definido por software) que será dotado de uma unidade computacional central com uma elevada capacidade de processamento de informação e completamente conectada com o exterior do automóvel!
Esta unidade será capaz de coordenar múltiplas funções a bordo (Onboard) como, por exemplo, os sistemas multimédia e de entretenimento, a gestão de sensores, radares ou, ainda, o sistema de gestão da bateria.
Mas serão as suas “capacidades” de comunicação com o exterior (Offboard) que irão possibilitar a conectividade V2X (Vehicle to Everything) que permitirá a condução autónoma ou a pilotagem remota, ou o V2G (vehicle to Grid) que permitirá a interação do automóvel com a rede de carregamento elétrica.
A equipa do Alliance Innovation Lab trabalha já sobre o nível 4 de condução autónoma (sem necessidade de intervenção do condutor) mas, em paralelo, trabalha no desenvolvimento de outras soluções tecnológicas e de novos serviços, como a gestão remota da condução que poderá ser utilizada nos casos em que o automóvel autónomo se depare com situações que dificultem, ou impossibilitem, a continuação da condução em modo autónomo.
Para Maarten Sierhuis «a condução completamente autónoma ainda está a mais de uma década de distância e dependerá, também, do ritmo a que seja adotada a legislação que permita a existência de automóveis sem condutor. Os automóveis autónomos serão mais eficientes e mais seguros porque estarão em permanente comunicação com o ambiente que os rodeia e a sua capacidade de reação será mais rápida que a do ser humano».
Mas, as extraordinárias capacidades de conectividade do SDV com o ambiente que o rodeia (V2X) abrem também caminho para outras oportunidades como, por exemplo, a gestão de congestionamentos de tráfego. Os testes já realizados (fazendo apelo apenas a tecnologias já dominadas como o Cruise Control ou o 4G) mostram enormes ganhos, quer de tempo poupado, quer económicos e ambientais. Tal como afirma Maarten Sierhuis «a uma escala maior, a redução de custos diária por eliminação de congestionamentos, atingiria os biliões de dólares com um impacto ambiental positivo fortíssimo».
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