Itália terá Portugal como um dos aliados para bloquear norma Euro 7
O ministro italiano dos transportes Matteo Salvini acredita que a norma Euro 7 da União Europeia é “claramente errada” e na sua opinião não faz sentido do ponto de vista ambiental, estando por isso a reunir apoio para que possa bloquear a entrada em vigor desta norma em 2025.
A norma Euro 7 deverá substituir a atual norma em vigor e introduz mais restrições às emissões de monóxido de carbono, outras partículas e óxidos de azoto (NOx), fazendo parte do objetivo geral de atingir a neutralidade carbónica nos estados membros em 2050, tendo surgido no rescaldo do polémico ‘Dieselgate’. A indústria automóvel levantou muitas dúvidas acerca da norma e esta foi duas vezes adiada. Os construtores afirmam que os limites de emissões, muito mais rigorosos que os em vigor – que já resultaram no desaparecimento de alguns modelos – podem ser difíceis de atingir para os motores de combustão interna. A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) afirma que UE já tem uma das “abordagens mais abrangentes e rigorosas em matéria de emissões poluentes a nível mundial” e que esta imposição por tecnologias de ponta, “significa que as emissões de gases de escape são dificilmente mensuráveis”, ao contrário do que afirma o International Council on Clean Transportation (ICCT- Conselho Internacional para os transportes limpos – tradução literal), que insiste que há ainda nas estrada da Europa milhões de carros com níveis de emissões “extremas”.
Além disso, a associação de fabricantes europeus defende que entrando em vigor a Euro 7, indústria europeia será prejudicada e não poderá competir com outros mercados, podendo ainda aumentar os preços dos veículos produzidos dentro do mercado comum e levará a um envelhecimento dos automóveis nas estradas.
Indo de encontro ao que afirma esta associação, Salvini afirmou ao Automotive News Europe que vários países apoiam a Itália, dando conta de um bloco composto ainda por França, Chéquia, Roménia, Eslováquia, Bulgária, Polónia e Hungria, assim como Portugal, na tentativa de bloquear a entrada em vigor da norma que será votada no parlamento europeu ainda este ano.
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