Opel Astra 1.2.T 130 cv – Ensaio Teste
O melhor Astra de sempre
Este é mesmo, para mim, o melhor Opel Astra de sempre, falando da gama, claro. Esta sexta geração do Opel Astra mantém todo o seu ‘charme’ alemão, especialmente na dinâmica, ainda que esteja agora mais confortável que todos os irmãos mais velhos, cada qual no seu contexto, claro. Influência familiar, francesa…
Depois do Mokka e do Corsa, foi a vez do Opel Astra se juntar à Stellantis. A dianteira ‘Vizor’, a iluminação LED Intellilux, e o painel de instrumentos totalmente digital ‘Pure Panel’ são das principais novidades, mas há muito mais que fica bem neste Astra. Como se sabe, este é o primeiro Astra eletrificado, já existe o híbrido plug-in e daqui a algum tempo, temos aí a versão 100% elétrica, o Astra-e.
Já lá vão mais de 30 anos que conheci pela primeira vez o Astra. Na altura, o 1.4 GT, três portas, foi bom companheiro durante alguns anos e posso dizer que todos os troços do Rali de Portugal da altura o conheciam. Mais de 30 anos se passaram, e vários modelos. Nunca mais fiz o mesmo com os outros.
Depois de ter ensaiado esta nova geração L, o Opel Astra L 1.2 Turbo 130 cv, a primeira sensação é que muito mudou no que ao conforto dos ‘Astra’ diz respeito. É certo que a Opel sempre foi mais amiga da dinâmica, sempre que estavamos com pressa, o Astra aguentava quase tudo, e isso não mudou, mas a nova fórmula também encontrou um ponto-doce de equilíbrio…
Ponto prévio! Este ensaio é ao 1.2 130 cv a gasolina. Sem a menor das dúvidas, a versão híbrida do Astra é interessante a vários níveis, mas a verdade é que muitos portugueses, mesmo sabendo que vai ter custos com o combustível bem acima do que poderia fazer com o híbrido plug-in, é muito diferente um valor de entrada de gama de 26.430 €, desta versão a gasolina do que a híbrida 1.6T PHEV, que é de 43.075 €. Uma diferença de 16.645 € não se atenua com facilidade, sendo no entanto muito importante que as pessoas façam contas, porque muito disso depende do tipo de percursos que as pessoas façam. Por exemplo, se olhar para o meu caso específico, o híbrido plug in não era perfeito, pois faço 80% estrada e 20% cidade. Mas quem faz o contrário, ou até menos, já pode ser muito vantajoso… se tiver como carregar facilmente, numa garagem, por exemplo.
Mas não estamos aqui para falar da gama toda, ou do híbrido plug-in mas sim desta versão 1.2 turbo 130 cv. Em primeiro lugar, adorei o design. Não me surpreendi porque o Astra já não foi dos primeiros Opel a ’conhecer’ a frente Vizor, que por acaso fica bastante bem no Astra. O design do carro é uma completa quebra com o passado da Opel, e este é para mim ainda mais apelativo que o ‘mano’ Peugeot 308. OK, confesso, é uma opinião que já vem de longe. Muita coisa mudou nesta 11ª geração do Astra, e o caminho que se fez desde que há 32 anos o Astra substituiu o Kadett, é fantástico. Mas vamos ao pormenor.
Exterior
Gostos não se discutem, há detalhes que para mim não são perfeitos, mas este carro está muito bem conseguido em termos estéticos. Há ali inspiração do Manta A dos anos 70, mas como é lógico percebemos isso melhor através do ElektroMOD elétrico. Parece-me um design com algum arrojo, mas com linhas fluidas e bem conseguidas.
A geração imediatamente anterior foi muito feliz em termos estéticos, mas estamos agora noutro nível e em algo totalmente diferente. Este modelo já contempla toda a imagem da Opel estreada com o concept Manta GSe. A dianteira Vizor fica muito bem no Astra, a traseira está também muito bem conseguida, não há perspetiva que não goste de ver ainda que de lado o carro pareça pouco esguio. A frente é qualquer coisa espetacular com os grupos óticos bem integrados no conjunto.
Interior
Gosto do habitáculo, tanto no aspecto estético como ergonómico. Gosto também da sobriedade, e há muito sou adeptos das linhas mais retas, pelo que o ‘Pure Panel’ salta-me logo à vista. Totalmente digital com grandes ecrãs e controlos suficientemente intuitivos, mas que podiam ter melhor definição. Outra coisa que se nota, é que estamos bem sentados, ou não fossem os bancos ergonómicos certificados pela AGR. Aqui, vê-se muito mais influência Stellantis. A posição de condução é boa, mas é mais baixa que no modelo anterior, pelo que, quem gosta, pode-se ‘afundar’ no banco um pouco mais. O conforto nota-se também no contacto com a estrada, algo em que o Astra sempre ficou longe da perfeição. Outra coisa boa no interior é…o som do silêncio. O Astra foi bem ‘isolado’. O espaço é um pouco apertado atrás, ainda mais se o condutor for mais alto.
De resto, os painéis das portas têm elementos com bons plásticos, a qualidade do interior do carro é bem percetível. Os comandos do volante seguem a linha anterior, nem mais nem menos, são intuitivos, mas é preciso um pouco de treino. É bom haver duas formas de o fazer, sendo menos preciso ir ao ecrã interativo central. A propósito deste, permite muita personalização, o que é sempre bom. O volante é bom, e permite boa visibilidade ao painel de instrumentos.
Equipamento
Esta versão GS Line tem tudo o que é preciso neste segmento, é óbvio que os detalhes que oferecem um ar mais desportivo ao Astra são apelativos, mas quando atrás referi os custos, isso também se aplica a este nível de equipamento. Ou seja, a diferença da versão Edition, a mais parca em equipamento, para a Elegance é de 2.650€, desta para a GS Line, mais 2350€. O carro já está bastante bem equipado de série, logo desde a versão de entrada. Todos os Astra estão equipados com jantes de liga leve, ar condicionado automático, ignição sem chave, quatro vidros elétricos, espelhos retrovisores com regulação elétrica e aquecidos, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, faróis de LED, comutação automática médios-máximos, assistência ao arranque em planos inclinados, consola central com apoio de braços e travão de estacionamento elétrico, entre muitos outros. Todos os dispositivos de infoentretenimento, completamente novos, são compatíveis com Apple CarPlay e Android Auto, dispensando ligação por cabo. E claro, todos os Astra estão dotados do Pure Panel, dois grandes ecrãs policromáticos de 10 polegadas.
Da lista de sistemas de assistência à condução e de segurança fazem parte, por exemplo, o alerta de desvio de faixa com correção automática de direção, travagem automática de emergência, sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, programador de velocidade inteligente e deteção de cansaço do condutor, para citar os mais relevantes. Como se percebe, a base já é muito boa. Mas há mais…
Da Edition para a Elegance, acrescenta-se Jantes de liga leve 17″ 225/45 R17 A, Pacote de Assistência ao Condutor (ACC, ETSR), Banco do condutor com certificação AGR, Abertura Passiva (PEPS), Câmara de visão traseira de 180°, e da Elegance para a GS Line , Tejadilho bicolor
Bancos dianteiros desportivos (tecido / PVC), Banco dianteiro e volante aquecidos e Intellivision. Sinceramente, depende muitos dos gostos de cada um. O meu ponto é simples: olhar para o que realmente nos interessa e fazer contas…
Consumos
Ainda e sempre com o foco no que se paga inicialmente, mas contando também no que se terá que pagar na vida do carro, os consumos dos motores nunca foram o ponto mais forte da Opel, mas sim outros atributos, mas isso mudou com a Stellantis.
Mesmo não sendo um ‘supra-sumo’ a esse nível, o 1.2 Puretech 130 cv faz consumos que já não variam praticamente nada de versões equivalentes doutros grupos.
Em teoria este motor O Astra 1.2 Turbo ‘faz’ 5,5 l/100 km, mas isso é em condições ótimas, pois na verdade já é bom conseguir manter nos 6,5 se for cuidadoso com o pedal do acelerador. E eu fui, e consegui, num dia de utilização normal, semelhante à que faça atualmente, 6,2l/100 Km, o que acho muito bom.
É verdade que a aptidão dinâmica deste carro ‘convida-nos’ sempre para algo mais no pedal, mas pode ter a certeza que vai notar isso no consumo, que facilmente passa dos 7l/100 km, ou mesmo 7,5/8l/100 km se quisermos tirar mais do Astra. É que o carro tem motor que chegue para mais.
Ao Volante
Se como ‘absurdo’ me sentasse no carro e guiasse às ‘escuras’, não era preciso guiar muito para saber que era um Astra. Sempre foi um dos meus pontos preferidos em todos os Astra que tive, a afinação do chassis tipicamente Opel. A minha mulher tem um Citroën C4 Cactus e quando guia o meu Astra estranha imenso, e diz que guia mais depressa nas curvas. De geração para geração ‘isto’ foi algo que nunca se perdeu, mas desta feita a Stellantis aligeirou um pouco essa afinação, que continua ‘firme’, mas nunca tinha guiado um Astra tão confortável, essa é que é a verdade.
Em termos dinâmicos, este Astra faz exatamente o que esperava dele. É ágil, muito ágil, tem uma boa capacidade dinâmica, e o carro dá muito gozo guiar em curvas médias, ou mesmo percursos mais sinuosos. Talvez a versão GS Line com afinação mais desportiva, ajude e isso seja menos evidente na Edition ou Elegance, mas não acredito que existam grandes diferenças. Se tivesse que resumir tudo numa frase, era simples: “há mais conforto na dinâmica deste novo Astra”.
Agrada-me a dinâmica, mas 90% da utilização do carro vai ser feita em ‘modo família’, pelo que agradece-se o conforto.
De resto, o carro é muito equilibrado, estável em travagem, a direcção é informativa, mas podia ser mais, tem boa assistência, é precisa e directa.
Motor
Este motor 1.2 Turbo de 130cv é perfeitamente adequado a este Opel Astra, e para quem teve, por exemplo o Opel Astra J 1.4 100cv, guiar este 1.2 130 proporciona um sorriso orelha a orelha. É verdade que passou muito tempo, mas guiar um Astra de entrada de gama com 130 cv permite andar bem melhor quando é preciso e ao mesmo tempo manter os consumos moderados. De resto, ao contrário do passado, este motor ‘funciona’ desde bem mais cedo, e a caixa manual aproveita bem o motor, com o ligeiro senão que para o tipo de percursos que faço está ligeiramente ‘longa’ demais. Em termos globais, esperava um motor ligeiramente menos musculado, pelo que foi uma agradável surpresa.
Balanço Final
Como já perceberam este é um carro que me diz muito, pois desde o primeiro substituto do Kadett quase todos me passaram pelas mãos, alguns por vários anos.
O mercado hoje em dia está bem diferente, mas no passado, foi um ‘best-seller’, das cinco gerações umas tiveram mais sucesso que outras mas nenhuma delas foi um fracasso, muito menos será esta, pois é um automóvel que está num nível totalmente diferente do carro que substitui. É bonito, o motor chega e sobra, não consome demais como alguns irmãos mais velhos, os preços estão dentro do esperado, pelo que tem tudo para ser bem sucedido.
Destaco a boa dinâmica, e o facto de manter a tradição Opel e ao mesmo tempo proporcionar um bom conforto. Ainda pertenço a uma geração que quer sentir prazer de condução, e este Astra permite isso. Vivo perto de Sintra e as estradas à volta são um ótimo exemplo de locais para guiar este Astra com prazer.
Parece-me ter agora mais argumentos para se chegar mais num segmento que liderou muitas vezes no passado. Deste teste, só me resultou uma dúvida final, que é a caixa, pois já estou a chegar a uma idade que se calhar a caixa automática é mais indicada, mas isso fica para ver depois…
Concorrentes
A concorrência do Opel Astra é muito forte, e começa logo com o Peugeot 308, do mesmo grupo. De França temos o Renault Mégane, que lançou recentemente uma versão de três cilindros, depois temos o óbvio Volkswagen Golf, do mesmo grupo o Seat Léon, e ainda o Ford Focus, Hyundai i30, Honda Civic, Mazda 3, Toyota Corolla e Kia Ceed. Como se pode perceber, a concorrência é muito forte, e na maioria dos casos é nos ‘detalhes’ que se resolve o ‘jogo’. Na concorrência do Astra, há quem se destaque noutros atributos, e aí depende sempre do valor que cada um dá a cada área. O comprador português há muito que passou decidir muito para lá da estética, embora esta continue a ter um peso muito grande…
Ficha Técnica
Motor 3 cil. linha, injeção direta, turbo, gasolina
Cilindrada (cm3): 1.199
Potência máxima (CV/rpm): 131/5.500
Binário máximo (Nm/rpm): 230
Tração: Dianteira
Transmissão: Manual 6 velocidades
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson / Eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 9,7
Velocidade máxima (km/h): 210
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.374/1.860/1.441
Distância entre eixos (mm): 2.675
Largura de vias (fr/tr mm): 1.551/1.546
Peso (kg): 1.341
Capacidade da bagageira (l): 422
Pneus (fr/tr): 225/45 R17
Preço da versão ensaiada (Euros): 35.205 €
Preço da versão base (Euros): 31.830 €
Mais/Menos
Mais
– Design
– Equipamento;
– Painel de instrumentos
Menos
– Consumo
– Visibilidade traseira
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 35.205€
Preço da versão base (Euros): €
Exterior
Gostos não se discutem, há detalhes que para mim não são perfeitos, mas este carro está muito bem conseguido em termos estéticos. Há ali inspiração do Manta A dos anos 70, mas como é lógico percebemos isso melhor através do ElektroMOD elétrico. Parece-me um design com algum arrojo, mas com linhas fluidas e bem conseguidas.
A geração imediatamente anterior foi muito feliz em termos estéticos, mas estamos agora noutro nível e em algo totalmente diferente. Este modelo já contempla toda a imagem da Opel estreada com o concept Manta GSe. A dianteira Vizor fica muito bem no Astra, a traseira está também muito bem conseguida, não há perspetiva que não goste de ver ainda que de lado o carro pareça pouco esguio. A frente é qualquer coisa espetacular com os grupos óticos bem integrados no conjunto.
Interior
Gosto do habitáculo, tanto no aspecto estético como ergonómico. Gosto também da sobriedade, e há muito sou adeptos das linhas mais retas, pelo que o ‘Pure Panel’ salta-me logo à vista. Totalmente digital com grandes ecrãs e controlos suficientemente intuitivos, mas que podiam ter melhor definição. Outra coisa que se nota, é que estamos bem sentados, ou não fossem os bancos ergonómicos certificados pela AGR. Aqui, vê-se muito mais influência Stellantis. A posição de condução é boa, mas é mais baixa que no modelo anterior, pelo que, quem gosta, pode-se ‘afundar’ no banco um pouco mais. O conforto nota-se também no contacto com a estrada, algo em que o Astra sempre ficou longe da perfeição. Outra coisa boa no interior é…o som do silêncio. O Astra foi bem ‘isolado’. O espaço é um pouco apertado atrás, ainda mais se o condutor for mais alto.
De resto, os painéis das portas têm elementos com bons plásticos, a qualidade do interior do carro é bem percetível. Os comandos do volante seguem a linha anterior, nem mais nem menos, são intuitivos, mas é preciso um pouco de treino. É bom haver duas formas de o fazer, sendo menos preciso ir ao ecrã interativo central. A propósito deste, permite muita personalização, o que é sempre bom. O volante é bom, e permite boa visibilidade ao painel de instrumentos.
Equipamento
Esta versão GS Line tem tudo o que é preciso neste segmento, é óbvio que os detalhes que oferecem um ar mais desportivo ao Astra são apelativos, mas quando atrás referi os custos, isso também se aplica a este nível de equipamento. Ou seja, a diferença da versão Edition, a mais parca em equipamento, para a Elegance é de 2.650€, desta para a GS Line, mais 2350€. O carro já está bastante bem equipado de série, logo desde a versão de entrada. Todos os Astra estão equipados com jantes de liga leve, ar condicionado automático, ignição sem chave, quatro vidros elétricos, espelhos retrovisores com regulação elétrica e aquecidos, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, faróis de LED, comutação automática médios-máximos, assistência ao arranque em planos inclinados, consola central com apoio de braços e travão de estacionamento elétrico, entre muitos outros. Todos os dispositivos de infoentretenimento, completamente novos, são compatíveis com Apple CarPlay e Android Auto, dispensando ligação por cabo. E claro, todos os Astra estão dotados do Pure Panel, dois grandes ecrãs policromáticos de 10 polegadas.
Da lista de sistemas de assistência à condução e de segurança fazem parte, por exemplo, o alerta de desvio de faixa com correção automática de direção, travagem automática de emergência, sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, programador de velocidade inteligente e deteção de cansaço do condutor, para citar os mais relevantes. Como se percebe, a base já é muito boa. Mas há mais…
Da Edition para a Elegance, acrescenta-se Jantes de liga leve 17″ 225/45 R17 A, Pacote de Assistência ao Condutor (ACC, ETSR), Banco do condutor com certificação AGR, Abertura Passiva (PEPS), Câmara de visão traseira de 180°, e da Elegance para a GS Line , Tejadilho bicolor
Bancos dianteiros desportivos (tecido / PVC), Banco dianteiro e volante aquecidos e Intellivision. Sinceramente, depende muitos dos gostos de cada um. O meu ponto é simples: olhar para o que realmente nos interessa e fazer contas…
Consumos
Ainda e sempre com o foco no que se paga inicialmente, mas contando também no que se terá que pagar na vida do carro, os consumos dos motores nunca foram o ponto mais forte da Opel, mas sim outros atributos, mas isso mudou com a Stellantis.
Mesmo não sendo um ‘supra-sumo’ a esse nível, o 1.2 Puretech 130 cv faz consumos que já não variam praticamente nada de versões equivalentes doutros grupos.
Em teoria este motor O Astra 1.2 Turbo ‘faz’ 5,5 l/100 km, mas isso é em condições ótimas, pois na verdade já é bom conseguir manter nos 6,5 se for cuidadoso com o pedal do acelerador. E eu fui, e consegui, num dia de utilização normal, semelhante à que faça atualmente, 6,2l/100 Km, o que acho muito bom.
É verdade que a aptidão dinâmica deste carro ‘convida-nos’ sempre para algo mais no pedal, mas pode ter a certeza que vai notar isso no consumo, que facilmente passa dos 7l/100 km, ou mesmo 7,5/8l/100 km se quisermos tirar mais do Astra. É que o carro tem motor que chegue para mais.
Ao volante
Se como ‘absurdo’ me sentasse no carro e guiasse às ‘escuras’, não era preciso guiar muito para saber que era um Astra. Sempre foi um dos meus pontos preferidos em todos os Astra que tive, a afinação do chassis tipicamente Opel. A minha mulher tem um Citroën C4 Cactus e quando guia o meu Astra estranha imenso, e diz que guia mais depressa nas curvas. De geração para geração ‘isto’ foi algo que nunca se perdeu, mas desta feita a Stellantis aligeirou um pouco essa afinação, que continua ‘firme’, mas nunca tinha guiado um Astra tão confortável, essa é que é a verdade.
Em termos dinâmicos, este Astra faz exatamente o que esperava dele. É ágil, muito ágil, tem uma boa capacidade dinâmica, e o carro dá muito gozo guiar em curvas médias, ou mesmo percursos mais sinuosos. Talvez a versão GS Line com afinação mais desportiva, ajude e isso seja menos evidente na Edition ou Elegance, mas não acredito que existam grandes diferenças. Se tivesse que resumir tudo numa frase, era simples: “há mais conforto na dinâmica deste novo Astra”.
Agrada-me a dinâmica, mas 90% da utilização do carro vai ser feita em ‘modo família’, pelo que agradece-se o conforto.
De resto, o carro é muito equilibrado, estável em travagem, a direcção é informativa, mas podia ser mais, tem boa assistência, é precisa e directa.
Concorrentes
A concorrência do Opel Astra é muito forte, e começa logo com o Peugeot 308, do mesmo grupo. De França temos o Renault Mégane, que lançou recentemente uma versão de três cilindros, depois temos o óbvio Volkswagen Golf, do mesmo grupo o Seat Léon, e ainda o Ford Focus, Hyundai i30, Honda Civic, Mazda 3, Toyota Corolla e Kia Ceed. Como se pode perceber, a concorrência é muito forte, e na maioria dos casos é nos ‘detalhes’ que se resolve o ‘jogo’. Na concorrência do Astra, há quem se destaque noutros atributos, e aí depende sempre do valor que cada um dá a cada área. O comprador português há muito que passou decidir muito para lá da estética, embora esta continue a ter um peso muito grande…
Motor
Este motor 1.2 Turbo de 130cv é perfeitamente adequado a este Opel Astra, e para quem teve, por exemplo o Opel Astra J 1.4 100cv, guiar este 1.2 130 proporciona um sorriso orelha a orelha. É verdade que passou muito tempo, mas guiar um Astra de entrada de gama com 130 cv permite andar bem melhor quando é preciso e ao mesmo tempo manter os consumos moderados. De resto, ao contrário do passado, este motor ‘funciona’ desde bem mais cedo, e a caixa manual aproveita bem o motor, com o ligeiro senão que para o tipo de percursos que faço está ligeiramente ‘longa’ demais. Em termos globais, esperava um motor ligeiramente menos musculado, pelo que foi uma agradável surpresa.
Balanço final
Como já perceberam este é um carro que me diz muito, pois desde o primeiro substituto do Kadett quase todos me passaram pelas mãos, alguns por vários anos.
O mercado hoje em dia está bem diferente, mas no passado, foi um ‘best-seller’, das cinco gerações umas tiveram mais sucesso que outras mas nenhuma delas foi um fracasso, muito menos será esta, pois é um automóvel que está num nível totalmente diferente do carro que substitui. É bonito, o motor chega e sobra, não consome demais como alguns irmãos mais velhos, os preços estão dentro do esperado, pelo que tem tudo para ser bem sucedido.
Destaco a boa dinâmica, e o facto de manter a tradição Opel e ao mesmo tempo proporcionar um bom conforto. Ainda pertenço a uma geração que quer sentir prazer de condução, e este Astra permite isso. Vivo perto de Sintra e as estradas à volta são um ótimo exemplo de locais para guiar este Astra com prazer.
Parece-me ter agora mais argumentos para se chegar mais num segmento que liderou muitas vezes no passado. Deste teste, só me resultou uma dúvida final, que é a caixa, pois já estou a chegar a uma idade que se calhar a caixa automática é mais indicada, mas isso fica para ver depois…
– Design
– Equipamento;
– Painel de instrumentos
– Consumo
– Visibilidade traseira
Ficha técnica
Motor 3 cil. linha, injeção direta, turbo, gasolina
Cilindrada (cm3): 1.199
Potência máxima (CV/rpm): 131/5.500
Binário máximo (Nm/rpm): 230
Tração: Dianteira
Transmissão: Manual 6 velocidades
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson / Eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 9,7
Velocidade máxima (km/h): 210
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.374/1.860/1.441
Distância entre eixos (mm): 2.675
Largura de vias (fr/tr mm): 1.551/1.546
Peso (kg): 1.341
Capacidade da bagageira (l): 422
Pneus (fr/tr): 225/45 R17
Preço da versão ensaiada (Euros): 35.205 €
Preço da versão base (Euros): 31.830 €
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