BMW i4 eDrive 40 – Ensaio Teste
Interpretação dinâmica
Em muitos casos, quando o mesmo formato de carroçaria vê o seu motor de combustão substituído por um sistema elétrico, tudo é pensado em termos de eficiência energética e autonomia. Mas no caso do BMW i4, houve também uma interpretação dinâmica desta opção, destinada a quem deseja um carro elétrico, mas continua a gostar de conduzir sem ser em linha reta. Ao contrário do que costuma acontecer, a versão M foi a primeira a chegar ao mercado, mas este i4 eDrive 40 de tração traseira é uma combinação fantástica.
Texto: André Mendes
– Comportamento;
– Equipamento;
– Prestações e autonomia;
– Espaço não aproveitado sob o capot;
Exterior
À primeira vista, é um BMW Série 4 Gran Coupé, mas se olharmos de novo, começamos a perceber a presença dos detalhes que fazem a diferença. Por se tratar de um modelo da família de opções totalmente elétricas, identificadas com a letra ‘i’, estão presentes diversos detalhes em azul em torno dos logos da marca, em pequenas aplicações na zona inferior do pára-choques traseiro e das portas, mas também a fazer de contorno para a controversa grelha dianteira, que agora nem sequer é uma grelha, uma vez que há apenas uma abertura na zona inferior. Para que não existam dúvidas, lá atrás está o logo ‘i4’, bem visível, mas também o ‘eDrive 40’, que identifica a versão de tração traseira e 340 cavalos de potência. A elegância do formato Gran Coupé é que não sofre qualquer alteração, felizmente.
Interior
Ainda antes de entrar descobrimos aqueles detalhes característicos dos Coupé, com as molduras sem janela, por exemplo, e ainda que nos sentamos ao volante, fica também identificada a excelente posição de condução. Sendo um i4 “normal” e não o ‘M’, o volante tem um visual mais convencional, mas com uma boa pega e com os comandos habituais. A maior novidade está na presença no enorme painel horizontal que ocupa o espaço da instrumentação e do monitor tátil da consola central, numa solução que integra estes dois monitores num único painel.
Os assentos dianteiros oferecem um bom apoio e uma posição confortável, mas quem viaja nos lugares traseiros também não vai nada mal. O espaço disponível não é o mesmo de alguns automóveis elétricos que andam pelo mercado, mas a distância entre eixos acima dos 2,85 metros acaba por permitir uma oferta razoável em termos de espaço, sem grandes queixas, mesmo na distância em altura.
Em termos de arrumação, a versão Gran Coupé também consegue fazer alguma inveja a uma carrinha Série 3 Touring, por exemplo, até porque o acesso aos 470 litros de capacidade da bagageira é feito através de uma enorme porta traseira, que permite um simples carregamento e descarregamento da maioria das coisas que temos de transportar. A lamentar está a não-utilização do espaço onde no Série 4 Gran Coupé está o motor de combustão. Com alguns dos modelos elétricos que já se encontram no mercado, debaixo do capot está um espaço de arrumação para cabos, por exemplo, mas neste i4, assim que abrimos este compartimento, contamos apenas com uma enorme tampa plástica que cobre um enorme buraco vazio.
Equipamento
Ainda que a BMW seja das marcas que oferece um modelo base mais despido que o habitual, deixando que seja o cliente a escolher os equipamentos que mais deseja, a verdade é que este i4 eDrive 40 já inclui diversos elementos no equipamento de série. Como exemplo, temos o sistema de iluminação em LED e o Live Cockpit Plus com o painel curvo, mas também os assentos desportivos, o volante em pele e o sistema de ar condicionado automático com acesso à bomba de calor para uma maior eficiência energética.
Na lista de opcionais, como esperado, surgem os equipamentos mais interessantes, como as jantes de liga leve de 19 polegadas em vez das de 17 que são fornecidas de série, mas também um sistema de luz ambiente para o habitáculo, um sistema de som mais elaborado e a plataforma de carregamento sem fios para o telemóvel. Além destes, um dos opcionais mais “diferentes”, mas que também estava presente na unidade ensaiada, são os Iconic Sounds. Um conjunto de sons que reagem à velocidade e às acelerações do carro, criando uma maior envolvência, especialmente quando o modo mais desportivo está ativo. E a parte mais interessante, é que estes sons são da autoria da Hans Zimmer.
Consumos
Claro que uma condução mais desportiva e uma maior exigência do sistema elétrico, vão fazer com que o gasto de energia seja superior. A BMW anuncia uma faixa de consumo entre os 16,1 e os 19,1 kWh para cada 100 quilómetros, o que não é muito diferente dos 19,4 kWh que registámos numa deslocação com um pouco de cidade, estrada e autoestrada. Mas no final do nosso teste, com uma ou outra estrada de montanha à mistura e outras exigências exageradas do sistema elétrico, o valor final ficou nos 21,3 kWh. E desta forma, obviamente, não é fácil alcançar os 500 quilómetros de autonomia. Mesmo com a ajuda de um sistema de regeneração bastante eficiente.
Ao Volante
Longe da cidade e num entrelaçado de curvas, este i4 mostra que a essência da BMW que inclui uma condução mais dinâmica não se perdeu com o facto de se ter alterado o tipo de energia que alimenta tudo isto. A direção continua bastante precisa, os comandos estão colocados no sítio certo e a posição de condução é excelente, deixando a experiência num patamar bastante elevado. E claro, tudo isto num automóvel que também poderá levar para o centro da cidade em perfeito silêncio e com um ambiente a bordo que, não estando próximo dos modelos mais elaborados da marca, conta com um nível de acabamentos cuidado e com uma boa escolha de materiais, de uma forma geral.
Motor
É apenas um nesta versão eDrive 40 do BMW i4, mas consegue passar 340 cavalos de potência para as rodas do eixo posterior, e contribuir para uma repartição de peso bastante equilibrada que chega a lembrar outras versões mais dinâmicas da BMW. Com esta opção, o i4 consegue acelerar dos 0 aos 100 km/h em menos de seis segundos e alcançar os 190 km/h que estão limitados pela eletrónica, mas também consegue envolver-nos num momento de condução mais empenhado numa estrada sinuosa, que é algo que os automóveis elétricos ainda costumam ter alguma dificuldade em fazer. E para isso, estão disponíveis três modos de condução (Sport, Comfort e EcoPro), sendo que o mais desportivo e o mais ecológico incluem algumas funções personalizáveis ao gosto de cada condutor.
Balanço Final
Depois de conduzirmos o i4 eDrive 40, ficamos a pensar se é mesmo necessária a versão M. Claro que as prestações serão mais chamativas e a dinâmica ainda mais apurada, mas o preço também é bem mais elevado e a autonomia mais reduzida. Ou seja, com esta versão “normal” do i4, o que obtemos pelos cerca de 70 mil euros que custa a unidade ensaiada, é algo muito interessante em diversas vertentes.
Concorrentes
Tesla Model 3
Motor: Elétrico; 325 cavalos; Tração traseira; Autonomia máxima: 491 km; Aceleração 0-100 km/h: 6,1 seg.; Consumo combinado: 15,8 kWh/100 km; Preço: 54.990 €
Ficha Técnica
Motor
Tipo: Elétrico
Potência máxima (CV/rpm): 340/8.000-17.000
Binário máximo (Nm/rpm): 430/0-5.000
Tração: Traseira
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): McPherson / Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 5,7
Velocidade máxima (km/h): 190
Consumos misto (kWh/100 km): 16,1-19,1
Autonomia máxima – WLTP (km): 590
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.783/1.852/1.448
Distância entre eixos (mm): 2.856
Largura de vias (fr/tr mm): 1.601/1.630
Peso (kg): 2.125
Capacidade da bagageira (l): 470
Pneus (fr/tr): 245/40 R19 – 255/40 R19
Preço da versão ensaiada (Euros): 70.601
Preço da versão base (Euros): 62.000
Mais/Menos
Mais
– Comportamento;
– Equipamento;
– Prestações e autonomia;
Menos
– Espaço não aproveitado sob o capot;
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 70601€
Preço da versão base (Euros): 62000€
Exterior
À primeira vista, é um BMW Série 4 Gran Coupé, mas se olharmos de novo, começamos a perceber a presença dos detalhes que fazem a diferença. Por se tratar de um modelo da família de opções totalmente elétricas, identificadas com a letra ‘i’, estão presentes diversos detalhes em azul em torno dos logos da marca, em pequenas aplicações na zona inferior do pára-choques traseiro e das portas, mas também a fazer de contorno para a controversa grelha dianteira, que agora nem sequer é uma grelha, uma vez que há apenas uma abertura na zona inferior. Para que não existam dúvidas, lá atrás está o logo ‘i4’, bem visível, mas também o ‘eDrive 40’, que identifica a versão de tração traseira e 340 cavalos de potência. A elegância do formato Gran Coupé é que não sofre qualquer alteração, felizmente.
Interior
Ainda antes de entrar descobrimos aqueles detalhes característicos dos Coupé, com as molduras sem janela, por exemplo, e ainda que nos sentamos ao volante, fica também identificada a excelente posição de condução. Sendo um i4 “normal” e não o ‘M’, o volante tem um visual mais convencional, mas com uma boa pega e com os comandos habituais. A maior novidade está na presença no enorme painel horizontal que ocupa o espaço da instrumentação e do monitor tátil da consola central, numa solução que integra estes dois monitores num único painel.
Os assentos dianteiros oferecem um bom apoio e uma posição confortável, mas quem viaja nos lugares traseiros também não vai nada mal. O espaço disponível não é o mesmo de alguns automóveis elétricos que andam pelo mercado, mas a distância entre eixos acima dos 2,85 metros acaba por permitir uma oferta razoável em termos de espaço, sem grandes queixas, mesmo na distância em altura.
Em termos de arrumação, a versão Gran Coupé também consegue fazer alguma inveja a uma carrinha Série 3 Touring, por exemplo, até porque o acesso aos 470 litros de capacidade da bagageira é feito através de uma enorme porta traseira, que permite um simples carregamento e descarregamento da maioria das coisas que temos de transportar. A lamentar está a não-utilização do espaço onde no Série 4 Gran Coupé está o motor de combustão. Com alguns dos modelos elétricos que já se encontram no mercado, debaixo do capot está um espaço de arrumação para cabos, por exemplo, mas neste i4, assim que abrimos este compartimento, contamos apenas com uma enorme tampa plástica que cobre um enorme buraco vazio.
Equipamento
Ainda que a BMW seja das marcas que oferece um modelo base mais despido que o habitual, deixando que seja o cliente a escolher os equipamentos que mais deseja, a verdade é que este i4 eDrive 40 já inclui diversos elementos no equipamento de série. Como exemplo, temos o sistema de iluminação em LED e o Live Cockpit Plus com o painel curvo, mas também os assentos desportivos, o volante em pele e o sistema de ar condicionado automático com acesso à bomba de calor para uma maior eficiência energética.
Na lista de opcionais, como esperado, surgem os equipamentos mais interessantes, como as jantes de liga leve de 19 polegadas em vez das de 17 que são fornecidas de série, mas também um sistema de luz ambiente para o habitáculo, um sistema de som mais elaborado e a plataforma de carregamento sem fios para o telemóvel. Além destes, um dos opcionais mais “diferentes”, mas que também estava presente na unidade ensaiada, são os Iconic Sounds. Um conjunto de sons que reagem à velocidade e às acelerações do carro, criando uma maior envolvência, especialmente quando o modo mais desportivo está ativo. E a parte mais interessante, é que estes sons são da autoria da Hans Zimmer.
Consumos
Claro que uma condução mais desportiva e uma maior exigência do sistema elétrico, vão fazer com que o gasto de energia seja superior. A BMW anuncia uma faixa de consumo entre os 16,1 e os 19,1 kWh para cada 100 quilómetros, o que não é muito diferente dos 19,4 kWh que registámos numa deslocação com um pouco de cidade, estrada e autoestrada. Mas no final do nosso teste, com uma ou outra estrada de montanha à mistura e outras exigências exageradas do sistema elétrico, o valor final ficou nos 21,3 kWh. E desta forma, obviamente, não é fácil alcançar os 500 quilómetros de autonomia. Mesmo com a ajuda de um sistema de regeneração bastante eficiente.
Ao volante
Longe da cidade e num entrelaçado de curvas, este i4 mostra que a essência da BMW que inclui uma condução mais dinâmica não se perdeu com o facto de se ter alterado o tipo de energia que alimenta tudo isto. A direção continua bastante precisa, os comandos estão colocados no sítio certo e a posição de condução é excelente, deixando a experiência num patamar bastante elevado. E claro, tudo isto num automóvel que também poderá levar para o centro da cidade em perfeito silêncio e com um ambiente a bordo que, não estando próximo dos modelos mais elaborados da marca, conta com um nível de acabamentos cuidado e com uma boa escolha de materiais, de uma forma geral.
Concorrentes
Tesla Model 3
Motor: Elétrico; 325 cavalos; Tração traseira; Autonomia máxima: 491 km; Aceleração 0-100 km/h: 6,1 seg.; Consumo combinado: 15,8 kWh/100 km; Preço: 54.990 €
Motor
É apenas um nesta versão eDrive 40 do BMW i4, mas consegue passar 340 cavalos de potência para as rodas do eixo posterior, e contribuir para uma repartição de peso bastante equilibrada que chega a lembrar outras versões mais dinâmicas da BMW. Com esta opção, o i4 consegue acelerar dos 0 aos 100 km/h em menos de seis segundos e alcançar os 190 km/h que estão limitados pela eletrónica, mas também consegue envolver-nos num momento de condução mais empenhado numa estrada sinuosa, que é algo que os automóveis elétricos ainda costumam ter alguma dificuldade em fazer. E para isso, estão disponíveis três modos de condução (Sport, Comfort e EcoPro), sendo que o mais desportivo e o mais ecológico incluem algumas funções personalizáveis ao gosto de cada condutor.
Balanço final
Depois de conduzirmos o i4 eDrive 40, ficamos a pensar se é mesmo necessária a versão M. Claro que as prestações serão mais chamativas e a dinâmica ainda mais apurada, mas o preço também é bem mais elevado e a autonomia mais reduzida. Ou seja, com esta versão “normal” do i4, o que obtemos pelos cerca de 70 mil euros que custa a unidade ensaiada, é algo muito interessante em diversas vertentes.
– Comportamento;
– Equipamento;
– Prestações e autonomia;
– Espaço não aproveitado sob o capot;
Ficha técnica
Motor
Tipo: Elétrico
Potência máxima (CV/rpm): 340/8.000-17.000
Binário máximo (Nm/rpm): 430/0-5.000
Tração: Traseira
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): McPherson / Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 5,7
Velocidade máxima (km/h): 190
Consumos misto (kWh/100 km): 16,1-19,1
Autonomia máxima – WLTP (km): 590
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.783/1.852/1.448
Distância entre eixos (mm): 2.856
Largura de vias (fr/tr mm): 1.601/1.630
Peso (kg): 2.125
Capacidade da bagageira (l): 470
Pneus (fr/tr): 245/40 R19 – 255/40 R19
Preço da versão ensaiada (Euros): 70.601
Preço da versão base (Euros): 62.000
Preço da versão base (Euros): 62000€
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