Atravessar a Índia de Norte a Sul e ao volante de um Porsche Taycan
Fazer a K2K (de Kashmir a Kanniyakumari) é um desafio com cerca de 4000 quilómetros que não está à altura de qualquer condutor nem de qualquer carro, muito menos um elétrico.
Com o objetivo de assinalar a entrada do Porsche Taycan num mercado tão exigente e diferenciado com o da Índia, mas também para comemorar o 23º aniversário da edição indiana da Autocar, uma equipa de jornalistas propôs-se a percorrer a K2K com este novo modelo, documentando toda a viagem através das redes sociais.
Desde Kashmir, no Norte da Índia, até Kanniyakumari, mesmo no Sul, são cerca de quatro mil quilómetros de momentos e percursos imprevisíveis e assustadores que ganham ainda mais ênfase quando pensamos em utilizar um automóvel elétrico desportivo para os percorrer. No entanto, e como o Porsche Taycan foi lançado neste mercado há menos de um ano, a marca também achou que seria uma boa oportunidade para promover a sua imagem, enquanto se aumenta a consciencialização sobre a eletrificação neste país.
“Os carros elétricos ainda são um meio de transporte bastante recente na Índia“, explica Gavin D’souza, editor digital da Autocar e um dos quatro membros da equipa que partilho a condução. “Muitas pessoas estão, ao mesmo tempo, entusiasmadas e um pouco receosas, e claro que o seu maior receio está relacionado com a autonomia. Por essa razão, decidimos criar este teste, também para provar que, com um pouco de planeamento e previsão, é possível percorrer mais de 4.000 km num carro elétrico. E, claro, o Taycan acrescentou um pouco de dinamismo à experiência. Se estamos a percorrer o K2K num carro elétrico, porque não fazê-lo num que seja excitante?”.
Dez estados e uma topografia diversificada
Traçando cuidadosamente o seu percurso e utilizando uma aplicação de carregamentos para automóveis elétricos, a equipa foi capaz de traçar um percurso que os levaria por dez estados e uma grande variedade topográfica, com uma mistura de montanhas, planaltos, desertos e cidades, criando todo o tipo de desafios e obstáculos para o Taycan e para os seus condutores.
“Ao nos aproximarmos de Bombaim, o desafio tornou-se subitamente muito real“, recorda o editor assistente Jay Patil, “porque as estradas estavam completamente inundadas devido às monções. Felizmente, na Índia, todas as unidades do Taycan estão equipadas com o sistema Smartlift e isso salvou-nos em diversas ocasiões. Em Punjab, chegámos a circular com a água a bater nas portas, o que nos fez preocupar, mais ainda num carro elétrico, mas o Taycan simplesmente superou tudo isto“.
Nikhil Bhatia, o segundo editor assistente da Autocar India, conduziu a etapa final e não tinha a certeza do que esperar quando o Taycan lhe foi entregue. “Tinha ouvido muitas histórias preocupantes sobre as estradas e as suas condições, e na verdade tive sorte por ter percorrido algumas das melhores estradas de toda a viagem. Diverti-me imenso. Já esperávamos que o Taycan tivesse um bom comportamento dinâmico e que fosse rápido. O que não esperávamos era que fosse tão ‘India friendly’. Essa foi uma das grandes surpresas da viagem. O Taycan foi submetido a um verdadeiro inferno, mas chegou até ao fim em estradas onde até um Cayenne se sentiria deslocado!”.
Apreciar o Taycan e toda a viagem
Toda a viagem levou cerca de duas semanas, incluindo uma paragem de dois dias em Mumbai e um dia perdido logo no início, na sequência de um deslizamento de terras que tinha levado um troço substancial da autoestrada. Mas o relógio nunca foi a principal consideração, como D’souza explica: “Esta não foi uma corrida contra o tempo e isso soube bem. Gostámos do carro e apreciámos a viagem. E nunca pensei dizer isto, mas realmente gostei de esticar a eficiência do Taycan, e até consegui 7,1 km por kWh em alguns dos troços mais planos de toda a viagem“.
O outro objetivo deste teste era avaliar as reações das pessoas em todo o país ao ainda desconhecido Taycan, algo que se revelou universalmente positivo das aldeias às cidades e com pessoas de todas as idades. “Houve respostas diferentes, dependendo de onde estivéssemos“, continua D’souza. “Em algumas das pequenas cidades e zonas rurais, um Porsche de qualquer tipo foi uma surpresa e muito menos um em Frozen Blue Metallic. Era uma maravilha, e essa maravilha só cresceu quando explicámos que era um automóvel elétrico e que estávamos a fazer uma viagem tão longa nele. Mas mesmo quando o levámos para cidades maiores como Deli, Mumbai e Bangalore, as pessoas continuavam surpreendidas por estarmos a tentar algo tão monumental num carro elétrico“.
Atenção para o Taycan por toda a Índia
De facto, a forma como o Taycan foi recebido em toda a Índia seria um dos pontos altos da viagem desta equipa, como Bhatia explica: “Em cada paragem, era tão agradável ver pessoas a chegar e a posar com o carro, com alegria nos seus rostos. É algo que fica connosco, porque nos lembra de quando éramos crianças e vimos o primeiro Porsche. E foi bom experimentar isso novamente, mas do outro lado do pára-brisas!”
O Taycan foi seguido ao longo de todo o traiçoeiro percurso por um carro de apoio, totalmente equipado, e conduzido pelo piloto de testes Rahul Kakar. No entanto, a sua ajuda não foi necessária nem uma única vez, e à medida que o Taycan percorria os últimos quilómetros da viagem, o significado do que tinha sido alcançado pelo Porsche, inteiramente sem assistência, começou a ganhar ainda mais expressão. “Estive sempre no carro de apoio“, refere Kakar, “e visto de fora, observar como o Taycan conseguiu superar estradas completamente inundadas foi algo incrível de se ver”.
Nesse último dia, quando chegámos a Kanniyakumari, foi mágico, porque a estrada ali está rodeada de turbinas eólicas. E ver o Taycan a passar por ali foi quase cerimonial. Foi mesmo um momento espantoso”.
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