Histórico Rolls-Royce “Twenty” está a completar o primeiro centenário
O primeiro dos Rolls-Royce desenvolvido de raiz para ser um automóvel para clientes, foi criado há mais de um século, mas definiu diversos dos conceitos usados ainda hoje.
Conhecido como “Twenty”, pelos seus 20 cavalos de potência, este foi o primeiro Rolls-Royce desenvolvido como um carro para ser conduzido pelos seus proprietários, e não apenas pelo ‘Chauffeur’. Representou um avanço tecnológico marcante para a marca, na altura, e acabou por definir muitos dos métodos e ideias que a marca ainda hoje utiliza nos seus modelos. O “Twenty” é, de certa forma, o antecessor de criações como o Ghost, o Wraith, o Dawn ou mesmo o Cullinan, partilhando até alguns traços que estão a ser utilizados na conceção do novo Spectre, o primeiro automóvel totalmente elétrico da Rolls-Royce.
“Cada Rolls-Royce é, simultaneamente, uma evolução e uma revolução: fiel aos nossos princípios essenciais de design e engenharia, levando a tecnologia, o conforto e a experiência de condução a um novo nível. Mas, durante a nossa longa história, houve certos modelos marcantes que alteraram permanentemente a paisagem automóvel mais vasta. O ‘Twenty’, lançado há 100 anos, é um deles. Juntamo-nos aos proprietários e entusiastas de todo o mundo para assinalar esta ocasião muito especial e celebrar o legado deste lendário e muito amado automóvel“.
Torsten Müller-Ötvös, CEO da Rolls-Royce Motor Cars
A ideia inicial de Sir Henry Royce foi a de criar um automóvel mais pequeno, contrariando o decréscimo nas vendas dos chassis 40 e 50 H.P. e que seria muito bem-vindo num período de pós-guerra em que muitas pessoas tinham perdido a possibilidade de ter um motorista privado ou de conseguir efetuar uma manutenção correta (e obrigatória) de um modelo mais elaborado, como um Silver Ghost, por exemplo.
Em 1920, os responsáveis da empresa concordaram com Sir Henry Royce e o “Twenty” começou a ser desenvolvido. A maior obrigação era que, apesar do seu tamanho mais compacto e mais acessível, este modelo teria de incorporar a elevada qualidade que os clientes da marca já estavam habituados, algo que apenas foi assegurado em setembro desse ano, dando início ao desenrolar deste projeto.
A 6 de outubro de 1922 era então revelado o novo modelo da marca, equipado com um motor de seis cilindros em linha com 3,1 litros de capacidade, menos de metade do bloco de 7,5 litros usado no Silver Ghost e também com menos de 30 por cento do peso. E por essa razão, o 2.0 H.P. era também mais ágil e simples de conduzir, destacando-se facilmente face à concorrência e face aos modelos da marca já existentes.
No início dos anos 20, cada cliente acabava por comprar, basicamente, um chassis com um motor, sendo que a carroçaria seria construída por uma das empresas de renome da altura. No caso do “Twenty”, muitas foram provenientes da Park Ward, por exemplo. Mas Henry Royce sempre tentou fazer com que estas empresas independentes fizessem o seu trabalho sem abusar no tamanho, uma vez que isso poderia influenciar consideravelmente o peso do carro e, consequentemente, o seu desempenho.
A história do “Twenty” durou até ao final da década, com a produção a ser encerrada em 1929. No total, foram produzidas 2.940 unidades, mas o motor de seis cilindros em linha manteve-se como o formato base dos motores que a marca iria usar ao longo dos próximos 30 anos.
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