Abarth 695 esseesse – Ensaio Teste
Um sério brinquedo
Em meados dos anos 60 muitos acharam estranho o facto de um pequeno Fiat 500 ter o capot traseiro levantado como se alguém se tivesse esquecido de o fechar, mas não se tratava nada disso. E na realidade, muitos só viam este mesmo capot apenas porque já estava à sua frente. O Abarth 695 esseesse era a máxima expressão em termos de desempenho do pequeno escorpião, sendo que a versão deste século segue precisamente essa linha de raciocínio, assumindo a posição da opção mais potente de toda a gama e a de uma verdadeira peça de coleção.
Texto: André Mendes
– Imagem;
– Comportamento;
– Prestações;
– Espaço a bordo e na bagageira;
– Conforto;
– Preço;
Exterior
Um Abarth será sempre um Abarth. E só mesmo quem não ligar absolutamente nenhuma a automóveis é que vai achar que se trata de um Fiat 500 com uns autocolantes a mais. A imagem do escorpião faz parte de toda a experiência, e no caso desta versão esseesse, isso inclui jantes de liga leve Racing de cor branca e com 17 polegadas de diâmetro, faixas laterais de corrida e capas dos espelhos também em branco e um aileron traseiro regulável manualmente que, em algumas posições mais parece um sistema de travagem aerodinâmico. Mas não, na realidade, consegue oferecer um pouco mais de força descendente, o que se traduz numa estabilidade mais elevada no eixo posterior. O outro detalhe que identifica esta versão a partir do exterior é só para os maiores entusiastas. É que, lá atrás, está o sistema de escape da Akrapovič, com uma sonoridade que nunca passará despercebida.
A única crítica que podemos apontar ao Abarth no exterior é mesmo o facto de este se basear na primeira geração do Fiat 500 “moderno”, tendo recebido apenas atualizações ao nível das óticas, dos sistemas de infotainment existentes a bordo e pouco mais. Provavelmente, já estava na altura da Abarth pegar na carroçaria do novo Fiat 500, de visual mais agressivo e moderno, e fazer qualquer coisa mais ao jeito do escorpião, deliciando, garantidamente, todos os apaixonados por esta marca italiana.
Interior
Assim que abrimos a porta do 695 esseesse mantem-se o ambiente de corrida. Os assentos desportivos da Sabelt têm cozido o nome desta versão nos encostos de cabeça, mas também o ‘one of 695’, pois este é o número de unidades que a Abarth vai produzir em cada uma das duas cores disponíveis nesta versão, ou seja, 1390. Nas costas dos assentos, o acabamento em branco também contribui para o visual de corrida, tal como os cintos de segurança em vermelho e as capas dos pedais em fibra de carbono (material que também encontramos no comando da caixa e em alguns elementos do volante).
A instrumentação digital também inclui um ambiente mais desportivo, com muito vermelho à mistura, mas quando premimos o botão com o escorpião que está na consola central, esta fica ainda mais interessante. Menos visível é o manómetro da pressão do turbo, que está do lado esquerdo da instrumentação, o que é pena, pois este raramente está parado, mas tal como diversos outros detalhes existentes a bordo, o mais divertido é ir descobrindo tudo aos poucos.
Equipamento
Por se tratar da versão de topo, o Abarth 695 esseesse inclui praticamente tudo aquilo que desejamos e muito mais, pelo menos, nos modelos deste segmento. O tablier e os assentos incluem forros em Alcantara, tal como algumas zonas do volante, intervalando com a fibra de carbono. E para os mais tecnológicos, nem sequer falta a ligação ao sistema de infotainement através de Apple CarPlay ou Android Auto. Claro que os mais exigentes vão sentir falta de um sistema de iluminação em LED e outras tecnologias que acabariam por elevar o preço deste Abarth, mas este é um modelo feito para conduzir e ser apreciado ainda em modo mais ou menos analógico e não para incluir um monte de coisas que, muitas vezes, nem sequer usamos.
No que diz respeito à unidade ensaiada, estão presentes 3.400 euros de extras, sendo que uma enorme percentagem deste valor é referente ao diferencial autoblocante mecânico. Além disso, há faróis bi-xénon (850 euros), um ‘pack urban’ com os sensores de chuva, luz e de estacionamento traseiro (350 euros) e a pequena tampa metálica da antena no tejadilho (150 euros), que também tem o logo da Abarth e também faz parte da lista de opcionais.
Consumos
O pequeno bloco de 1,4 litros tem de se alimentar de alguma forma e nesta marca ainda não há ajudas eletrificadas, nem sistemas híbridos. Aqui, é apenas a gasolina que alimenta o escorpião de tampa vermelha que se esconde debaixo do capot, e que precisa, no mínimo, de 6,9 litros a cada 100 quilómetros. Com a nossa utilização mais animada durante uns dias, o ‘mínimo’ não foi o ritmo imposto, pelo que a média de consumo final deste ensaio acabou por ficar nos 8,8 litros. Em contrapartida, o sorriso na cara estava bem presente.
Ao Volante
A diversão do Abarth não é apenas visual, especialmente quando este 695 também se encontra equipado com um diferencial autoblocante mecânico, que nos permite entrar nas curvas mais sinuosas com uma enorme confiança, acelerar vigorosamente e deixar que seja este a ajudar a obter a trajetória perfeita. Os 180 cavalos parecem estar sempre disponíveis, especialmente com o modo mais desportivo ‘Sport’ ativo e dificilmente ficamos a pensar que precisaríamos de mais.
Na parte mais dinâmica, os amortecedores Koni também parecem estar verdadeiramente empenhados em fazer com o Abarth não perca a compostura, sendo até divertido levantar o pé do acelerador em algumas das curvas, provocando um pouco mais a traseira, ainda que isto esteja longe de ser eficaz, é apenas divertido. Para acalmar os ânimos, o sistema de travagem da Brembo também parece estar sempre pronto para entrar em ação com discos de 305 mm no eixo dianteiro.
Motor
O pequeno bloco de 1,4 litros e quatro cilindros é uma das estrelas do Abarth 695 esseesse. Soma qualquer coisa como 180 cavalos de potência, que são mais do que suficientes para os 1.120 quilos que pesa, e contribui para as prestações de um verdadeiro escorpião. Para isso, e além do turbocompressor Garret, estão também presentes um filtro de ar BMC de alto rendimento e um sistema de escape da Akrapovič com uma melodia que é a verdadeira essência de qualquer Abarth.
Balanço Final
Mais de 40 mil euros por um pequeno Abarth é algo que nem todos conseguem digerir, mas, além de uma experiência de utilização incrível e única, este 695 esseesse é uma verdadeira edição de colecionador e muito exclusiva, inspirada num dos modelos mais icónicos da marca e numa das mais arrojadas criações de Carlo Abarth. Aliás, o esseesse é tão exclusivo, que já nem se encontra disponível para encomenda. O seu sucessor em termos de exclusividade é o 695 Tributo 131 Rally, que também presta homenagem a um histórico modelo da marca italiana. Mas não é mais barato do que este 695 esseesse.
Concorrentes
Mini Cooper S
Motor: quatro cilindros, 2.0 litros, turbo; potência: 178 cavalos; consumo médio: 5,8 l/100km; preço base: 36.805 €
Ficha Técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, turbo, a gasolina
Cilindrada (cm3): 1.398
Potência máxima (CV/rpm): 180/5.500
Binário máximo (Nm/rpm): 250/3.000
Tração: Dianteira
Transmissão: Manual de cinco velocidades
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson / Eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 6,7
Velocidade máxima (km/h): 225
Consumos misto (l/100 km): 6,9
Emissões CO2 (g/km): 156
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 3.660/1.627/1.480
Distância entre eixos (mm): 2.300
Largura de vias (fr/tr mm): 1.415/1.408
Peso (kg): 1.120
Capacidade da bagageira (l): 185
Depósito (l): 35
Pneus (fr/tr): 205/40 R17
Preço da versão ensaiada (Euros): 43.152 €
Preço da versão base (Euros): 39.752 €
Mais/Menos
Mais
– Imagem;
– Comportamento;
– Prestações;
Menos
– Espaço a bordo e na bagageira;
– Conforto;
– Preço;
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 43152€
Preço da versão base (Euros): 39752€
Exterior
Um Abarth será sempre um Abarth. E só mesmo quem não ligar absolutamente nenhuma a automóveis é que vai achar que se trata de um Fiat 500 com uns autocolantes a mais. A imagem do escorpião faz parte de toda a experiência, e no caso desta versão esseesse, isso inclui jantes de liga leve Racing de cor branca e com 17 polegadas de diâmetro, faixas laterais de corrida e capas dos espelhos também em branco e um aileron traseiro regulável manualmente que, em algumas posições mais parece um sistema de travagem aerodinâmico. Mas não, na realidade, consegue oferecer um pouco mais de força descendente, o que se traduz numa estabilidade mais elevada no eixo posterior. O outro detalhe que identifica esta versão a partir do exterior é só para os maiores entusiastas. É que, lá atrás, está o sistema de escape da Akrapovič, com uma sonoridade que nunca passará despercebida.
A única crítica que podemos apontar ao Abarth no exterior é mesmo o facto de este se basear na primeira geração do Fiat 500 “moderno”, tendo recebido apenas atualizações ao nível das óticas, dos sistemas de infotainment existentes a bordo e pouco mais. Provavelmente, já estava na altura da Abarth pegar na carroçaria do novo Fiat 500, de visual mais agressivo e moderno, e fazer qualquer coisa mais ao jeito do escorpião, deliciando, garantidamente, todos os apaixonados por esta marca italiana.
Interior
Assim que abrimos a porta do 695 esseesse mantem-se o ambiente de corrida. Os assentos desportivos da Sabelt têm cozido o nome desta versão nos encostos de cabeça, mas também o ‘one of 695’, pois este é o número de unidades que a Abarth vai produzir em cada uma das duas cores disponíveis nesta versão, ou seja, 1390. Nas costas dos assentos, o acabamento em branco também contribui para o visual de corrida, tal como os cintos de segurança em vermelho e as capas dos pedais em fibra de carbono (material que também encontramos no comando da caixa e em alguns elementos do volante).
A instrumentação digital também inclui um ambiente mais desportivo, com muito vermelho à mistura, mas quando premimos o botão com o escorpião que está na consola central, esta fica ainda mais interessante. Menos visível é o manómetro da pressão do turbo, que está do lado esquerdo da instrumentação, o que é pena, pois este raramente está parado, mas tal como diversos outros detalhes existentes a bordo, o mais divertido é ir descobrindo tudo aos poucos.
Equipamento
Por se tratar da versão de topo, o Abarth 695 esseesse inclui praticamente tudo aquilo que desejamos e muito mais, pelo menos, nos modelos deste segmento. O tablier e os assentos incluem forros em Alcantara, tal como algumas zonas do volante, intervalando com a fibra de carbono. E para os mais tecnológicos, nem sequer falta a ligação ao sistema de infotainement através de Apple CarPlay ou Android Auto. Claro que os mais exigentes vão sentir falta de um sistema de iluminação em LED e outras tecnologias que acabariam por elevar o preço deste Abarth, mas este é um modelo feito para conduzir e ser apreciado ainda em modo mais ou menos analógico e não para incluir um monte de coisas que, muitas vezes, nem sequer usamos.
No que diz respeito à unidade ensaiada, estão presentes 3.400 euros de extras, sendo que uma enorme percentagem deste valor é referente ao diferencial autoblocante mecânico. Além disso, há faróis bi-xénon (850 euros), um ‘pack urban’ com os sensores de chuva, luz e de estacionamento traseiro (350 euros) e a pequena tampa metálica da antena no tejadilho (150 euros), que também tem o logo da Abarth e também faz parte da lista de opcionais.
Consumos
O pequeno bloco de 1,4 litros tem de se alimentar de alguma forma e nesta marca ainda não há ajudas eletrificadas, nem sistemas híbridos. Aqui, é apenas a gasolina que alimenta o escorpião de tampa vermelha que se esconde debaixo do capot, e que precisa, no mínimo, de 6,9 litros a cada 100 quilómetros. Com a nossa utilização mais animada durante uns dias, o ‘mínimo’ não foi o ritmo imposto, pelo que a média de consumo final deste ensaio acabou por ficar nos 8,8 litros. Em contrapartida, o sorriso na cara estava bem presente.
Ao volante
A diversão do Abarth não é apenas visual, especialmente quando este 695 também se encontra equipado com um diferencial autoblocante mecânico, que nos permite entrar nas curvas mais sinuosas com uma enorme confiança, acelerar vigorosamente e deixar que seja este a ajudar a obter a trajetória perfeita. Os 180 cavalos parecem estar sempre disponíveis, especialmente com o modo mais desportivo ‘Sport’ ativo e dificilmente ficamos a pensar que precisaríamos de mais.
Na parte mais dinâmica, os amortecedores Koni também parecem estar verdadeiramente empenhados em fazer com o Abarth não perca a compostura, sendo até divertido levantar o pé do acelerador em algumas das curvas, provocando um pouco mais a traseira, ainda que isto esteja longe de ser eficaz, é apenas divertido. Para acalmar os ânimos, o sistema de travagem da Brembo também parece estar sempre pronto para entrar em ação com discos de 305 mm no eixo dianteiro.
Concorrentes
Mini Cooper S
Motor: quatro cilindros, 2.0 litros, turbo; potência: 178 cavalos; consumo médio: 5,8 l/100km; preço base: 36.805 €
Motor
O pequeno bloco de 1,4 litros e quatro cilindros é uma das estrelas do Abarth 695 esseesse. Soma qualquer coisa como 180 cavalos de potência, que são mais do que suficientes para os 1.120 quilos que pesa, e contribui para as prestações de um verdadeiro escorpião. Para isso, e além do turbocompressor Garret, estão também presentes um filtro de ar BMC de alto rendimento e um sistema de escape da Akrapovič com uma melodia que é a verdadeira essência de qualquer Abarth.
Balanço final
Mais de 40 mil euros por um pequeno Abarth é algo que nem todos conseguem digerir, mas, além de uma experiência de utilização incrível e única, este 695 esseesse é uma verdadeira edição de colecionador e muito exclusiva, inspirada num dos modelos mais icónicos da marca e numa das mais arrojadas criações de Carlo Abarth. Aliás, o esseesse é tão exclusivo, que já nem se encontra disponível para encomenda. O seu sucessor em termos de exclusividade é o 695 Tributo 131 Rally, que também presta homenagem a um histórico modelo da marca italiana. Mas não é mais barato do que este 695 esseesse.
– Imagem;
– Comportamento;
– Prestações;
– Espaço a bordo e na bagageira;
– Conforto;
– Preço;
Ficha técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, turbo, a gasolina
Cilindrada (cm3): 1.398
Potência máxima (CV/rpm): 180/5.500
Binário máximo (Nm/rpm): 250/3.000
Tração: Dianteira
Transmissão: Manual de cinco velocidades
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson / Eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 6,7
Velocidade máxima (km/h): 225
Consumos misto (l/100 km): 6,9
Emissões CO2 (g/km): 156
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 3.660/1.627/1.480
Distância entre eixos (mm): 2.300
Largura de vias (fr/tr mm): 1.415/1.408
Peso (kg): 1.120
Capacidade da bagageira (l): 185
Depósito (l): 35
Pneus (fr/tr): 205/40 R17
Preço da versão ensaiada (Euros): 43.152 €
Preço da versão base (Euros): 39.752 €
Preço da versão base (Euros): 39752€
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