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E se o Alpine A110 passasse a ser um desportivo 100 por cento elétrico?

By on 21 Julho, 2022

Bem, a Alpine não só pensou nisso como o fez, na forma de um protótipo que será oficialmente apresentado no próximo fim-de-semana, no Grande Prémio de Paul Ricard.

O pequeno desportivo azul de dois lugares veio reacender a chama da Alpine, que parecia perdida há uns bons anos. A nova interpretação do A110 seguiu as pisadas do seu antecessor, sendo uma versão mais moderna do mesmo, mas com uma essência muito semelhante. Mas agora, o futuro chegou ainda com mais força, e o A110 transformou-se num automóvel 100 por cento elétrico, que (para já) é apenas um exemplar único, destinado a comemorar o 60º aniversário do A110, mas também a deixar-nos espreitar para o que a marca anda a preparar para o futuro.

O Alpine A110 totalmente elétrico é um protótipo batizado com o nome E-ternité, inspirada por uma frase de Luca de Meo pouco depois da sua chegada ao Grupo Renault: “Quero eletrificar a Alpine para preservar o seu nome para toda a eternidade”. Laurent Rossi, o CEO da Alpine, encarou esta frase como um desafio e em menos de um ano, uma equipa de engenheiros transformou esta ideia em realidade. Os módulos de bateria são os mesmos usados no Mégane E-Tech, mas distribuídos de uma forma que não predicasse o desempenho dinâmico e a distribuição de peso do A110. Por essa razão, quatro destes módulos estão instalados na secção dianteira e os restantes oito na secção traseira, dentro de caixas metálicas construídas à medida deste modelo e, segundo a equipa, de uma forma “atípica”.

Apesar disto, o peso total deste modelo não aumentou drasticamente, ficando ainda abaixo dos 1400 quilos. No A110 E-Ternité, o aumento ficou resumido a 258 quilos, referente aos módulos da bateria, que estão prontos para alimentar a unidade motriz, capaz de oferecer 242 cavalos de potência e 300 Nm de binário, mas também uma autonomia acima dos 400 quilómetros. Em termos de prestações, são indicados 4,5 segundos para a aceleração dos 0 aos 100 km/h, mas também uma velocidade máxima em torno dos 250 km/h, sendo que aqui, a maior das novidades é mesmo a caixa automática de dupla embraiagem com duas relações, desenvolvida especificamente para este protótipo.

Para complementar este projeto, houve ainda quatro outras ideias que foram postas em prática, também com o objetivo de estudar a sua viabilidade para o futuro. A primeira é um sistema multimédia diferente do habitual, que usa um tablet pessoal para uma experiência de conectividade intuitiva e natural, baseada no Google ou em Android, permitindo que todas as aplicações do utilizador sejam centralizadas num único dispositivo. Este, trabalhará em conjunto com a segunda ideia, que é um sistema áudio bastante completo, com oito altifalantes e um ambiente surround, que não dispensa a presença de um potente subwoofer.

Também a bordo, a terceira ideia passa peça adoção de materiais mais inovadores e de origem sustentável, produzidos a partir de linho. Segundo a marca, o composto de fibra de linho consegue ser tão forte como a fibra de carbono, com a vantagem de oferecer uma melhor acústica. E assim, componentes como o revestimento do capô, o tejadilho, a janela traseira, a grelha, a estrutura dos bancos e a saia traseira foram produzidos neste material, dando uma ajuda na conquista de um peso mais reduzido.

O quarto pedido e também a cereja no topo do Alpine é a ausência de tejadilho. Tal como já é pedido há diversos anos pelos clientes e entusiastas da marca, a experiência a céu aberto está agora mais próxima. Ainda não se trata de um modelo completamente descapotável, mas graças à solução encontrada pela Alpine, já se consegue obter uma boa experiência a céu aberto, através da ausência de uma considerável área do tejadilho.

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