Volkswagen ID. 4 GTX – Ensaio Teste
Um toque mais desportivo
As designações começadas por GT têm um grande histórico na Volkswagen, sendo que a sua adaptação para um modo totalmente elétrico não será fácil. Para começar, a marca aposta na nova sigla GTX, que será uma espécie de opção mais desportiva para a família de modelos totalmente elétricos ID. Além do visual melhorado com jantes de maiores dimensões e alguns detalhes em termos de estilo, a versão GTX é também a que esconde o sistema elétrico mais potente dos disponíveis para este modelo, com 299 cavalos disponíveis para explorar as suas capacidades dinâmicas, mas também dois motores que oferecem tração nas quatro rodas.
Texto: André Mendes
– Prestações
– Comportamento
– Detalhes inspirados num GTI
– Peso das baterias
– Envolvência na condução
– Alguns equipamentos em falta
Exterior
O tom Kings Red escolhido para a carroçaria do ID. 4 GTX é específico desta versão e é também uma das opções que faz o melhor contraste com o teto de cor negra que esta opção também inclui. Além disso, o sistema de iluminação é também mais personalizado, com detalhes que só encontramos neste GTX e que têm uma animação personalizável para quando trancamos ou destrancamos o carro. Na frente, é a faixa em LED entre as duas óticas principais que se destaca, enquanto na traseira é o sistema de iluminação tridimensional, que oferece um visual muito próprio, com o formato de um “X” que se ilumina quando travamos. A versão GTX também se distingue facilmente das restantes opções da gama, nem que seja pela cor, pelos logos que identificam esta versão ou pelas jantes de 20 polegadas que fazem parte do equipamento de série.
Interior
Uma vez a bordo, a Volkswagen tentou seguir mais ou menos a receita que usa para os seus GTI. Ou seja, o ambiente é mais escurecido, com o teto em negro e há diversos detalhes em vermelho, que ganham ainda mais notoriedade se também optarmos por este tom para a iluminação ambiente. Os assentos contam com uma decoração específica, com diversas linhas em vermelho, e nas costas, a inscrição GTX não deixa margem para dúvidas. O logo da versão, surge também em detalhe na zona inferior do volante e nas soleiras das portas. Os elementos em azul que marcam presença no tablier e nos painéis das portas fogem um pouco do contexto pretp/vermelho, mas no meio do conjunto, acabam por contribuir para a imagem mais sofisticada.
Mais importante, é a excelente posição de condução, com regulações bastante amplas e a maior altura do ID. 4, que nos permite conseguir uma boa visibilidade. Menos práticos são os inúmeros comandos táteis que já fazem parte desta versão, sendo que nem os do volante escapam. De uma maneira geral, é mesmo necessário um certo período de habituação para conseguir lidar com todos os comandos e funções ou mesmo com os menus do sistema e com todos os automatismos que fazem parte deste modelo, sendo que, muitas vezes, até dão a ideia de que têm vontade própria.
Equipamento
Com a versão GTX, há diversos equipamentos que já estão incluídos de série, tais como o enorme ecrã tátil existente no topo da consola, o sistema de iluminação em LED ou o volante e tablier com diversos elementos forrados em pele. Ainda assim, e nos tempos que correm, não deixa de ser estranho encontrar um modelo neste segmento, em que se tenha de usar a chave para trancar e destrancar as portas, uma vez que o sistema Keyless está disponível apenas como opção, e ao fazer marcha-atrás numa manobra de estacionamento, não se possa contar com a câmara traseira, que é uma ajuda preciosa num carro em que a visibilidade traseira nem sequer é dos seus melhores argumentos.
Consumos
Numa comparação direta com a versão de 204 cavalos, a grande diferença está no facto de esta opção contar com um segundo motor elétrico, o que eleva a potência para os 299 cavalos, mas também tem influência no consumo de energia. O valor declarado pela marca para um percurso misto é de 16,3 kWh a cada 100 quilómetros, mas no nosso ensaio, o valor indicado pelo computador de bordo andou mais em torno dos 18,5 kWh.
Ao Volante
Temos de confessar que não estávamos à espera de um GTI “elétrico”. A maior altura da carroçaria e o peso mais elevado ajudaram a ficarmos com esta ideia, mesmo antes de conduzirmos o GTX. No entanto, e depois de percebermos que os 299 cavalos conseguem oferecer uma boa capacidade de aceleração, também começámos a sentir que o ID. 4 GTX não desgosta de curvar. A afinação da suspensão, que na unidade ensaiada tinha incluído o pacote Sport Plus com a direção progressiva e a suspensão adaptativa, faz com que a carroçaria não adorne excessivamente e que os seus movimentos fiquem mais controlados quando passamos de uma curva para outra. A facilidade com que as acelerações nos colam às costas do assento estão num patamar de um GTI e, nos traçados mais sinuosos, o GTX também não se saiu nada mal. No entanto, o formato de SUV e a grande ausência do ruído do motor, acabam de retirar um pouco da envolvência a toda a experiência, já para não falar nas mais de 2,2 toneladas de peso.
Motor
Uma das principais diferenças do GTX para os restantes modelos da família ID. 4, é que esta versão tem dois eixos motrizes, em vez de ver a potência passar apenas para as rodas traseiras. Essencialmente, a maior parte da potência continua a passar “lá para trás”, mas quando a tração na frente começa a ser precisa, ela lá aparece e dá uma ajuda na dinâmica, contando mesmo com o diferencial eletrónico XDS que também faz parte de outros modelos da família GT.
Balanço Final
A primeira abordagem da Volkswagen para uma versão elétrica em que a designação começa por GT está longe de ser uma desilusão, bem pelo contrário. O visual está presente, as prestações também e a dinâmica, de uma forma ou de outra também acabam por nos oferecer um ritmo semelhante. Ainda não é um carro que desejamos conduzir apenas porque nos apetece, mesmo quando está frio e estamos confortáveis no sofá de casa. Esse papel ainda está reservado para um Golf GTI, por exemplo. Mas é uma excelente primeira abordagem e continua a ser uma ótima opção para a família, muito mais despachado, com uma dinâmica otimizada e com um estilo de GTI.
Concorrentes
Audi Q4 50 quattro
Motor: Elétrico; 299 cavalos; Tração integral; Autonomia: 487 km; Velocidade máx.: 180 km/h; Consumo combinado: 18 kWh/100 km; Preço 64.173 €
Ficha Técnica
Motor
Tipo: Elétrico
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 299/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 162+310/n.d.
Tração: Integral
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson / Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / tambores
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 6,2
Velocidade máxima (km/h): 180
Consumos misto (kWh/100 km): 16,3
Autonomia máxima – WLTP (km): 480
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.582/1.852/1.616
Distância entre eixos (mm): 2.765
Largura de vias (fr/tr mm): n.d./n.d.
Peso (kg): 2.224
Capacidade da bagageira (l): 543
Pneus (fr/tr): 235/50 R20 | 255/45 R20
Preço da versão ensaiada (Euros): 57.372 €
Preço da versão base (Euros): 54.384 €
Mais/Menos
Mais
– Prestações
– Comportamento
– Detalhes inspirados num GTI
Menos
– Peso das baterias
– Envolvência na condução
– Alguns equipamentos em falta
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 57372€
Preço da versão base (Euros): 54384€
Exterior
O tom Kings Red escolhido para a carroçaria do ID. 4 GTX é específico desta versão e é também uma das opções que faz o melhor contraste com o teto de cor negra que esta opção também inclui. Além disso, o sistema de iluminação é também mais personalizado, com detalhes que só encontramos neste GTX e que têm uma animação personalizável para quando trancamos ou destrancamos o carro. Na frente, é a faixa em LED entre as duas óticas principais que se destaca, enquanto na traseira é o sistema de iluminação tridimensional, que oferece um visual muito próprio, com o formato de um “X” que se ilumina quando travamos. A versão GTX também se distingue facilmente das restantes opções da gama, nem que seja pela cor, pelos logos que identificam esta versão ou pelas jantes de 20 polegadas que fazem parte do equipamento de série.
Interior
Uma vez a bordo, a Volkswagen tentou seguir mais ou menos a receita que usa para os seus GTI. Ou seja, o ambiente é mais escurecido, com o teto em negro e há diversos detalhes em vermelho, que ganham ainda mais notoriedade se também optarmos por este tom para a iluminação ambiente. Os assentos contam com uma decoração específica, com diversas linhas em vermelho, e nas costas, a inscrição GTX não deixa margem para dúvidas. O logo da versão, surge também em detalhe na zona inferior do volante e nas soleiras das portas. Os elementos em azul que marcam presença no tablier e nos painéis das portas fogem um pouco do contexto pretp/vermelho, mas no meio do conjunto, acabam por contribuir para a imagem mais sofisticada.
Mais importante, é a excelente posição de condução, com regulações bastante amplas e a maior altura do ID. 4, que nos permite conseguir uma boa visibilidade. Menos práticos são os inúmeros comandos táteis que já fazem parte desta versão, sendo que nem os do volante escapam. De uma maneira geral, é mesmo necessário um certo período de habituação para conseguir lidar com todos os comandos e funções ou mesmo com os menus do sistema e com todos os automatismos que fazem parte deste modelo, sendo que, muitas vezes, até dão a ideia de que têm vontade própria.
Equipamento
Com a versão GTX, há diversos equipamentos que já estão incluídos de série, tais como o enorme ecrã tátil existente no topo da consola, o sistema de iluminação em LED ou o volante e tablier com diversos elementos forrados em pele. Ainda assim, e nos tempos que correm, não deixa de ser estranho encontrar um modelo neste segmento, em que se tenha de usar a chave para trancar e destrancar as portas, uma vez que o sistema Keyless está disponível apenas como opção, e ao fazer marcha-atrás numa manobra de estacionamento, não se possa contar com a câmara traseira, que é uma ajuda preciosa num carro em que a visibilidade traseira nem sequer é dos seus melhores argumentos.
Consumos
Numa comparação direta com a versão de 204 cavalos, a grande diferença está no facto de esta opção contar com um segundo motor elétrico, o que eleva a potência para os 299 cavalos, mas também tem influência no consumo de energia. O valor declarado pela marca para um percurso misto é de 16,3 kWh a cada 100 quilómetros, mas no nosso ensaio, o valor indicado pelo computador de bordo andou mais em torno dos 18,5 kWh.
Ao volante
Temos de confessar que não estávamos à espera de um GTI “elétrico”. A maior altura da carroçaria e o peso mais elevado ajudaram a ficarmos com esta ideia, mesmo antes de conduzirmos o GTX. No entanto, e depois de percebermos que os 299 cavalos conseguem oferecer uma boa capacidade de aceleração, também começámos a sentir que o ID. 4 GTX não desgosta de curvar. A afinação da suspensão, que na unidade ensaiada tinha incluído o pacote Sport Plus com a direção progressiva e a suspensão adaptativa, faz com que a carroçaria não adorne excessivamente e que os seus movimentos fiquem mais controlados quando passamos de uma curva para outra. A facilidade com que as acelerações nos colam às costas do assento estão num patamar de um GTI e, nos traçados mais sinuosos, o GTX também não se saiu nada mal. No entanto, o formato de SUV e a grande ausência do ruído do motor, acabam de retirar um pouco da envolvência a toda a experiência, já para não falar nas mais de 2,2 toneladas de peso.
Concorrentes
Audi Q4 50 quattro
Motor: Elétrico; 299 cavalos; Tração integral; Autonomia: 487 km; Velocidade máx.: 180 km/h; Consumo combinado: 18 kWh/100 km; Preço 64.173 €
Motor
Uma das principais diferenças do GTX para os restantes modelos da família ID. 4, é que esta versão tem dois eixos motrizes, em vez de ver a potência passar apenas para as rodas traseiras. Essencialmente, a maior parte da potência continua a passar “lá para trás”, mas quando a tração na frente começa a ser precisa, ela lá aparece e dá uma ajuda na dinâmica, contando mesmo com o diferencial eletrónico XDS que também faz parte de outros modelos da família GT.
Balanço final
A primeira abordagem da Volkswagen para uma versão elétrica em que a designação começa por GT está longe de ser uma desilusão, bem pelo contrário. O visual está presente, as prestações também e a dinâmica, de uma forma ou de outra também acabam por nos oferecer um ritmo semelhante. Ainda não é um carro que desejamos conduzir apenas porque nos apetece, mesmo quando está frio e estamos confortáveis no sofá de casa. Esse papel ainda está reservado para um Golf GTI, por exemplo. Mas é uma excelente primeira abordagem e continua a ser uma ótima opção para a família, muito mais despachado, com uma dinâmica otimizada e com um estilo de GTI.
– Prestações
– Comportamento
– Detalhes inspirados num GTI
– Peso das baterias
– Envolvência na condução
– Alguns equipamentos em falta
Ficha técnica
Motor
Tipo: Elétrico
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 299/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 162+310/n.d.
Tração: Integral
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson / Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / tambores
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 6,2
Velocidade máxima (km/h): 180
Consumos misto (kWh/100 km): 16,3
Autonomia máxima – WLTP (km): 480
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.582/1.852/1.616
Distância entre eixos (mm): 2.765
Largura de vias (fr/tr mm): n.d./n.d.
Peso (kg): 2.224
Capacidade da bagageira (l): 543
Pneus (fr/tr): 235/50 R20 | 255/45 R20
Preço da versão ensaiada (Euros): 57.372 €
Preço da versão base (Euros): 54.384 €
Preço da versão base (Euros): 54384€
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