Volkswagen Golf 1.4 TSI eHybrid – Ensaio Teste

By on 6 Maio, 2022

Aposta segura

O Volkswagen Golf é quase uma instituição. Continua a ser um dos modelos mais comercializados do mercado europeu e conta com uma legião de clientes que já sabe com o que pode contar quando opta por trocar de carro para a geração seguinte, mas sempre de Golf. Sem se destacar em nada do outro mundo, o Volkswagen Golf continua a fazer quase tudo bem, garantindo a fidelidade de diversos clientes. E agora, com esta nova versão eHybrid, acrescenta uma alternativa híbrida plug-in para quem deseja uma versão mais discreta e mais barata do que o GTE de 245 cavalos, mas que já quer começar a ligar o carro à corrente.

Texto: André Mendes


Mais:

– Posição de condução
– Equipamento
– Sistema híbrido

Menos:

– Comandos táteis
– Imagem pouco emotiva
– Capacidade da mala

Exterior

6/10

É um golf. Podemos passar para o ponto seguinte? Ainda não. Com esta oitava geração, o Golf evoluiu um pouco mais a receita que já é preparada há 48 anos, e sempre de uma forma eficiente, que funciona, mas tentou ligá-lo um pouco mais ao resto da família, com detalhes que não soaram muito bem à legião de fãs. Está mais sofisticado e tecnológico, mas também com um ar betinho de menino do coro, especialmente nesta versão Style, com jantes de 16 polegadas e sem para-choques desportivos de visual mais apelativo. Na secção traseira acontece o mesmo, com traços simples e iguais ao resto da gama, apenas com a designação eHybrid a marcar a diferença. Quanto a tudo o resto, bem, é um Golf.

Interior

7/10

A bordo, as coisas já mudam mais um pouco. Nesta geração, o ambiente mudou bastante e a parte tecnológica chegou em força. É engraçado como diversas coisas nos continuam a parecer bastante familiares e instaladas precisamente no mesmo sítio de outras gerações, mas com os comandos mais evoluídos dos modelos do Grupo Volkswagen onde, infelizmente, proliferam os inúmeros comandos táteis, que requerem mesmo muita habituação. No Golf, apenas os comandos do volante ainda incluem botões convencionais, mas vai ser uma questão de tempo até receber os táteis que já estão presentes noutros modelos.

Uma das coisas que não está muito diferente é a excelente posição de condução e que se regula em segundos. Quase que o podemos fazer mesmo antes de entrar no carro pela primeira vez e o resultado não será muito diferente do desejado. Nas diferenças mais visíveis está o novo comando da caixa de velocidades que é agora um pequeno seletor, e o enorme monitor tátil que passou para a zona superior do tablier e inclui a grande maioria dos comandos. Os mais diretos, no entanto, como o ar condicionado e os modos de condução, ficam no centro do tablier, entre as saídas da ventilação.

Em termos de espaço, o Golf está próximo dos seus rivais e os utilizadores dos lugares traseiros não vão ficar impressionados. Mas onde falta mesmo espaço é na bagageira, que se vê forçada a reduzir a sua capacidade para os 272 litros para se poderem instalar as baterias do sistema híbrido na zona inferior desta.

Equipamento

7/10

A versão Style do Golf fica praticamente no meio da oferta. É aquela versão mais elegante e sem nenhum toque desportivo, que parece estar completamente despida de equipamento, mas que, afinal, acaba por ter praticamente tudo o que precisamos e mais umas quantas coisas. Por exemplo, nem sequer falta o assento do condutor ErgoActive, com regulação elétrica e função de massagem, nem o sistema de navegação, nem o sistema de iluminação LED Performance, nem o ar condicionado automático Climatronic, com regulações independentes para o condutor e passageiro. A instrumentação é totalmente digital, há uma consola com um carregador sem fios para o telefone e Apple CarPlay e Android Auto, também sem fios.

Na unidade ensaiada, os extras ficaram resumidos à pintura metalizada (575,28 €), teto panorâmico com comando elétrico (1.016,94 €), câmara traseira Rear Assist (315,18 €), sistema Keyless Access (431,46 €) e vidros traseiros escurecidos (263,16 €).

Consumos

8/10

Assim que premimos o botão start/stop existente na consola central o Golf eHybrid inicia sempre o sistema no modelo 100% elétrico, desde que haja carga suficiente na bateria. E é assim que podemos arrancar e circular vários quilómetros sem gastar uma gota de combustível. Os 110 cavalos de potência do motor elétrico são mais do que suficientes para as deslocações mais simples, especialmente em modo urbano, mas também consegue circular em autoestrada até aos 130 km/h. Em termos de autonomia, o valor indicado é de 80 quilómetros, mas ficámos com a ideia de que será precisa muita regeneração de energia para chegar a essa distância. Agora, um valor entre os 50 e os 60 quilómetros não deverá ser minimamente complicado.

Numa deslocação efetuada com uma boa percentagem de autoestrada e com diversos quilómetros a utilizar o motor combustão para ir carregando a bateria, registámos uma média de consumo de 6,4 litros, mas numa utilização convencional, em percurso misto com cidade e autoestrada, o valor final ficou nos 4,3 litros. Com deslocações essencialmente efetuadas em cidade ou arredores, com a possibilidade de carregar o carro em casa, acreditamos que se consiga chegar aos valores abaixo dos dois litros que a marca declara para esta versão. Durante o teste, andámos muitas vezes perto dos três e sem restrições de utilização.

Ao Volante

8/10

Mesmo com um visual simples e mais do que discreto, com jantes de 16 polegadas e perfil de pneu 55, o Golf inspira confiança para uma estrada mais sinuosa. Mas o objetivo não é oferecer o máximo prazer de condução, e assim apenas transportar-nos rapidamente para o destino desejado. A posição de condução é excelente e mesmo quando provocado, o Golf consegue efetuar com nota elevada a grande maioria dos desafios que lhe colocamos, mas nota-se que para a parte mais emotiva, há um GTE ou mesmo um GTI nesta gama.

Motor

6/10

A equipar a versão eHybrid, mas também o GTE, a configuração é precisamente a mesma. As mudanças e a diferença de potência são apenas influenciadas pelo software. Ou seja, debaixo do capot, está o motor TSI de 1,4 litros a gasolina com 150 cavalos de potência, mas também o motor elétrico HEM80evo com 80 kW, ou 110 cavalos. O valor combinado do sistema fica nos 204 cavalos que ficam perfeitamente enquadrados num automóvel que está preparado para quase tudo o que possa acontecer na nossa rotina diária.

Balanço Final

7/10

Com tudo isto, podemos ficar a pensar que o Golf é uma verdadeira seca. Mas não é isso que acontece. O Golf representa a tal receita de que lhe estávamos a falar mais em cima, independente da geração em que se encontre. O seu propósito é o de cumprir a missão para que foi criado, tal como um canivete suíço. E isso, o Golf continua a fazer de uma forma perfeita e quase isenta de falhas. Se podia ser um pouco mais emotivo? Podia. Mas esse é o GTE, não este. Este eHybrid é “apenas” aquele que faz tudo o que lhe pedimos e cumpre o seu propósito. E agora, com a possibilidade de utilizar a eletricidade em nosso benefício, o que é uma grande vantagem.

Concorrentes

Opel Astra PHEV GS Line
Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, turbo, gasolina + motor elétrico; potência: 180 cv; aceleração dos 0 aos 100 km/h: 7,6 segundos; autonomia elétrica: 61 km; preço base: 41.820 €

Peugeot 308 Hybrid GT
Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, turbo, gasolina + motor elétrico; potência: 180 cv; aceleração dos 0 aos 100 km/h: 7,6 segundos; autonomia elétrica: 60 km; preço base: 40.100 €

Renault Mégane E-Tech Híbrido Plug-in R.S. Line
Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, gasolina + motor elétrico; potência: 160 cv; aceleração dos 0 aos 100 km/h: 9,4 segundos; autonomia elétrica: 51 km; preço base: 39.200 €

Ficha Técnica

Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, gasolina, turbo
Cilindrada (cm3): 1.395
Potência máxima (CV/rpm): 204/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 350/n.d.
Tração: Dianteira
Transmissão: Automática DSG de 6 velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, McPherson / Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 7,4
Velocidade máxima (km/h): 220
Consumos misto (l/100 km): 1,2
Emissões CO2 (gr/km): 28

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.284/1.789/1.482
Distância entre eixos (mm): 2.629
Largura de vias (fr/tr mm): 1.543/1.516
Peso (kg): 1.590
Capacidade da bagageira (l): 272
Deposito de combustível (l): 40
Pneus (fr/tr): 205/55 R16

Preço da versão ensaiada (Euros): 42.658 €
Preço da versão base (Euros): 40.056 €

Mais/Menos


Mais

– Posição de condução
– Equipamento
– Sistema híbrido

Menos

– Comandos táteis
– Imagem pouco emotiva
– Capacidade da mala

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 42.658€

Preço da versão base (Euros): 40.056€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

É um golf. Podemos passar para o ponto seguinte? Ainda não. Com esta oitava geração, o Golf evoluiu um pouco mais a receita que já é preparada há 48 anos, e sempre de uma forma eficiente, que funciona, mas tentou ligá-lo um pouco mais ao resto da família, com detalhes que não soaram muito bem à legião de fãs. Está mais sofisticado e tecnológico, mas também com um ar betinho de menino do coro, especialmente nesta versão Style, com jantes de 16 polegadas e sem para-choques desportivos de visual mais apelativo. Na secção traseira acontece o mesmo, com traços simples e iguais ao resto da gama, apenas com a designação eHybrid a marcar a diferença. Quanto a tudo o resto, bem, é um Golf.

Interior

A bordo, as coisas já mudam mais um pouco. Nesta geração, o ambiente mudou bastante e a parte tecnológica chegou em força. É engraçado como diversas coisas nos continuam a parecer bastante familiares e instaladas precisamente no mesmo sítio de outras gerações, mas com os comandos mais evoluídos dos modelos do Grupo Volkswagen onde, infelizmente, proliferam os inúmeros comandos táteis, que requerem mesmo muita habituação. No Golf, apenas os comandos do volante ainda incluem botões convencionais, mas vai ser uma questão de tempo até receber os táteis que já estão presentes noutros modelos.

Uma das coisas que não está muito diferente é a excelente posição de condução e que se regula em segundos. Quase que o podemos fazer mesmo antes de entrar no carro pela primeira vez e o resultado não será muito diferente do desejado. Nas diferenças mais visíveis está o novo comando da caixa de velocidades que é agora um pequeno seletor, e o enorme monitor tátil que passou para a zona superior do tablier e inclui a grande maioria dos comandos. Os mais diretos, no entanto, como o ar condicionado e os modos de condução, ficam no centro do tablier, entre as saídas da ventilação.

Em termos de espaço, o Golf está próximo dos seus rivais e os utilizadores dos lugares traseiros não vão ficar impressionados. Mas onde falta mesmo espaço é na bagageira, que se vê forçada a reduzir a sua capacidade para os 272 litros para se poderem instalar as baterias do sistema híbrido na zona inferior desta.

Equipamento

A versão Style do Golf fica praticamente no meio da oferta. É aquela versão mais elegante e sem nenhum toque desportivo, que parece estar completamente despida de equipamento, mas que, afinal, acaba por ter praticamente tudo o que precisamos e mais umas quantas coisas. Por exemplo, nem sequer falta o assento do condutor ErgoActive, com regulação elétrica e função de massagem, nem o sistema de navegação, nem o sistema de iluminação LED Performance, nem o ar condicionado automático Climatronic, com regulações independentes para o condutor e passageiro. A instrumentação é totalmente digital, há uma consola com um carregador sem fios para o telefone e Apple CarPlay e Android Auto, também sem fios.

Na unidade ensaiada, os extras ficaram resumidos à pintura metalizada (575,28 €), teto panorâmico com comando elétrico (1.016,94 €), câmara traseira Rear Assist (315,18 €), sistema Keyless Access (431,46 €) e vidros traseiros escurecidos (263,16 €).

Consumos

Assim que premimos o botão start/stop existente na consola central o Golf eHybrid inicia sempre o sistema no modelo 100% elétrico, desde que haja carga suficiente na bateria. E é assim que podemos arrancar e circular vários quilómetros sem gastar uma gota de combustível. Os 110 cavalos de potência do motor elétrico são mais do que suficientes para as deslocações mais simples, especialmente em modo urbano, mas também consegue circular em autoestrada até aos 130 km/h. Em termos de autonomia, o valor indicado é de 80 quilómetros, mas ficámos com a ideia de que será precisa muita regeneração de energia para chegar a essa distância. Agora, um valor entre os 50 e os 60 quilómetros não deverá ser minimamente complicado.

Numa deslocação efetuada com uma boa percentagem de autoestrada e com diversos quilómetros a utilizar o motor combustão para ir carregando a bateria, registámos uma média de consumo de 6,4 litros, mas numa utilização convencional, em percurso misto com cidade e autoestrada, o valor final ficou nos 4,3 litros. Com deslocações essencialmente efetuadas em cidade ou arredores, com a possibilidade de carregar o carro em casa, acreditamos que se consiga chegar aos valores abaixo dos dois litros que a marca declara para esta versão. Durante o teste, andámos muitas vezes perto dos três e sem restrições de utilização.

Ao volante

Mesmo com um visual simples e mais do que discreto, com jantes de 16 polegadas e perfil de pneu 55, o Golf inspira confiança para uma estrada mais sinuosa. Mas o objetivo não é oferecer o máximo prazer de condução, e assim apenas transportar-nos rapidamente para o destino desejado. A posição de condução é excelente e mesmo quando provocado, o Golf consegue efetuar com nota elevada a grande maioria dos desafios que lhe colocamos, mas nota-se que para a parte mais emotiva, há um GTE ou mesmo um GTI nesta gama.

Concorrentes

Opel Astra PHEV GS Line
Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, turbo, gasolina + motor elétrico; potência: 180 cv; aceleração dos 0 aos 100 km/h: 7,6 segundos; autonomia elétrica: 61 km; preço base: 41.820 €

Peugeot 308 Hybrid GT
Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, turbo, gasolina + motor elétrico; potência: 180 cv; aceleração dos 0 aos 100 km/h: 7,6 segundos; autonomia elétrica: 60 km; preço base: 40.100 €

Renault Mégane E-Tech Híbrido Plug-in R.S. Line
Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, gasolina + motor elétrico; potência: 160 cv; aceleração dos 0 aos 100 km/h: 9,4 segundos; autonomia elétrica: 51 km; preço base: 39.200 €

Motor

A equipar a versão eHybrid, mas também o GTE, a configuração é precisamente a mesma. As mudanças e a diferença de potência são apenas influenciadas pelo software. Ou seja, debaixo do capot, está o motor TSI de 1,4 litros a gasolina com 150 cavalos de potência, mas também o motor elétrico HEM80evo com 80 kW, ou 110 cavalos. O valor combinado do sistema fica nos 204 cavalos que ficam perfeitamente enquadrados num automóvel que está preparado para quase tudo o que possa acontecer na nossa rotina diária.

Balanço final

Com tudo isto, podemos ficar a pensar que o Golf é uma verdadeira seca. Mas não é isso que acontece. O Golf representa a tal receita de que lhe estávamos a falar mais em cima, independente da geração em que se encontre. O seu propósito é o de cumprir a missão para que foi criado, tal como um canivete suíço. E isso, o Golf continua a fazer de uma forma perfeita e quase isenta de falhas. Se podia ser um pouco mais emotivo? Podia. Mas esse é o GTE, não este. Este eHybrid é “apenas” aquele que faz tudo o que lhe pedimos e cumpre o seu propósito. E agora, com a possibilidade de utilizar a eletricidade em nosso benefício, o que é uma grande vantagem.

Mais

– Posição de condução
– Equipamento
– Sistema híbrido

Menos

– Comandos táteis
– Imagem pouco emotiva
– Capacidade da mala

Ficha técnica

Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, gasolina, turbo
Cilindrada (cm3): 1.395
Potência máxima (CV/rpm): 204/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 350/n.d.
Tração: Dianteira
Transmissão: Automática DSG de 6 velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, McPherson / Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 7,4
Velocidade máxima (km/h): 220
Consumos misto (l/100 km): 1,2
Emissões CO2 (gr/km): 28

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.284/1.789/1.482
Distância entre eixos (mm): 2.629
Largura de vias (fr/tr mm): 1.543/1.516
Peso (kg): 1.590
Capacidade da bagageira (l): 272
Deposito de combustível (l): 40
Pneus (fr/tr): 205/55 R16

Preço da versão ensaiada (Euros): 42.658 €
Preço da versão base (Euros): 40.056 €

Preço da versão ensaiada (Euros): 42.658€
Preço da versão base (Euros): 40.056€