Mitsubishi Eclipse Cross PHEV – Ensaio Teste
Ganhar fôlego
A Mitsubishi tem estado um pouco adormecida no nosso mercado. Depois de anos em que a sua gama era composta por diversos modelos e versões, a oferta atual é composta apenas pelo pequeno utilitário Space Star, pela Pick-up L200 e por este Eclipse Cross, que só está disponível numa versão híbrida plug-in. E é aqui que começam as coisas boas. Este Plug-in Hybrid usa o mesmo sistema que já conhecemos do Outlander, com dois motores elétricos e um de combustão, e que se revelou uma referência num mundo de soluções eletrificadas quando estas ainda não estavam na ordem do dia. O novo Eclipse Cross revela-se assim uma boa alternativa para a nova era em que vivemos, com um sistema bastante competente, mas com um conjunto datado e que está a precisar de evoluir em diversos pontos, algo que já está agendado para o próximo ano e que deixa este modelo apenas a ganhar fôlego para tudo o que aí vem.
Texto: André Mendes
– Conforto
– Sistema híbrido
– Preço
– Caixa CVT
– Comportamento
Exterior
Esta é a segunda geração deste Eclipse Cross, com um estilo modernizado e otimizado, com o objetivo de agradar a mais consumidores, mas também de ficar mais próximo dos restantes modelos da marca dos três diamantes. As diferenças mais relevantes são visíveis na agressividade da secção dianteira, com novos grupos óticos, uma grelha mais imponente e os frisos em formato de “C” numa posição de maior relevo. La atrás, em vez das óticas de formato mais vertical e com um friso que ligava os dois conjuntos, dividindo a janela traseira na horizontal, está agora uma solução mais arrumada e com menos arrojo, que lhe confere um toque mais conservador, mas não menos apelativo. A suspensão mais elevada é uma mais-valia no meio dos outros automóveis e as jantes de 18 polegadas representam um bom compromisso entre estética e conforto.
Interior
É precisamente a bordo do Eclipse Cross que mais notamos a necessidade de evoluir. Apesar de bem construído e com um visual que também segue uma linha mais conservadora, o interior do Eclipse Cross não deixa de parecer antiquado face a diversos dos outros modelos do mercado. No painel de instrumentos, por exemplo, o velocímetro e o indicador de potência ainda são analógicos, deixando apenas o computador de bordo, ao centro, com uma informação a cores num pequeno ecrã vertical.
Em termos de espaço, o Eclipse Cross corresponde às exigências de uma pequena família e a bagageira com mais de 400 litros de capacidade permite transportar muita coisa. E se há trunfo que este SUV inclui é mesmo o do conforto. O habitáculo é sereno e os assentos num misto de pele e Alcântara oferecem uma boa postura ao volante, mesmo com uma coluna de direção que também nos mostra a idade da plataforma, uma vez que deixa o volante demasiado inclinado e com pouca amplitude de regulações.
Equipamento
Ainda que não existam equipamentos sofisticados e monitores gigantes, o Eclipse Cross inclui o essencial para uma rotina diária mais intensa. O monitor central de oito polegadas existente no topo da consola é tátil e inclui a possibilidade de espelhar o conteúdo do telefone através de Apple CarPlay ou Android Auto. O volante inclui os comandos para as funções mais utilizadas e o ar condicionado permite uma regulação de temperatura individual entre o condutor e passageiro. E depois, há ainda um competente sistema de iluminação em LED e inúmeros sistemas de segurança ativa e passiva, que deixam o SUV da Mitsubishi no mesmo patamar que a maioria dos seus rivais.
Consumos
O primeiro teste de consumos que efetuámos ao volante do Eclipse Cross foi bastante duro e colocou à prova o modo 100% elétrico. Com a bateria totalmente carregada, o computador de bordo anunciava uma autonomia acima dos 50 quilómetros e adotámos um modo de condução tranquilo que deixasse o motor térmico a descansar. Só que, na deslocação que efetuámos, um acumular de trânsito inesperado fez com que ficássemos mais de uma hora ao volante, para um percurso inicial com pouco mais de 20 quilómetros. Mas mesmo assim, no final, a média de consumo indicada foi de 0,0 l/100, uma vez que usámos apenas o modo elétrico. Em termos de quilómetros, pode parecer muito pouco, mas se pensarmos no tempo em que o sistema esteve a alimentar um automóvel que pesa quase duas toneladas e todos os consumidores de energia enquanto estivemos parados, ou quase, torna-se muito positivo o facto de nem termos usado o motor de combustão e ainda termos chegado ao destino com alguma autonomia elétrica.
Numa utilização mais convencional e fluída, é mais frequente as médias andarem entre os seis e os sete litros, uma vez que a capacidade de regeneração do sistema é muito boa e dá uma grande ajuda na captação de energia, mas se a bateria estiver totalmente descarregada e usarmos o modo charge, em autoestrada, por exemplo, para a carregar, os valores acabam por subir. No entanto, é necessário referir que este método não é o mais indicado para carregar a bateria e sim uma solução de recurso, uma vez que o Eclipse Cross é um Plug-In, que dispõe de uma convencional tomada Type2, mas também de uma CHAdeMO, que já não é tão frequente, destinada a carregamentos rápidos.
Ao Volante
A plataforma do Eclipse também é a mesma do Outlander e notam-se os anos com que já conta. A capacidade de enfrentar um traçado mais sinuoso não é das mais cativantes e faz-nos lembrar de imediato que todo o conjunto é pesado e que as suspensões estão mais vocacionadas para oferecer um bom nível de conforto. E de facto, isso conseguem fazer com grande mestria. Mesmo em ruas mais antigas em que o piso não ajuda, a serenidade a bordo mantém-se, sem movimentos exagerados da carroçaria e com um bom patamar de ruído. E a eficiência do sistema híbrido é tão discreta que mal damos pelo seu funcionamento.
Motor
O sistema híbrido é o mesmo que conhecemos do Outlander, mas com um patamar de potência mais comedido. Inclui o mesmo motor a gasolina com 2,4 litros de capacidade e dois elétricos, um instalado em cada eixo, funcionando tudo com uma caixa de variação contínua, que é um dos principais elementos a não deixar que a experiência de condução seja um pouco melhor. Os seus exageros em termos de regime, sempre que precisamos de ganhar um pouco mais de velocidade, deixam-nos mesmo com a ideia de que prejudicam bastante a eficiência do motor de combustão em termos de consumo, ainda que possa ser bastante eficiente em diversas outras situações. Em contrapartida, a eficiência do sistema híbrido é muito boa, e já o é há alguns anos, desde a primeira vez que surgiu no Outlander. O seu funcionamento é isento de falhas e hesitações e oferece uma boa interação no “jogo” de conseguir controlar o funcionamento elétrico ao longo das deslocações pela cidade. Fora do asfalto, a maior altura ao solo e o facto de existirem quatro rodas motrizes, não impede que este SUV já explorar alguns caminhos mais alternativos.
Balanço Final
O sistema híbrido deste Eclipse Cross é mesmo uma das suas principais virtudes. Apesar dos anos que já tem de mercado, mostra facilmente a razão porque sempre foi considerado uma das referências desta categoria, através de um funcionamento simples e muito eficiente. A versão eMotion, que aqui ensaiamos, apresenta um preço abaixo dos 34 mil euros, o que nos parece bastante competitivo face ao que este SUV tem para oferecer. É que, apesar de estar a precisar de uma renovação, todo o conjunto, de uma maneira geral, ainda se mantém bastante atual e capaz de se manter assim durante uns anos.
Concorrentes
Peugeot 3008 Hybrid 225 – Motor: quatro cilindros, 1.6 litros; potência: 225 cavalos; consumo médio: 1,4 l/100km; preço base: 43.825 €
Volkswagen Tiguan TSI PHEV Life – Motor: quatro cilindros, 1.4 litros; potência: 245 cavalos; consumo médio: 1,5 l/100km; preço base: 44.460 €
Ficha Técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, gasolina
Cilindrada (cm3): 2.360
Potência máxima (CV/rpm): 98/4000
Binário máximo (Nm/rpm): 193/2500
Tração: às quatro rodas
Transmissão: Automática CVT
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 11
Velocidade máxima (km/h): 162
Consumos misto (l/100 km): 2,0
Emissões CO2 (gr/km): 46
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.545/1.805/1.685
Distância entre eixos (mm): 2.872
Largura de vias (fr/tr mm): 1.540/1.540
Peso (kg): 1.910
Capacidade da bagageira (l): 404
Deposito de combustível (l): 43
Pneus (fr/tr): 225/55 R18 98H
Preço da versão ensaiada (Euros): 34.559 €
Preço da versão base (Euros): 33.990 €
Mais/Menos
Mais
– Conforto
– Sistema híbrido
– Preço
Menos
– Caixa CVT
– Comportamento
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 34.559€
Preço da versão base (Euros): 33.990€
Exterior
Esta é a segunda geração deste Eclipse Cross, com um estilo modernizado e otimizado, com o objetivo de agradar a mais consumidores, mas também de ficar mais próximo dos restantes modelos da marca dos três diamantes. As diferenças mais relevantes são visíveis na agressividade da secção dianteira, com novos grupos óticos, uma grelha mais imponente e os frisos em formato de “C” numa posição de maior relevo. La atrás, em vez das óticas de formato mais vertical e com um friso que ligava os dois conjuntos, dividindo a janela traseira na horizontal, está agora uma solução mais arrumada e com menos arrojo, que lhe confere um toque mais conservador, mas não menos apelativo. A suspensão mais elevada é uma mais-valia no meio dos outros automóveis e as jantes de 18 polegadas representam um bom compromisso entre estética e conforto.
Interior
É precisamente a bordo do Eclipse Cross que mais notamos a necessidade de evoluir. Apesar de bem construído e com um visual que também segue uma linha mais conservadora, o interior do Eclipse Cross não deixa de parecer antiquado face a diversos dos outros modelos do mercado. No painel de instrumentos, por exemplo, o velocímetro e o indicador de potência ainda são analógicos, deixando apenas o computador de bordo, ao centro, com uma informação a cores num pequeno ecrã vertical.
Em termos de espaço, o Eclipse Cross corresponde às exigências de uma pequena família e a bagageira com mais de 400 litros de capacidade permite transportar muita coisa. E se há trunfo que este SUV inclui é mesmo o do conforto. O habitáculo é sereno e os assentos num misto de pele e Alcântara oferecem uma boa postura ao volante, mesmo com uma coluna de direção que também nos mostra a idade da plataforma, uma vez que deixa o volante demasiado inclinado e com pouca amplitude de regulações.
Equipamento
Ainda que não existam equipamentos sofisticados e monitores gigantes, o Eclipse Cross inclui o essencial para uma rotina diária mais intensa. O monitor central de oito polegadas existente no topo da consola é tátil e inclui a possibilidade de espelhar o conteúdo do telefone através de Apple CarPlay ou Android Auto. O volante inclui os comandos para as funções mais utilizadas e o ar condicionado permite uma regulação de temperatura individual entre o condutor e passageiro. E depois, há ainda um competente sistema de iluminação em LED e inúmeros sistemas de segurança ativa e passiva, que deixam o SUV da Mitsubishi no mesmo patamar que a maioria dos seus rivais.
Consumos
O primeiro teste de consumos que efetuámos ao volante do Eclipse Cross foi bastante duro e colocou à prova o modo 100% elétrico. Com a bateria totalmente carregada, o computador de bordo anunciava uma autonomia acima dos 50 quilómetros e adotámos um modo de condução tranquilo que deixasse o motor térmico a descansar. Só que, na deslocação que efetuámos, um acumular de trânsito inesperado fez com que ficássemos mais de uma hora ao volante, para um percurso inicial com pouco mais de 20 quilómetros. Mas mesmo assim, no final, a média de consumo indicada foi de 0,0 l/100, uma vez que usámos apenas o modo elétrico. Em termos de quilómetros, pode parecer muito pouco, mas se pensarmos no tempo em que o sistema esteve a alimentar um automóvel que pesa quase duas toneladas e todos os consumidores de energia enquanto estivemos parados, ou quase, torna-se muito positivo o facto de nem termos usado o motor de combustão e ainda termos chegado ao destino com alguma autonomia elétrica.
Numa utilização mais convencional e fluída, é mais frequente as médias andarem entre os seis e os sete litros, uma vez que a capacidade de regeneração do sistema é muito boa e dá uma grande ajuda na captação de energia, mas se a bateria estiver totalmente descarregada e usarmos o modo charge, em autoestrada, por exemplo, para a carregar, os valores acabam por subir. No entanto, é necessário referir que este método não é o mais indicado para carregar a bateria e sim uma solução de recurso, uma vez que o Eclipse Cross é um Plug-In, que dispõe de uma convencional tomada Type2, mas também de uma CHAdeMO, que já não é tão frequente, destinada a carregamentos rápidos.
Ao volante
A plataforma do Eclipse também é a mesma do Outlander e notam-se os anos com que já conta. A capacidade de enfrentar um traçado mais sinuoso não é das mais cativantes e faz-nos lembrar de imediato que todo o conjunto é pesado e que as suspensões estão mais vocacionadas para oferecer um bom nível de conforto. E de facto, isso conseguem fazer com grande mestria. Mesmo em ruas mais antigas em que o piso não ajuda, a serenidade a bordo mantém-se, sem movimentos exagerados da carroçaria e com um bom patamar de ruído. E a eficiência do sistema híbrido é tão discreta que mal damos pelo seu funcionamento.
Concorrentes
Peugeot 3008 Hybrid 225 – Motor: quatro cilindros, 1.6 litros; potência: 225 cavalos; consumo médio: 1,4 l/100km; preço base: 43.825 €
Volkswagen Tiguan TSI PHEV Life – Motor: quatro cilindros, 1.4 litros; potência: 245 cavalos; consumo médio: 1,5 l/100km; preço base: 44.460 €
Motor
O sistema híbrido é o mesmo que conhecemos do Outlander, mas com um patamar de potência mais comedido. Inclui o mesmo motor a gasolina com 2,4 litros de capacidade e dois elétricos, um instalado em cada eixo, funcionando tudo com uma caixa de variação contínua, que é um dos principais elementos a não deixar que a experiência de condução seja um pouco melhor. Os seus exageros em termos de regime, sempre que precisamos de ganhar um pouco mais de velocidade, deixam-nos mesmo com a ideia de que prejudicam bastante a eficiência do motor de combustão em termos de consumo, ainda que possa ser bastante eficiente em diversas outras situações. Em contrapartida, a eficiência do sistema híbrido é muito boa, e já o é há alguns anos, desde a primeira vez que surgiu no Outlander. O seu funcionamento é isento de falhas e hesitações e oferece uma boa interação no “jogo” de conseguir controlar o funcionamento elétrico ao longo das deslocações pela cidade. Fora do asfalto, a maior altura ao solo e o facto de existirem quatro rodas motrizes, não impede que este SUV já explorar alguns caminhos mais alternativos.
Balanço final
O sistema híbrido deste Eclipse Cross é mesmo uma das suas principais virtudes. Apesar dos anos que já tem de mercado, mostra facilmente a razão porque sempre foi considerado uma das referências desta categoria, através de um funcionamento simples e muito eficiente. A versão eMotion, que aqui ensaiamos, apresenta um preço abaixo dos 34 mil euros, o que nos parece bastante competitivo face ao que este SUV tem para oferecer. É que, apesar de estar a precisar de uma renovação, todo o conjunto, de uma maneira geral, ainda se mantém bastante atual e capaz de se manter assim durante uns anos.
– Conforto
– Sistema híbrido
– Preço
– Caixa CVT
– Comportamento
Ficha técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, gasolina
Cilindrada (cm3): 2.360
Potência máxima (CV/rpm): 98/4000
Binário máximo (Nm/rpm): 193/2500
Tração: às quatro rodas
Transmissão: Automática CVT
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 11
Velocidade máxima (km/h): 162
Consumos misto (l/100 km): 2,0
Emissões CO2 (gr/km): 46
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.545/1.805/1.685
Distância entre eixos (mm): 2.872
Largura de vias (fr/tr mm): 1.540/1.540
Peso (kg): 1.910
Capacidade da bagageira (l): 404
Deposito de combustível (l): 43
Pneus (fr/tr): 225/55 R18 98H
Preço da versão ensaiada (Euros): 34.559 €
Preço da versão base (Euros): 33.990 €
Preço da versão base (Euros): 33.990€
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