Hyundai IONIQ5 | KIA EV6 – Ensaio Teste
Encontro de irmãos
Num encontro casual e sem qualquer combinação, conseguimos juntar dois irmãos que nunca se tinham visto e mal sabiam da existência um do outro. O Hyundai IONIQ5 e o KIA EV6 resultam de um projeto do mesmo grupo e até partilham a mesma plataforma E-GMP (Electric-Global Modular Platform), ainda que este seja um casamento de que ambas as marcas preferem não falar. Tanto a Hyundai como a Kia mantêm uma espécie de independência no desenvolvimento dos seus produtos e chegam mesmo a competir uma com a outra na maioria dos mercados em que estão presentes. Mas o que é facto é que muitos dos componentes que usam e até algumas ideias, têm precisamente a mesma origem, o que acaba por resultar em modelos, como o IONIQ5 e o EV6 que parecem dois irmãos separados à nascença.
Texto: André Mendes
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Mais (Hyundai) |
Mais (Kia) |
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Menos (Hyundai) |
Menos (Kia) |
Exterior
Apesar das parecenças genéticas, o seu visual exterior é bastante diferente. Ambos incluem ideias inovadoras e fora do habitual, mas em direções diferentes. O Hyundai parece um modelo mais tecnológico e futurista, enquanto o Kia dá a ideia que ficou um pouco mais comedido no arrojo, optando antes por um visual mais desportivo. Ainda assim, há assinaturas visuais em LED muito cativantes em ambos os modelos, com o padrão dos quadrados no IONIQ5 e com a enorme barra vermelha traseira no EV6.
Na lateral, as jantes de liga leve parecem duas interpretações da mesma ideia e enquanto o Hyundai inclui linhas mais definidas, no Kia os traços dão uma ideia mais fluida e aerodinâmica. Já na frente, é o IONIQ5 que voltar a oferecer uma imagem mais tecnológica, principalmente de noite, em que as luzes de condução assumem um visual mais arrojado, enquanto o Kia optou antes pelas linhas mais afuniladas e desportivas, ainda que não menos interessantes.
Comum aos dois modelos é mesmo o tamanho da carroçaria, muito acima do que podemos adivinhar olhando apenas para imagens.
Interior
Uma vez a bordo, descobrimos de imediato que ambos os monitores, o central e o da instrumentação, contam precisamente com as mesmas funções e características, mas com um grafismo mais adaptado às ideias de cada marca. E depois, a abordagem da Hyundai e da Kia também se revelou bastante diferente. No IONIQ5 contamos com uma imagem mais ao género de um “open-space”, sem grandes entraves visuais e com apenas alguns módulos destinados a arrumação ou à instalação das tomadas USB e outros recantos. Até o comando da caixa de velocidades está integrado na coluna da direção. A bordo do KIA, a ideia geral passou por envolver mais o condutor no seu espaço, com uma consola central flutuante, onde está o comando da caixa e o comando que inicia o sistema em grande destaque. Os tons claros foram trocados pelos mais escuros, que costumam estar associados a um ambiente mais desportivo.
Mas mais uma vez, o que é mesmo comum aos dois modelos é o enorme espaço que ambos oferecem a bordo, especialmente no que diz respeito aos lugares traseiros. Afinal, o sistema de baterias é o mesmo, e para o instalar são necessários quase três metros de distância entre ambos os eixos. Mas enquanto o KIA oferece um espaço mais amplo em comprimento, o Hyundai responde com uma melhor medida em altura e um espaço um pouco mais otimizado, ao incluir a regulação longitudinal dos assentos traseiros.
Equipamento
Aqui, a resposta mais correta em ambos os casos seria apenas: muito! Tanto o IONIQ5 como o EV6 incluem quase tudo o que precisamos e desejamos num automóvel elétrico atualmente. Ambos incluem a ligação a smartphones, via Apple CarPlay e Android Auto, ainda que apenas com um cabo ligado, instrumentação totalmente digital, camaras em quase todos os cantos, a possibilidade de se estacionarem remotamente (ainda que apenas o KIA tivesse incluída esta opção, também está disponível no Hyundai) e um sistema de som acima da média, assinado pela Bose no Hyundai e pela Meridian no KIA (ainda que não disponível na unidade ensaiada).
Consumos
O patamar de autonomia oferecido por ambos os modelos já incluem valores que eliminam quase por completo a ansiedade de autonomia que normalmente acompanha os automóveis elétricos, especialmente no Kia em que há valores declarados acima dos 700 quilómetros. No entanto, numa utilização real, ficámos com ideia de que a autonomia de ambos fiquei mais em torno dos 500 quilómetros numa utilização mista, ainda que, com uma boa percentagem de cidade. Em termos de consumo, a média indicada pelo computador de bordo anda entre os 15 e os 16 kWh, tanto num como noutro, demonstrando que o sistema elétrico dos dois modelos e as suas principais características são, de facto, muito parecidas.
Ao Volante
Nos momentos de condução, a ideia geral é também aquela com que começamos este “encontro de irmãos”. De um lado temos um Hyundai que se mostra mais focado em oferecer uma elevada dose de conforto e suavidade na condução. Do outro, um Kia com uma suspensão mais firme e uma postura dinâmica com mais apetência para traçados mais sinuosos. Ao volante de ambos, no entanto, o silêncio é mesmo das suas maiores virtudes, tal como a suavidade de utilização nas viagens mais rotineiras do dia-a-dia. O ponto que requer maior habituação está relacionado com as dimensões dos dois em ambientes urbanos, mas é justamente nestes momentos que a regeneração de energia variável (com diversos modos que podemos ajustar através das patilhas atrás do volante) dá uma ajuda fantástica e nos ajuda a conquistar mais uns pozinhos de energia para a bateria. Outro dos sistemas originais e que está presente nos dois modelos, é a camara do ângulo morto que se ativa no painel de instrumentos, do lado esquerdo ou do lado direito, sempre que fazemos o pisca, e que é excelente numa mudança de faixa em autoestrada, por exemplo.
Motor
Tanto o Hyundai como o Kia têm o motor instalado no eixo traseiro, que passa a sua potência para o mesmo eixo. Pelo menos, nestas versões de apenas duas rodas motrizes, uma vez que em ambos também existem versões em que são quatro as rodas motrizes. No Hyundai são 218 os cavalos disponíveis e no Kia há mais 11 para explorar. Em ambos os casos, o binário máximo é de 350Nm e o peso fica ligeiramente abaixo das duas toneladas. A aceleração dos 0 aos 100 km/h fica ligeiramente abaixo dos 7,5 segundos em ambos os modelos, com o Kia a receber uma décima de bónus. E a velocidade máxima também uns algarismos acima dos 180 km/h.
Balanço Final
Se tivéssemos de escolher apenas um, seria uma decisão complicada de tomar, uma vez que tanto gostamos dos modelos mais tecnológicos como dos mais desportivos e se há algo que é óbvio desde o primeiro momento, é que estamos perante dois dos melhores automóveis elétricos do mercado. Mas com os dois lado-a-lado e com ambas as chaves na mão, acho que optamos pelo Kia.
Apesar de tudo, a Hyundai parece ter investido todo o seu tempo em criar um modelo elétrico bastante tecnológico e muito competitivo em termos de utilização e autonomia, enquanto a Kia também tinha essa ideia inicial, mas não se quis afastar tanto das pessoas que ainda gostam tanto de ser elas a conduzir, em vez de ser o carro a fazer quase tudo. Exceto, no meio de uma fila de trânsito, nesse caso, pode ser mesmo o carro a conduzir enquanto ouvimos música ou vemos uma série.
Concorrentes
Audi Q4 40 e-tron – Motor: 1 motor elétrico instalado no eixo traseiro; Potência: 203 cv e 320 Nm; Bateria: 82 kWh (77 kWh capacidade útil); consumo combinado: 17,3 – 20 kWh/100 km Autonomia: 447 – 521 km; Preço base: 51 745€
Ford Mustang Mach-E – Motor: 1 motor elétrico instalado no eixo traseiro; Potência: 269 cv e 430 Nm; Bateria: 75,7 kWh (68 kWh capacidade útil); consumo combinado: 17,2 kWh/100 km Autonomia: 440 km; Preço base: 49 901€
Tesla Model Y Long Range – Motor: 2 motores elétricos, um por eixo; Potência: 350 cv; Bateria: 75 kWh capacidade útil; consumo combinado: 16,8 kWh/100 km Autonomia: 507 km; Preço base: 65 000€
Ficha Técnica
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Motor (Hyundai) Prestações e consumos (Hyundai) Dimensões e pesos (Hyundai) Preço da versão ensaiada (Euros): 49.009 € |
Motor (Kia) Prestações e consumos (Kia) Dimensões e pesos (Kia) Preço da versão ensaiada (Euros): 52.050 € |
Mais/Menos
Mais
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Mais (Hyundai) |
Mais (Kia) |
Menos
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Menos (Hyundai) |
Menos (Kia) |
Exterior
Apesar das parecenças genéticas, o seu visual exterior é bastante diferente. Ambos incluem ideias inovadoras e fora do habitual, mas em direções diferentes. O Hyundai parece um modelo mais tecnológico e futurista, enquanto o Kia dá a ideia que ficou um pouco mais comedido no arrojo, optando antes por um visual mais desportivo. Ainda assim, há assinaturas visuais em LED muito cativantes em ambos os modelos, com o padrão dos quadrados no IONIQ5 e com a enorme barra vermelha traseira no EV6.
Na lateral, as jantes de liga leve parecem duas interpretações da mesma ideia e enquanto o Hyundai inclui linhas mais definidas, no Kia os traços dão uma ideia mais fluida e aerodinâmica. Já na frente, é o IONIQ5 que voltar a oferecer uma imagem mais tecnológica, principalmente de noite, em que as luzes de condução assumem um visual mais arrojado, enquanto o Kia optou antes pelas linhas mais afuniladas e desportivas, ainda que não menos interessantes.
Comum aos dois modelos é mesmo o tamanho da carroçaria, muito acima do que podemos adivinhar olhando apenas para imagens.
Interior
Uma vez a bordo, descobrimos de imediato que ambos os monitores, o central e o da instrumentação, contam precisamente com as mesmas funções e características, mas com um grafismo mais adaptado às ideias de cada marca. E depois, a abordagem da Hyundai e da Kia também se revelou bastante diferente. No IONIQ5 contamos com uma imagem mais ao género de um “open-space”, sem grandes entraves visuais e com apenas alguns módulos destinados a arrumação ou à instalação das tomadas USB e outros recantos. Até o comando da caixa de velocidades está integrado na coluna da direção. A bordo do KIA, a ideia geral passou por envolver mais o condutor no seu espaço, com uma consola central flutuante, onde está o comando da caixa e o comando que inicia o sistema em grande destaque. Os tons claros foram trocados pelos mais escuros, que costumam estar associados a um ambiente mais desportivo.
Mas mais uma vez, o que é mesmo comum aos dois modelos é o enorme espaço que ambos oferecem a bordo, especialmente no que diz respeito aos lugares traseiros. Afinal, o sistema de baterias é o mesmo, e para o instalar são necessários quase três metros de distância entre ambos os eixos. Mas enquanto o KIA oferece um espaço mais amplo em comprimento, o Hyundai responde com uma melhor medida em altura e um espaço um pouco mais otimizado, ao incluir a regulação longitudinal dos assentos traseiros.
Equipamento
Aqui, a resposta mais correta em ambos os casos seria apenas: muito! Tanto o IONIQ5 como o EV6 incluem quase tudo o que precisamos e desejamos num automóvel elétrico atualmente. Ambos incluem a ligação a smartphones, via Apple CarPlay e Android Auto, ainda que apenas com um cabo ligado, instrumentação totalmente digital, camaras em quase todos os cantos, a possibilidade de se estacionarem remotamente (ainda que apenas o KIA tivesse incluída esta opção, também está disponível no Hyundai) e um sistema de som acima da média, assinado pela Bose no Hyundai e pela Meridian no KIA (ainda que não disponível na unidade ensaiada).
Consumos
O patamar de autonomia oferecido por ambos os modelos já incluem valores que eliminam quase por completo a ansiedade de autonomia que normalmente acompanha os automóveis elétricos, especialmente no Kia em que há valores declarados acima dos 700 quilómetros. No entanto, numa utilização real, ficámos com ideia de que a autonomia de ambos fiquei mais em torno dos 500 quilómetros numa utilização mista, ainda que, com uma boa percentagem de cidade. Em termos de consumo, a média indicada pelo computador de bordo anda entre os 15 e os 16 kWh, tanto num como noutro, demonstrando que o sistema elétrico dos dois modelos e as suas principais características são, de facto, muito parecidas.
Ao volante
Nos momentos de condução, a ideia geral é também aquela com que começamos este “encontro de irmãos”. De um lado temos um Hyundai que se mostra mais focado em oferecer uma elevada dose de conforto e suavidade na condução. Do outro, um Kia com uma suspensão mais firme e uma postura dinâmica com mais apetência para traçados mais sinuosos. Ao volante de ambos, no entanto, o silêncio é mesmo das suas maiores virtudes, tal como a suavidade de utilização nas viagens mais rotineiras do dia-a-dia. O ponto que requer maior habituação está relacionado com as dimensões dos dois em ambientes urbanos, mas é justamente nestes momentos que a regeneração de energia variável (com diversos modos que podemos ajustar através das patilhas atrás do volante) dá uma ajuda fantástica e nos ajuda a conquistar mais uns pozinhos de energia para a bateria. Outro dos sistemas originais e que está presente nos dois modelos, é a camara do ângulo morto que se ativa no painel de instrumentos, do lado esquerdo ou do lado direito, sempre que fazemos o pisca, e que é excelente numa mudança de faixa em autoestrada, por exemplo.
Concorrentes
Audi Q4 40 e-tron – Motor: 1 motor elétrico instalado no eixo traseiro; Potência: 203 cv e 320 Nm; Bateria: 82 kWh (77 kWh capacidade útil); consumo combinado: 17,3 – 20 kWh/100 km Autonomia: 447 – 521 km; Preço base: 51 745€
Ford Mustang Mach-E – Motor: 1 motor elétrico instalado no eixo traseiro; Potência: 269 cv e 430 Nm; Bateria: 75,7 kWh (68 kWh capacidade útil); consumo combinado: 17,2 kWh/100 km Autonomia: 440 km; Preço base: 49 901€
Tesla Model Y Long Range – Motor: 2 motores elétricos, um por eixo; Potência: 350 cv; Bateria: 75 kWh capacidade útil; consumo combinado: 16,8 kWh/100 km Autonomia: 507 km; Preço base: 65 000€
Motor
Tanto o Hyundai como o Kia têm o motor instalado no eixo traseiro, que passa a sua potência para o mesmo eixo. Pelo menos, nestas versões de apenas duas rodas motrizes, uma vez que em ambos também existem versões em que são quatro as rodas motrizes. No Hyundai são 218 os cavalos disponíveis e no Kia há mais 11 para explorar. Em ambos os casos, o binário máximo é de 350Nm e o peso fica ligeiramente abaixo das duas toneladas. A aceleração dos 0 aos 100 km/h fica ligeiramente abaixo dos 7,5 segundos em ambos os modelos, com o Kia a receber uma décima de bónus. E a velocidade máxima também uns algarismos acima dos 180 km/h.
Balanço final
Se tivéssemos de escolher apenas um, seria uma decisão complicada de tomar, uma vez que tanto gostamos dos modelos mais tecnológicos como dos mais desportivos e se há algo que é óbvio desde o primeiro momento, é que estamos perante dois dos melhores automóveis elétricos do mercado. Mas com os dois lado-a-lado e com ambas as chaves na mão, acho que optamos pelo Kia.
Apesar de tudo, a Hyundai parece ter investido todo o seu tempo em criar um modelo elétrico bastante tecnológico e muito competitivo em termos de utilização e autonomia, enquanto a Kia também tinha essa ideia inicial, mas não se quis afastar tanto das pessoas que ainda gostam tanto de ser elas a conduzir, em vez de ser o carro a fazer quase tudo. Exceto, no meio de uma fila de trânsito, nesse caso, pode ser mesmo o carro a conduzir enquanto ouvimos música ou vemos uma série.
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Mais (Kia) |
Menos
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Menos (Hyundai) |
Menos (Kia) |
Ficha técnica
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Motor (Hyundai) Prestações e consumos (Hyundai) Dimensões e pesos (Hyundai) Preço da versão ensaiada (Euros): 49.009 € |
Motor (Kia) Prestações e consumos (Kia) Dimensões e pesos (Kia) Preço da versão ensaiada (Euros): 52.050 € |
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