Dacia Spring Confort Plus – Ensaio Teste
A verdadeira revolução eletrificada
Depois de muitas promessas, teorias, ideias e previsões de como as coisas poderão ser no futuro, a Dacia foi mesmo a primeira marca que colocou no mercado um veículo elétrico ligeiro de passageiros, com quatro lugares e autonomia para mais de 200 quilómetros, com um preço inferior a 18 mil euros. Claro que este valor obriga a algumas concessões, mas a resposta que surge a todas as questões que possam surgir, segue a linha de raciocínio de uma publicidade recente de um supermercado, e traduz-se apenas em: “Custa menos de 18 mil euros”. Passámos uns dias com o novo Dacia Spring para descobrir o que conseguimos obter com este valor.
Texto: André Mendes
– Consumo
– Desempenho em cidade
– Preço
– Alguns materiais
– Espaço atrás
Exterior
O Dacia Spring parece um modelo construído à escala quando comparado com os outros automóveis que costumam andar nas ruas das cidades. Mas foi justamente com a cidade em mente que a marca decidiu investir neste formato mais compacto e utilizável. Ainda assim, há todo um visual mais moderno, com novos grupos óticos e luzes de condução diurna e até alguns reforços na carroçaria, que o conseguem deixar mais parecido com um pequeno e robusto SUV, mesmo ao jeito do que os consumidores gostam.
Interior
A bordo do Spring há apenas espaço para quatro pessoas, sendo que as medidas estão de acordo com aquele tamanho mais compacto de que estávamos a falar há pouco. Ou seja, é possível colocar quatro pessoas lá dentro, mas é necessária alguma cedência de quem viaja na frente para que as pernas dos passageiros traseiros se arrumem da melhor forma possível. Mas lá atrás, ainda há espaço para uma bagageira com uma capacidade muito próxima dos 300 litros.
Para quem viaja ao volante, a simplicidade também é nota de ordem. E a posição de condução encontra-se em segundos. É que apenas o assento tem regulações. A coluna da direção está como está e assim vai ficar podendo causar alguma estranheza a quem tenha mais de 1,80 metros de altura quando tenta olhar para a instrumentação.
Equipamento
O nível de equipamento Confort Plus representa o topo da oferta para o Dacia Spring e assim que entramos no espírito deste modelo e começamos a perceber o objetivo com que foi criado, não é difícil chegar à conclusão que não é preciso muito mais. Temos ar condicionado, quatro vidros elétricos, fecho centralizado e até cruise control. E nesta versão, há assentos com pele sintética e um sistema de infotainment com navegação, no qual é possível ligar o telefone e usufruir da presença do Apple CarPlay ou de Android Auto. Será que é mesmo preciso mais alguma coisa?
Consumos
Tendo em conta que a autonomia máxima declarada era de apenas 230 quilómetros e que não iriamos ficar sempre em ambiente urbano, acabámos por adotar um modo de condução mais ponderado logo desde os primeiros metros. As viagens em autoestrada foram feitas calmamente pela faixa da direita e nunca muito acima dos 100 km/h e, se possível, usando sempre a alternativa das estradas nacionais, em vez das mais exigentes auto estradas onde todos parecem ter pressa e onde há muito menos hipóteses de regenerar energia. E numa deslocação de 130 quilómetros em percurso misto, a verdade é que conseguimos que a média de consumo indicada pelo computador de bordo tivesse ficado apenas nos 10,8 kWh/100km, um valor que ainda fica abaixo do valor declarado pela marca.
Ao Volante
Os pneus mais finos e as suspensões mais brandas dizem-nos de imediato que o Spring não é um desportivo, mas sim a melhor ferramenta para a rotina diária de que entra e sai da cidade todos os dias. A capacidade de manobra do primeiro elétrico da Dacia elimina qualquer dor de cabeça provocada pelos parques de estacionamento mais confusos e a capacidade de regeneração é tal que as três luzes disponíveis na instrumentação passam a ser um autêntico jogo que nos diverte enquanto andamos pela cidade.
Motor
Habituados a ouvir falar em valores de potência com várias centenas nos mais variados modelos elétricos que vão chegando ao mercado, 45 cavalos dão sempre origem a uma expressão que tenta confirmar se ouvimos ou lemos bem o valor. Mas se não nos tivessem dito nada, acho que o valor em que apostávamos seria sempre acima deste. Com o modo eco ligado, acelerar a fundo demonstra alguma energia nos arranques, mas não nos cola as costas ao assento. E se desligarmos este modo, cientes de que vamos automaticamente retirar alguns quilómetros à autonomia, as acelerações passam de imediato a ter mais fulgor, mas continua a ser apenas um motor pensado para uma utilização estritamente citadina e sem aspirações de desportivo.
Balanço Final
A grande verdade é que gostamos muito mais do Spring do que poderíamos inicialmente prever. É uma verdadeira e boa surpresa, mas também a prova de que é possível haver automóveis elétricos que muitos de nós até podem comprar. A simplicidade do conceito acabou por nos deliciar e demos por nós a arranjar desculpas para sair de casa, apenas para poder dar mais uma volta com o Spring. É que, mesmo que a capacidade da bateria desapareça, basta deixá-lo durante umas horas ao lado de uma tomada, para que se consiga adicionar autonomia suficiente para mais uns quantos quilómetros. E por menos de 18 mil euros, até ficamos mesmo a fazer algumas contas de cabeça. Para um dia-a-dia de voltinhas pequenas, o novo Spring é genial.
Concorrentes
Citroën AMI – Motor: Elétrico; 8 cv; Autonomia: 75 km; Velocidade máx: 45 km/h; Preço: 7.750 € Obs: O Ami é uma ferramenta ainda mais incrível para a cidade, com um tamanho mais compacto e um preço muito mais baixo. Mas como se trata de um quadriciclo, as limitações em termos de deslocações são grandes e há apenas dois lugares a bordo.
Renault Twingo Z.E. – Motor: Elétrico; 81 cv; Autonomia: 185 km; Velocidade máx: 135 km/h; Preço: 23.345 € Obs: A versão elétrica do Twingo também oferece um excelente desempenho em cidade e inclui quatro lugares a bordo, mas é bem mais cara que o Dacia Spring e a autonomia máxima até é mais reduzida.
Ficha Técnica
Motor
Tipo: Elétrico síncrono permanente
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 45/3.000-8.200
Binário máximo (Nm/rpm): 125/500-2.500
Tração: Dianteira
Transmissão: Automática
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida
Suspensão (ft/tr): Pseudo McPherson / eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / tambores
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 19,1
Velocidade máxima (km/h): 125
Consumos misto (kWh/100 km): 11,9
Emissões CO2 (gr/km): 0
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 3734/1579/1516
Distância entre eixos (mm): 2423
Largura de vias (fr/tr mm): 1385/1365
Peso (kg): 970
Carga útil (kg): 330
Bagageira (l): 290
Deposito de combustível (l): n.d.
Pneus (fr/tr): 165/70 R14 81H
Preço da versão ensaiada (Euros): 18.800€ (Confort Plus)
Preço da versão base (Euros): 17.300€ (Confort)
Mais/Menos
Mais
– Consumo
– Desempenho em cidade
– Preço
Menos
– Alguns materiais
– Espaço atrás
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 18.800€
Preço da versão base (Euros): 17.300€
Exterior
O Dacia Spring parece um modelo construído à escala quando comparado com os outros automóveis que costumam andar nas ruas das cidades. Mas foi justamente com a cidade em mente que a marca decidiu investir neste formato mais compacto e utilizável. Ainda assim, há todo um visual mais moderno, com novos grupos óticos e luzes de condução diurna e até alguns reforços na carroçaria, que o conseguem deixar mais parecido com um pequeno e robusto SUV, mesmo ao jeito do que os consumidores gostam.
Interior
A bordo do Spring há apenas espaço para quatro pessoas, sendo que as medidas estão de acordo com aquele tamanho mais compacto de que estávamos a falar há pouco. Ou seja, é possível colocar quatro pessoas lá dentro, mas é necessária alguma cedência de quem viaja na frente para que as pernas dos passageiros traseiros se arrumem da melhor forma possível. Mas lá atrás, ainda há espaço para uma bagageira com uma capacidade muito próxima dos 300 litros.
Para quem viaja ao volante, a simplicidade também é nota de ordem. E a posição de condução encontra-se em segundos. É que apenas o assento tem regulações. A coluna da direção está como está e assim vai ficar podendo causar alguma estranheza a quem tenha mais de 1,80 metros de altura quando tenta olhar para a instrumentação.
Equipamento
O nível de equipamento Confort Plus representa o topo da oferta para o Dacia Spring e assim que entramos no espírito deste modelo e começamos a perceber o objetivo com que foi criado, não é difícil chegar à conclusão que não é preciso muito mais. Temos ar condicionado, quatro vidros elétricos, fecho centralizado e até cruise control. E nesta versão, há assentos com pele sintética e um sistema de infotainment com navegação, no qual é possível ligar o telefone e usufruir da presença do Apple CarPlay ou de Android Auto. Será que é mesmo preciso mais alguma coisa?
Consumos
Tendo em conta que a autonomia máxima declarada era de apenas 230 quilómetros e que não iriamos ficar sempre em ambiente urbano, acabámos por adotar um modo de condução mais ponderado logo desde os primeiros metros. As viagens em autoestrada foram feitas calmamente pela faixa da direita e nunca muito acima dos 100 km/h e, se possível, usando sempre a alternativa das estradas nacionais, em vez das mais exigentes auto estradas onde todos parecem ter pressa e onde há muito menos hipóteses de regenerar energia. E numa deslocação de 130 quilómetros em percurso misto, a verdade é que conseguimos que a média de consumo indicada pelo computador de bordo tivesse ficado apenas nos 10,8 kWh/100km, um valor que ainda fica abaixo do valor declarado pela marca.
Ao volante
Os pneus mais finos e as suspensões mais brandas dizem-nos de imediato que o Spring não é um desportivo, mas sim a melhor ferramenta para a rotina diária de que entra e sai da cidade todos os dias. A capacidade de manobra do primeiro elétrico da Dacia elimina qualquer dor de cabeça provocada pelos parques de estacionamento mais confusos e a capacidade de regeneração é tal que as três luzes disponíveis na instrumentação passam a ser um autêntico jogo que nos diverte enquanto andamos pela cidade.
Concorrentes
Citroën AMI – Motor: Elétrico; 8 cv; Autonomia: 75 km; Velocidade máx: 45 km/h; Preço: 7.750 € Obs: O Ami é uma ferramenta ainda mais incrível para a cidade, com um tamanho mais compacto e um preço muito mais baixo. Mas como se trata de um quadriciclo, as limitações em termos de deslocações são grandes e há apenas dois lugares a bordo.
Renault Twingo Z.E. – Motor: Elétrico; 81 cv; Autonomia: 185 km; Velocidade máx: 135 km/h; Preço: 23.345 € Obs: A versão elétrica do Twingo também oferece um excelente desempenho em cidade e inclui quatro lugares a bordo, mas é bem mais cara que o Dacia Spring e a autonomia máxima até é mais reduzida.
Motor
Habituados a ouvir falar em valores de potência com várias centenas nos mais variados modelos elétricos que vão chegando ao mercado, 45 cavalos dão sempre origem a uma expressão que tenta confirmar se ouvimos ou lemos bem o valor. Mas se não nos tivessem dito nada, acho que o valor em que apostávamos seria sempre acima deste. Com o modo eco ligado, acelerar a fundo demonstra alguma energia nos arranques, mas não nos cola as costas ao assento. E se desligarmos este modo, cientes de que vamos automaticamente retirar alguns quilómetros à autonomia, as acelerações passam de imediato a ter mais fulgor, mas continua a ser apenas um motor pensado para uma utilização estritamente citadina e sem aspirações de desportivo.
Balanço final
A grande verdade é que gostamos muito mais do Spring do que poderíamos inicialmente prever. É uma verdadeira e boa surpresa, mas também a prova de que é possível haver automóveis elétricos que muitos de nós até podem comprar. A simplicidade do conceito acabou por nos deliciar e demos por nós a arranjar desculpas para sair de casa, apenas para poder dar mais uma volta com o Spring. É que, mesmo que a capacidade da bateria desapareça, basta deixá-lo durante umas horas ao lado de uma tomada, para que se consiga adicionar autonomia suficiente para mais uns quantos quilómetros. E por menos de 18 mil euros, até ficamos mesmo a fazer algumas contas de cabeça. Para um dia-a-dia de voltinhas pequenas, o novo Spring é genial.
– Consumo
– Desempenho em cidade
– Preço
– Alguns materiais
– Espaço atrás
Ficha técnica
Motor
Tipo: Elétrico síncrono permanente
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 45/3.000-8.200
Binário máximo (Nm/rpm): 125/500-2.500
Tração: Dianteira
Transmissão: Automática
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida
Suspensão (ft/tr): Pseudo McPherson / eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / tambores
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 19,1
Velocidade máxima (km/h): 125
Consumos misto (kWh/100 km): 11,9
Emissões CO2 (gr/km): 0
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 3734/1579/1516
Distância entre eixos (mm): 2423
Largura de vias (fr/tr mm): 1385/1365
Peso (kg): 970
Carga útil (kg): 330
Bagageira (l): 290
Deposito de combustível (l): n.d.
Pneus (fr/tr): 165/70 R14 81H
Preço da versão ensaiada (Euros): 18.800€ (Confort Plus)
Preço da versão base (Euros): 17.300€ (Confort)
Preço da versão base (Euros): 17.300€
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