Cupra em dose dupla
A convite da Cupra, marcámos presença na apresentação nacional dos novos Leon e Formentor, este último, o primeiro modelo exclusivamente desenvolvido para a marca. Tomámos contacto dinâmico com ambos os modelos, o primeiro associado à inédita motorização plug-in de 245 cavalos e no novo CUV, equipado com a motorização mais potente da gama, o motor 2.0 TSI de 310 cavalos.
Para
o início da experiência proporcionada pela Cupra escolhemos o Leon,
na carroçaria de cinco portas, nesta nova versão híbrida plug-in
que promete uma autonomia elétrica de até 52 quilómetros (WLTP)
mantendo o foco na performance e capaz de utilizar, também, a
energia elétrica para esse fim, contribuindo com um boost adicional
de potência. Ao vivo, este Leon da Cupra mantém as linhas gerais do
familiar espanhol inalteradas mas recorre a elementos bem mais
desportivos e exclusivos para se destacar do Leon da SEAT. E
consegue-o, claramente, apostando para isso em esquemas de cores
muito bem conseguidos, com o tom cobre do símbolo a marcar presença
noutros
componentes da carroçaria, bem como no habitáculo, este, também,
de inspiração assumidamente racing. De Lisboa até à zona da
Comporta, foram várias as coisas que nos agradaram neste primeiro
contacto. E temos de começar pelo consumo, média que, para a qual
também contribuiu a energia contida na bateria, não chegou aos 6
l/100 km, mesmo que pela viagem tenhamos puxado um pouco pelo Leon.
Dois
Leon num só
Ao
volante, destaca-se o enorme contributo do controlo dinâmico do
chassis, uma mais-valia para se conseguir o melhor de dois mundos num
só veículo. O conforto e flutuabilidade que tanto ajudam nas longas
viagens de autoestrada e a dinâmica exemplar que se espera de um
automóvel com as aspirações do Cupra Leon. O traçado mais
convidativo deste primeiro teste foi curto, mas
mesmo com menos 55 cavalos que a versão de topo, este PHEV tem
igualmente na motorização um excelente equilíbrio entre um
andamento mais do que suficiente para justificar a sua inclusão na
gama Cupra, e uma grande dose de racionalidade proporcionada pela
vertente elétrica. A oferta de equipamento da unidade ensaiada é
vasta e inclui elementos como as jantes de 19”, bancos tipo baquet,
cockpit digital com ecrã de 10,25”, full LED, bem como um extenso
pacote de assistentes de condução como o cruise control adaptativo,
o alerta de ângulo morto e de tráfego à retaguarda e ainda
assistente de abertura de porta e de faixa de rodagem. Através do
Drive Profile, acessível via infotainment ou do botão dedicado
Cupra no impressionante volante, é também possível adaptar o Leon
ao nosso gosto ou à via em que estamos a circular. Na nossa pequena
incursão na A2, mantivemos o Leon no modo mais confortável e
gostámos da suavidade do rolamento, bem como da do funcionamento do
sistema híbrido que desliga e acorda o motor de combustão de forma
quase impercetível. Assim que saímos da A2, colocámos o “Cupra
em Cupra” e foi então que se deu a transformação. Os movimentos
da carroçaria são prontamente anulados pela maior rigidez do
amortecimento e quer
a vertente térmica, quer a elétrica, trabalham
em conjunto para acelerar o Leon com muito mais pulmão. Para uma
maior intervenção, há patilhas com novo desenho para controlo da
caixa DSG. Apesar do curto contacto, gostámos da dupla competência
do Cupra Leon e-hybrid, enquanto desportivo e enquanto familiar para
o dia a dia. Tudo num pacote bem recheado e esteticamente apelativo,
transmitindo emoção e, ao mesmo tempo, exclusividade.
Por
falar em exclusividade, passemos ao Formentor
Para
a segunda parte do evento, reservámos o Formentor, o primeiro modelo
exclusivo da marca e que chega ao mercado já no final do ano
estreando o conceito CUV que alia o design e posição de condução
elevada de um SUV com as dimensões e dinâmica de um compacto. Tal
como o Leon, aposta nas motorizações híbridas plug-in e TSI, mas
adiciona-lhe as Diesel, sendo sua a responsabilidade de aliar
novamente, nesta nova era da designação Cup Racing, a emoção e
carácter desportivo à sigla TDI. Para esta primeira experiência
estava apenas disponível a motorização topo de gama, aquela que
melhor combina, na verdade, com as aspirações de uma proposta como
esta. Assim, com 310 cavalos e tração 4Drive, não podemos
estranhar a rapidez com o Formentor sai disparado, ganhando
velocidade e mantendo-a, acumulando quilómetros com uma rapidez a
que não podemos ficar indiferentes. A rapidez com que nos podemos
colocar em problemas com a lei merece também atenção, ainda que,
mesmo sem avançar números, foi-nos dito que a potência do
Formentor não se ficará pelos 310 cavalos deste 2.0 TSI. E isto
porque o chassis convida sempre a mais. Principalmente se selecionado
um dos modos de condução mais dinâmicos, Sport ou Cupra, em que
tudo é mais imediato, motor, direção e amortecimento,
transformando por completo o Formentor, de um familiar confortável e
exclusivo, num verdadeiro desportivo, focado nas sensações. Neste
aspeto, notámos apenas a falta de um nota de escape mais emotiva, já
que a artificial, cumprindo o seu propósito, não tem o mesmo
encanto. O preço base do Formentor VZ que guiámos é 47 030 euros,
sem despesas, mas o 1.5 TSI de 150 cavalos está disponível a partir
de 31 990 euros. Ainda sem preço final confirmado estão as versões
TDI e PHEV, mas estimam-se valores de aproximadamente 34 mil e 40 mil
euros, respetivamente. A Cupra quer que o novo Formentor represente
mais de 50% das suas vendas em 2021. A ambição é grande, mas o
plano tem tudo para correr bem.
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