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O novo patrão do estilo da Citroen, Pierre Leclercq, tem gostos… interessantes!

By on 29 Junho, 2020

Pierre Leclercq assumiu a liderança do estilo da Citroen há 18 meses e sem nunca ter trabalhado na casa francesa, acabou por ser um “deja vú” pois um dos seus carros de eleição é… o Citroen Dyane.

Muitos dos quilómetros feitos em viagem quando era jovem foram feitos dentro de carros da Citroen, propriedade dos seus pais e dos seus avós. Curiosamente, a família nunca foi especialmente entusiasmada pelo automóvel, mas ficou a influência de um designer que, curiosamente, nem nasceu em França. Pierre Leclercq nasceu na Bélgica, na região das Ardenas.

O primeiro carro que recorda é o Citroen Dyane, comprado em 1970, quando tinha seis anos. Um carro que ficou por muitos anos na família. O pai, médico, levava o Dyane a todo o lado, particularmente nas zonas mais escorregadias devido à muita neve na zona das Ardenas, pois o carro tinha uma excelente tração. O Dyane acabou por dar ligar a um 2CV, novo, comorado quando o Dyane já tinha cinco anos. Leclercq lembra-se que era verde e que, tal como o Dyane, ajudada, muito, o pai nas deslocações às quintas. “Ficou na memória o cheio a novo do carro!” lembra Pierre Leclercq.

Porque o pai gostava de carros confortáveis, o CX foi um passo lógico para carro de família, até porque na família havia carros americanos, grande e suaves. Mas o CX provou ser ainda melhor e as longas viagens eram feitas dentro do CX Pallas castanho, confortável “e muito espaçoso.” Uma das coisas que Leclercq adorava era o painel de instrumentos com o velocímetro e o conta rotações quadrados com os números a passarem pela lupa.

Outro Citroen que marcou o responsável pelo estilo da Citroen foi o DS, um carro utilizado pelo seu avô, um engenheiro civil. O estilo inconfundível de Flaminio Bertoni deixou marca na memória de Pierre Leclercq. O GS também faz parte da sua lembrança, pois o último carro da Citroen que os seus avós tiveram. Foi uma altura importante para Leclercq, pois já desenhava bebendo influências do avô engenheiro e de um tio que era cartoonista. “Suponho que com estes antecedentes, o desenho e o estilo já me corriam nas veias.”

Podem estar a pensar que tanto Citroen escolhido pelo designer é uma questão de parecer bem, mas não é verdade. Para ele, os Citroen “são, apenas, belos carros! Eram objetos disruptivos.”

Pierre Leclercq reconhece que a Citroen perdeu o apelo do estilo entre os anos 80 e os anos 2000, e por isso na sua lista de carros preferidos há outros modelos. Quando se mudou para Liege, comprou um Alfa Romeo 33, um carro que é um típico estilo italiano. Tinha 20 anos e foi aprender design. Para ele, o Alfa era um sonho, mas reconhece que teve tantos problemas, alguns deles sem reparação. Manteve o 33 e deixou-o parado três anos quando foi selecionado para uma passagem pelo Art Center, primeiro na Suiça e depois na Califórnia.

Graduado, regressou ao Velho Continente, trabalhou na Zagato antes de se mudar para a Ghia (propriedade da Ford), desiludido com o pouco trabalho que lhe deram na Zagato. Esteve lá um ano, altura em que vendeu o Alfa Romeo 33 por tostões e recebeu uma chamada da BMW.

Era o responsável pelo centro de estilo da casa bávara na Califórnia, que conheceu na passagem curta de Leclercq pelo centro de design de motos da BMW, convidando-o para integrar a equipa que desenhou a segunda geração do X5. “Foi o primeiro carro que desenhei, pelo que será sempre especial. E sim, fui eu que o desenhei em competição com 25 outros designers. Trabalhei muito e consegui. Grande momento!”

Mais tarde esteve envolvido no estilo do X6, sendo que Pierre Leclercq ficou orgulhoso do seu trabalho pois “o carro final ficou, praticamente, igual á minha proposta, depois de Chris Bangle me ter pedido, de forma inesperada, um desenho digital de um modelo que tinha desenhado em carvão. Viram outras propostas, mas foi a minha que venceu.” Chris Bangle que foi importante na carreira e formação de Leclercq, juntamente com Jean Pierre Ploué, hoje responsável pelo estilo do grupo PSA, que conheceu na Ghia. Outro carro que adora é o Z3, ele que teve vários como carro de serviço e que lhe recordam os seus dias na Califórnia.

O Ferrari 288 GTO é um carro que sempre adorou, desenhado por Pininfarina e que, na sua opinião, tem tudo aquilo que um adulto gosta em termos de design automóvel. Mas não esquece o C4 Cactus, na primeira geração, um carro que foi lançado estava ele na China na Great Wall. Diz que é um carro inovador que utiliza estilo moderno com conceitos pouco habituais. Foi quando estavam a desenhar o C4 em França, Pierre Leclercq recebeu uma chamada de Ploué a oferecer-lhe o lugar na Citroen. “Foi a oferta de um lugar de sonho por um homem que admiro. Só tinha era que aceitar!”

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