Alguém se lembra do “míssil” ARVW?
A aerodinâmica é hoje fundamental para os construtores conseguirem baixos valores de consumo e emissões. Mas há 40 anos já se pensava nisso…
Lembram-se do ARVW, um monolugar leve e que tinha 0,15 como coeficiente de arrasto? Não ficaram impressionados? E se lhe disser que o Classe A tem um coeficiente de arrasto de 0,22 e que foi considerado, em 2018, como o de produção em série com o menor coeficiente de arrasto? Colocando em perspetiva: o Volkswagen XL1 tinha um coeficiente de arrasto de 0,189.
O ARVW foi criado para provar que a aerodinâmica e o baixo peso podiam gerar velocidade alucinantes com pouca potência. Nada de muito novo, pois Carlo Abarth, Amadée Gordini, Jean Redélé e Colin Champman, todos concordavam que o peso baixo era fundamental para a performance. Já a aerodinâmica era diferente e terreno virgem para alguns daqueles brilhantes engenheiros.
Porém, o ARVW é filho da necessidade de poupar combustível, depois da crise petrolífera dos anos 70. Fruto da imaginação fértil e educada dos engenheiros da VW, o ARVW tem 833 mm de altura e 1100 mm de largura, rodas escondidas e um piso totalmente plano. Tinha asas móveis que ajudavam a manter o carro estável a alta velocidade.
A carroçaria era em fibra de vidro e de carbono, tinha um chassis em alumínio e um motor de seis cilindros com 2.4 litros turbodiesel com 179 CV, montado atrás do piloto e entregando potência ao eixo traseiro através de uma corrente. Outra característica interessante do ARVW era o depósito de água que era injetada para a entrada de ar do turbo, ajudando a arrefecer o turbo e evitar ter demasiadas entrada de ar para refrigeração.
O ARVW chegou aos 355 km/h depois de uma hora de testes na posta de Nardo em 1980, tendo chegado aos 362 km/h em outra ocasião. Depois, foi arrumado e nunca mais se ouviu falar dele, repousando, agora, no museu da Volkswagen.
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