PSA alcança rentabilidade recorde em 2019 antes da fusão com a FCA
Segundo o relatório e contas divulgado, o PSA Group teve uma margem operacional recordista de 8,5% e a receita aumentou 1% para 74,7 mil milhões de euros.
Contas feitas a tudo isto, o PSA Group liderado por Carlos Tavares registou um lucro operacional ajustado de 6,32 mil milhões de euros (mais 11%) e o lucro líquido ficou nos 3,2 mil milhões de euros, mais 13,2%. O dividendo por ação subiu para 1,23 euros, 58% mais que em 2018. Por isso mesmo, Carlos Tavares decidiu oferece um bónus de 4.100 euros aos trabalhadores com salários mais baixos, como prémio.
Tudo isto apesar das vendas da PSA terem recuado 10% para 3,49 milhões de unidades, mas o grupo ter reduzido custos de forma assinalável e ter comercializado mais modelos lucrativos como o Citroen C5 Aircross.
Segundo analistas independentes, o PSA Group voltou a mostrar muita solidez com resultados que fazem da empresa uma das mais sólidas do mercado, como destacam, por exemplo, os analistas financeiros da Oddo-BHF.
O PSA Group mantém o objetivo para o triénio 2019-2021 de ter uma margem de lucro operacional na divisão automóvel de 4,5%. Segundo Philippe de Rovira, diretor financeiro da PSA, “este é o patamar mínimo e muito conservador, pois a nossa neta interna é sempre melhorar o desempenho, por isso não se agarrem muito a este indicador, pois queremos muito mais.”
A estratégia de Carlos Tavares quando chegou à PSA em 2014 era clara: combater os gastos excessivos, reduzir custos, aumentar a rentabilidade dos modelos com aumento de preços e de qualidade oferecida ao cliente e adicionar escala ao grupo. Fez isso com a compra da Renault e dará salto exponencial com a fusão entre a PSA e a FCA. Com redução de custos em áreas sensíveis como as compras, permitiu que a Opel rapidamente passasse a dar lucro. Porém, isso não invalida que a PSA renha de cortar postos de trabalho, como já foi anunciado para o caso da Opel. Lembrar que a margem de lucro operacional da Opel foi, em 2019, de 6,5% e que o lucro operacional subiu de 859 milhões de euros em 2018 para 1,1 mil milhões de euros em 2019.
Apesar deste quadro vantajoso, a PSA acredita que o mercado europeu vai continuar a contrair, no caso, 3% em 2020, com o mercado russo a recuar 2%. Por isso mesmo, sendo o Velho Continente o seu mercado mais importante, Carlos Tavares quer diversificar onde vende carros e a fusão com a FCA será fundamental, até porque lhe dará acesso ao mercado norte americano. O coronavírus irá afetar muito o mercado asiático, pelo que 2020 não será um ano fácil para o PSA Group e para a indústria automóvel mundial.
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