Fórum da Mobilidade Inteligente Nissan: mais mobilidade sustentável e inteligente é o foco
A aposta na promoção e implementação dos veículos elétricos e de tudo aquilo que se relaciona com a mobilidade elétrica, agora também para os veículos comerciais tal como já acontece com os automóveis de passageiros, foi um dos pontos fortes nas palavras de António Melica, diretor-geral da Nissan em Portugal, ao longo da última edição do Fórum da Mobilidade Inteligente, iniciativa uma vez mais promovida pela Nissan e que decorreu na passada quarta-feira no Teatro Capitólio, em Lisboa.
A necessidade de uma maior mudança de mentalidades por parte agora das entidades oficiais, nomeadamente empresas e autarquias, como se verifica já junto dos particulares, foi apontada por António Melica, o diretor-geral da Nissan em Portugal, para quem o crescimento do mercado dos elétricos em Portugal é um caminho garantido e sem retorno, ainda que faltem incentivos para que tal seja possível também no que diz respeito aos veículos comerciais. Líder na venda de veículos elétricos em Portugal, nomeadamente através do Nissan Leaf, mas também pela introdução no mercado de comerciais ligeiros elétricos, a Nissan continua a apostar de modo crescente na implementação da mobilidade elétrica, objetivo que presidiu uma vez mais à realização em Lisboa, Fórum Mobilidade Inteligente, focado na discussão em redor dos desafios da mobilidade inteligente, conectividade e gestão energética.
A ideia base deste evento visava permitir espaço para discutir a visão da Nissan relativamente ao que será o futuro da mobilidade, apoiando-se, afinal, nas experiências vividas e nos projetos de diversas entidades que se movimentam no mundo da mobilidade inteligente, muitas delas na condição de entidades parceiras da Nissan. Além disso, e a enriquecer o evento, algumas ideias defendidas por quadros da Nissan Europe, bem assim como por Maarten Sierhuis, o Diretor de Tecnologia do Alliance Research Center em Silicon Valley (Nissan North America, Inc.), ele que deu conta do que me mais relevante tem sido feito na busca de novos caminhos em redor desta temática.
Responsável pela ligação entre os resultados da pesquisa interna em Silicon Valley e a pesquisa tecnológica externa, com as funções de pesquisa e engenharia avançada da Aliança Renault Nissan Mitsubishi, Sierhuis liderou anteriormente uma equipa de investigadores encarregados de desenvolver tecnologias de Inteligência Artificial (IA) para veículos autónomos, veículos conectados e Interfaces e Interações Homem-Máquina (HMI²) para ajudar a moldar o futuro dos automóveis inteligentes capazes de se auto conduzirem.
Condução autónoma carece da perceção humana
A propósito da condução autónoma, Sierhuis deixou clara a sua convicção de que, apesar da importância que a conectividade dos diferentes sistemas terá para o resultado final no tráfego das grandes cidades, continuará a ser particularmente importante a perceção humana já que a tecnologia, por si só, continua sem conseguir dar resposta a situações pontuais que, por poderem surgir de forma inesperada, carece de uma atenção fora do programado. Isso mesmo ficou provado num teste de três horas realizado em condições reais na cidade norte-americana de São Francisco.
Ainda sobre Maarten Sierhuis, atualmente a trabalhar a partir de Sunnyvale, na Califórnia, antes de se juntar à Nissan, em 2013, esteve durante 12 anos ligado à NASA onde criou uma linguagem de computador usada para desenvolver um sistema inteligente para toda a comunicação entre o Controle da Missão e a Estação Espacial Internacional, tendo desenvolvido um sistema autónomo para monitorar e dar conselhos aos astronautas durante os passeios espaciais.
Outro orador neste evento que motivou particular interesse foi Marco Fioravanti, vice-presidente de Planeamento de Produto na Nissan Europa e responsável por entender e responder às tendências dos clientes e do mercado, ele que precisa dos melhores resultados para que a Nissan possa dar respostas ao que é efetivamente pretendido pelo mercado em concreto nesta área da mobilidade e das soluções dentro dos veículos elétricos. Com a conectividade, tecnologias de direção autónoma e eletrificação a evoluírem a um ritmo mais rápido no setor automóvel do que em qualquer outra área, a estratégia de mobilidade inteligente em que a Nissan deverá continuar a apostar terá que ser estabelecida cada vez de forma mais cuidada e meticulosa.
Conectividade e partilha é chave para mobilidade urbana
Ainda em relação aos oradores que a Nissan trouxe até Lisboa neste Fórum realizado no Capitólio, nota para a presença de Gareth Dunsmore, vice-presidente de Comunicação de Marketing, Experiência do Cliente e Serviços de Automóveis Conectados, responsável por liderar a evolução das plataformas digitais ao serviço do consumidor da Nissan, ele que tem como missão em melhorar a experiência do cliente e implantar novos serviços de automóveis conectados na gama do construtor nipónico. Além disso, Gareth Dunsmore foi Diretor de Automóveis Elétricos da Nissan Europa, tendo por isso a responsabilidade no lançamento de novos modelos de automóveis elétricos enquanto procurou contribuir, em conjunto com as equipas de marketing, para a geração de consciência sobre os automóveis elétricos e a mudança de comportamento do consumidor a longo prazo. Para este responsável com quem o Autosport teve a oportunidade de manter um curto diálogo, a conectividade nos automóveis e a partilha dos dados recolhidos por cada veículo para com os demais revela-se como “a chave para os desafios da mobilidade urbana”, isto porque a ligação dos diversos veículos e a partilha de dados “deverá resultar no futuro numa maior fluidez da circulação dentro de cada cidade para bem de todos.”
Ao longo do dia de quarta-feira, em três painéis moderados pelo apresentador Pedro Fernandes, ele que é embaixador da Nissan e que usa um Nissan Leaf no seu dia-a-dia, questões como a condução, a energia e a integração inteligentes, permitiram intervenções particularmente interessantes como as de Paulo Martins, City-Manager em Lisboa e responsável pela e-Cooltra em Portugal, Nuno Brito, Consultor para a Mobilidade Elétrica na Leaseplan, Jorge Miguel Fernandes, Diretor de Inovação da Galp Energia, e ainda, entre outros, Yannick Raffin, responsável o responsável pela Estratégia de Emissão Zero e Infraestrutura na Nissan Europa.
A motivar muitas questões por parte da audiência que preencheu a plateia do Capitólio, e antes do encerramento do Fórum da Mobilidade Inteligente que viria a ser feito com a intervenção de Eduardo Pinheiro, Secretário de Estado da Mobilidade, uma esteve ainda a intervenção de Luís Barroso, o presidente da Mobi-e, ele que deixou clara a forma positiva como vê a realidade deste mundo da mobilidade elétrica numa altura em que está a ser feita a transição para o pagamento dos carregamentos na rede Mobi-e, até há pouco liberada e sem encargos para o utilizador, garantindo que a rede de postos de carregamento tem hoje em dia a possibilidade de se apresentar em plenas condições de funcionamento, devendo continuar a crescer dos atuais 736 postos para os 1000 até ao final do corrente ano.
A título de curiosidade, este responsável frisou mesmo que nos casos em que um ou outro posto de carregamento se apresente hoje em dia com uma imagem global “mais antiga”, tem no seu interior “tecnologia devidamente atual já que toda a rede foi intervencionada e apta a responder às necessidades e aos desafios da mobilidade.”
Já o Secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, na intervenção que encerrou o evento, elogiou o papel da Nissan neste domínio, deixando a sua convicção de que a expansão da rede de carregamento de veículos elétricos vai mesmo continuar graças também a um investimento previsto de quatro milhões de euros, um investimento público que irá continuar a ser feito a par com outros de particular importância, nomeadamente na área dos transportes públicos, tendo dado como exemplo a compra de autocarros elétricos bem como embarcações elétricas para a Soflusa.
Jorge Reis
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