Tesla procura 2 mil milhões de dólares através da venda de ações
A marca americana está em busca de mais valias bolsistas, tentando encaixar 1,8 mil milhões de euros através de venda de ações.
Aproveitando o facto do valor bolsista da Tesla está em valor estratosféricos, a casa americana vai colocar no mercado qualquer como 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) de ações ordinárias. Isto depois de Elon Musk ter dito há duas semanas que não fazia sentido buscar financiamento desta forma.
A verdade é que o valor bolsista da Tesla não esconde as necessidades financeiras da empresa que para 2020 tem um plano de investimento de 3,5 mil milhões de dólares, mitigados com esta venda de capital que pode gerar cerca de 2,3 mil milhões de dólares, segundo contas da Tesla.
Com tudo isto, nova subida das ações para 804 dólares por ação, energizadas pelos analistas que entendem ser esta a forma correta de reforçar as contas da Tesla e apoiar os planos de crescimento e, também, pelos relatórios positivos dos últimos meses.
Porém, esta não deixa de ser uma reviravolta importante na opinião de Elon Musk, que há duas semanas disse que a Tesla se iria financiar sem a ajuda da bolsa, referindo a sensatez nos gastos de uma forma que não tolhesse o crescimento. Dizia Musk que “olhando a este cuidado nos gastos, não faz sentido recolher investimento, pois vamos gerar dinheiro apesar do nível de crescimento da operação.” Afinal não é bem assim e a falta de recursos é real e a necessidade de encontrar financiamento também.
Contudo, percebe-se, pelos analistas económicos, que este é o passo certo e que Musk terá dado a “cambalhota” depois do seu departamento financeiro ter optado pela decisão certa. Com este dinheiro, a Tesla pode acelerar o ritmo de produtividade e aumentar as vendas, condição essencial para manter níveis de sustentabilidade.
Em 2019, as despesas da Tesla ficaram nos 1,33 mil milhões de dólares, abaixo dos 2,5 mil milhões projetados em 2018, o que ajudou o “cash flow”, mas para funcionar, estes 2 mil milhões de dólares são essenciais.
Contas feitas, a Tesla tem 48 016 funcionários, menos que em 2018 (48 817), tem projetado vender 500 mil unidades, um salto de 35% face a 2019, já construiu uma fábrica na CHiona e está a fazer outra na Alemanha, mas não se livra da CMVM norte americana (a SEC) que depois de resolver todos os problemas com Elon Musk, exigiu mais informações sobre vendas, contratos e acordos de financiamento. Ou seja, a SEC quer saber quem são os financiadores e a receita e as vendas nos diversos mercados.
A Tesla não costuma divulgar dados desses, mas depois da investida da SEC, a casa americana referiu que a receita aumentou 70% na China, 65% na Holanda e 48% na Noruega, mas dentro de portas, o mercado norte americano (o maior, por larga margem, da Tesla) a receita recuou 15% para 12,65 mil milhões de euros.
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