Ghosn é mais um de muitos “colarinhos brancos” que fogem à justiça
O brasileiro que fugiu para o Líbano não é o único que decidiu fugir ao apertar do cerco das autoridades japonesas.
A fuga espetacular – já que era controlado de perto pelas autoridades japonesas, com perseguições e vigilância apeada por parte da polícia de Tóquio – de Carlos Ghosn junta-se á de outros famosos “colarinhos brancos” (como são conhecidos os homens de negócios e os crimes que envolvem finança e gestão) que escaparam à Justiça, como Vijay Mallya (ex-proprietário da Force India F1) ou o malaio Jho Low.
Ghosn foi acusado de crimes financeiros e apropriação indevida de recursos da Nissan em proveito próprio. Disse, após a fuga “que não queria ficar refém de um sistema judicial japonês fraudulento.” Não se sabe como fugiu, mas a verdade é que está no Líbano, pais que não tem acordo de extradição com o Japão. Ou seja, está seguro.
Conhecido como Jho Low, o malaio Low Taek Jho há anos que enfrenta a acusação de ser o autor do plano que desviou milhares de milhões de dólares do fundo estatal de investimentos 1MDB. A justiça da Malásia procura levá-lo à barra do tribunal, mas todos os esforços têm sido debalde. E foi mesmo a causa para que Najb Razak, primeiro ministro malaio, perdesse as eleições em 2018, terminando 61 anos de domínio do seu partido na liderança da Malásia. As autoridades daquele país referem a falta de cooperação da maioria dos países na busca de Jho Low.
Jerome Kerviel foi a mente por trás de um dos maiores escândalos económicos franceses. Em 2008, Kerviel, quadro do banco Societe General, fez uma série de transações, alegadamente, sem autorização superior que redundaram em perdas de aproximadamente 4,9 mil milhões de euros. As transações eram sobre futuros das bolsas europeias que numa primeira fase geraram mais de 1,4 mil milhões de euros de lucros escondidos do banco. Negócios nessa área não autorizados pelo banco num valor de 49,9 mil milhões de euros, fizeram disparar o alarme, já que esse valor era superior à valorização em bolsa do banco. Desconhece-se se beneficiou ou não desta transação, mas a verdade é que Kerviel conseguiu sair de França, foi visitar o Papa a Itália. Esteve três meses fora de França até que foi apanhado na fronteira gaulesa, tendo ficado 114 dias na prisão.
O “King of Good Times”, patrão da Force India F1 e da companhia aérea Kingfisher Airlines, anda há anos a fugir à justiça indiana. Baseou.se em Londres e tem evitado viajar demais para não ser apanhado. Ainda assim, surge em vários locais, mostrando a sua forma exótica de estar. Uma dúzia de bancos indianos colocou um processo em Londres contra Mallya, pedindo a falência do excêntrico indiano devido a compromissos não pagos no valor de 1,5 mil milhões de dólares. Nada que apoquente Mallya que depois de estar ligado a uma série de negócios acabou por deixar cair quase tudo, vivendo dos rendimentos em Londres.
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