Primeiro ensaio Toyota C-HR 2.0 Hybrid: renovado no sentido certo
O sucesso não é uma coisa fácil, mas a Toyota encontrou o pote de ouro no final do arco íris com o C-HR e na hora de renovar optou por escutar os clientes e os jornalistas para atacar as brechas de um conjunto de sucesso e altamente sedutor.
Desenvolvido para os europeus e construído no Velho Continente, na Turquia, o Toyota C-HR é um sucesso. Este “Coupe High Rider” (sim, é este o nome por trás do C-HR) já vendeu mais de 400 mil unidades em toda a Europa, porém a Toyota teve coragem de mexer num ganhador e posso dizer que foi na melhor direção.
A mudança em termos de estilo é ligeira: novos grupos óticos que desenham nova assinatura, o para choques está totalmente diferente – e aqui para muito melhor! – isto na dianteira, enquanto na traseira, há diferenças na base do para choques, nos grupos óticos e um elemento de ligação dos farolins, pintado de preto. Há também a possibilidade de ter o tejadilho numa cor contrastante.
Seja como for, o Toyota C-HR continua a ser um carro muito giro, sedutor e desejável, das melhores coisas que a Toyota fez até ao momento, contabilizando os novos RAV4 e Corolla. Este, sim, é um carro que não é aborrecido. Nada mesmo!!!
Contas feitas, a grande novidade deste renovado C-HR é o desaparecimento do motor 1.2 litros sobrealimentado e a adição do bloco 2.0 Hybrid Dynamic Force, o mesmo que é usado no Corolla e no RAV4. Desta forma, o C-HR passa a ser um carro totalmente híbrido e o bloco 2.0 litros oferece outra performance e refinamento ao C-HR. Por isso mesmo, decidi fazer este primeiro ensaio ao C-HR na nova versão Dynamic Force.
Esta unidade híbrida com ciclo Atkinson, variação automática do tempo de abertura das válvulas, injeção sequencial de combustível e um motor elétrico de magneto permanente, oferece 184 CV e 190 Nm de binário. Cifras bem mais interessante que as do 1.8 litros, capaz de chegar dos 0-100 km/h em 11 segundos, enquanto o 2.0 litros faz o mesmo exercício em 8,2 segundos, existindo uma diferença de 10 km/h em termos de velocidade de ponta (170 contra 180 km/h do 2.0).
Curiosamente, esta versão 2.0 litros do sistema híbrido da Toyota, utiliza uma bateria de hidretos metálicos de níquel, enquanto que o 1.8 litros passa a ter uma bateria de iões de lítio. Confuso? A explicação é simples: sendo mais potente, o 2.0 litros suporta o maior peso da bateria.
Onde não há mudanças é na utilização da caixa CVT, evoluída, é certo, mas que continua a exigir uma boa dose de aceleração para ganhar momento e velocidade, mas os progressos assinalados em termos de controlo de ruído e vibrações, devem ser elogiados. É verdade que quando aceleramos a fundo, o motor “chora” e faz-se ouvir de forma clara, mas se evitarmos esse gesto, tudo se passa com suavidade e tranquilidade. Eu que sempre critiquei a utilização da caixa CVT, tenho de dar a mão à palmatória e dizer que hoje é tudo muito mais agradável que outrora, até porque raramente é preciso andar com o acelerador a fundo e utilizado como deve ser um híbrido, o C-HR é um regalo.
Outra coisa boa do C-HR é a plataforma TNGA que autoriza ao SUV da Toyota um comportamento seguro, auxiliado pelas suspensões com novos amortecedores que foram introduzidos no sentido de ajudar a uma condução mais envolvente. A verdade é que com uma direção leve, mas precisa e suficientemente rápida, o C-HR curva com serenidade, qualidade e segurança, muda de direção sem grandes dificuldades e o eixo dianteiro tem muita aderência, cedendo, apenas, quando abusamos muito da velocidade em curva. Não é emocionante, mas pelo menos é interessante e entretido. Mais do que tem sido habitual na Toyota.
Para mais, o C-HR é suficientemente confortável, como disse acima, o controlo da insonorização, das vibrações e das asperezas é muito bom. Há uma única exceção: os espelhos são a única nota dissonante e vem dai algum ruído que não é controlado.
O interior não tem grandes diferenças, mantendo o estilo assimétrico muito interessante. Tudo continua bem colocado, à “mão de semear” e os materiais têm qualidade percetível e real. Novidades, sim, no campo da tecnologia. O C-HR tem, finalmente, Android Auto e Apple CarPlay e o completo sistema de info entretenimento está mais completo e com grafismos mais agradáveis, além da conectividade reforçada e de uma nova aplicação que tem como destaque um a espécie de tutorial para nos “ensinar” a conduzir um híbrido e, no final, poderá exibir os seus dotes face aos amigos.
O C-HR não são só virtudes, claro: a forma da carroçaria do Toyota prejudica um pouco a habitabilidade traseira no que toca á altura, já que para arrumar as pernas há espaço suficiente. A bagageira tem 358 litros, pouco para um carro destes que fica, assim, ao nível de qualquer utilitário que tem mais de 350 litros de capacidade.
Veredicto
A diferença de 2.800 euros para o C-HR com motor 1.8 litros acaba por se justificar, pois o carro é mais económico, mais agradável de explorar e com maior performance. Além disso, o sistema permite que o carro ande muito tempo em modo elétrico e, com algum cuidado do condutor, os consumos são mesmo reduzidos, bem abaixo dos seis litros por cada centena de quilómetros. As mudanças foram na direção certa e o C-HR está, ainda, mais sedutor, sendo um carro muito bom. Um Toyota como nos tempos da famosa frase “veio para ficar!”.
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