Fiat Chrysler Automobiles paga 40 milhões de dólares por inflacionar as vendas
A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) foi condenada a pagar 40 milhões de dólares por ter mentido aos investigadores sobre os números de vendas mensais.
Com esta condenação, a FCA consegue resolver um longo contencioso com a SEC, a CMVM norte americana e terminar uma investigação que durava há muito tempo.,
A SEC, em comunicado divulgado no final do dia de sexta feira passada, referiu que entre 2012 e 2016, a FCA divulgou comunicados de imprensa mensais que relatavam números de vendas de automóveis novos falsos, destacando uma onde de crescimento mensal ininterrupto ano após ano, que não correspondia à verdade.
Segundo as investigações da SEC, essa onde de crescimento, afinal, terminou em setembro de 2013. Por força da pressão da investigação, a FCA reviu cinco anos de vendas e desenhou um novo método de reportar as vendas.
Curiosamente, dois concessionários da FCA entraram com um processo federal contra a FCA devido aos números de vendas inflacionados em janeiro de 2016, mas tudo foi resolvido extra judicialmente, sem que detalhes tenham sido divulgados. Há outros dois casos de investidores que processaram a FCA devido a fraudes com os títulos da casa italo-americana, mas acabaram, também, resolvidos fora dos tribunais com a FCA a pagar 14,75 milhões de dólares.
Após esta multa imposta pela SEC, a FCA emitiu um comunicado dizendo que “a FCA EUA colaborou de forma absoluta, no processo de resolver esse problema. A empresa reviu e refinou o seu método e as políticas de contagem de vendas e compromete-se a manter debaixo de forte vigilância os seus relatórios de vendas. A resolução deste problema exige o pagamento de uma multa de 40 milhões de dólares que não terão qualquer impacto nos relatórios e contas da companhia.”
O esquema utilizado passava por pressionar a rede para aumentar as vendas e manter o recorde de vendas ano após ano. A pressão era especialmente forte nos concessionários no final de cada mês, de tal ordem que muitos funcionários acabaram envolvidos neste esquema que adulterava o número de vendas.
A direção de vendas pagava aos concessionários para estes adulterarem os números de vendas nas bases de dados, usando tudo o que era possível para manter as aparências de sucesso, incluindo clientes fantasma e datas de vendas repetidas.
Reid Bigland, o ex-chefe de vendas da FCA nos EUA, colocou um processo à empresa depois da FCA ter retido 90% da sua remuneração porque ele foi instrumental para que a investigação chegasse á condenação. Segundo Bigland, a metodologia de relatório de vendas era o mesmo desde os anos 80 e todos conheciam a fraude, até o CEO do grupo, o falecido Sergio Marchionne.
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