Executivo sénior da Fiat Chrysler Automobiles acusado de fraude
Uma investigação do departamento de justiça dos Estados Unidos da América, conduziu a acusação de um executivo sénior da Fiat Chrysler Automobiles (FCA).
Sem surpresa, a acusação está ligada a excesso de emissões de veículos diesel. Segundo documentos libertados recentemente, Emanuele Palma, o responsável máximo do departamento de controlo de emissões da FCA, foi acusado de conspiração para cometer fraude no sentido de defraudar os Estados Unidos da América, violação do “Clean Air Act” (Lei do Ar Limpo) e prestação de falsas declarações sobre os sistemas de controlo das emissões usados nos veículos da FCA vendidos nos Estados Unidos da América. É esta a acusação feita pelo Departamento de Justiça dos EUA e entregue com data de 18 de setembro.
Devido a esta acusação, Emanuele Palma foi detido pelo FBI na sua casa de Bloomfield Hills, no Michigan, sem oposição do executivo. Acabou libertado sob fiança de 10 mil dólares, após ter sido ouvido por um juiz.
O nome deste executivo sénior veio à superfície no âmbito de um processo federal gerado por ação coletiva, contra a FCA. Nesse processo, Palma, como funcionário da VM Motori, enviou um email em 2012 dizendo o seguinte: “na FCA sabem que o TEng é a única maneira de atingir consumos abaixo dos 9 litros por cada centena de quilómetros (30 mpg), pelo que não tenham preocupações com este assunto.” TEng é o nome do software malicioso (t_engine) que detetava se um veículo estava em testes ou em estrada. Exatamente o mesmo que aconteceu com a Volkswagen.
Quem é Emanuele Palma? Trabalhou na VM Motori em cargos de engenharia, em Auburn Hills (Michigan), deixou a empresa em dezembro de 2014, ingressando na FCA em janeiro de 2015. Mas a VM Motori já fazia parte do universo FCA, pois o grupo italo-americano tinha comprado 50% em 2011 e o resto do capital à General Motors em 2013.
Curiosamente, a FCA já tinha acordado pagar 800 milhões de dólares para resolver algumas acusações do Departamento de Justiça, de clientes e de funcionários estatais. Acusações que alegavam que a FCA tinha instalado software ilegal em mais de 100 mil carros diesel. O acordo resolveu a acusação civil, mas ficou em aberto a responsabilidade criminal. O Departamento de Justiça dos EUA aceitou o acordo em termos civis, manteve o processo crime, que agora é levado a julgamento.
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