Sabe como estão organizados os grupos mundiais? O AUTOMAIS conta tudo
O falecido CEO da Fiat Chrysler Automobile (FCA), Sergio Marchionne dizia que no final da terceira década do novo milénio, “poucas serão as marcas realmente independentes.” E o italiano não estava longe da verdade.
No final desta segunda década do novo milénio, descortinar um construtor verdadeiramente independente é quase encontrar agulha num palheiro. E nesse grupo temos muitas marcas japonesas, nomeadamente, a Mazda, a Subaru e a Suzuki. São três construtores que não pertencem a nenhum grupo, mesmo que estejam ligados a vários parceiros, com a Toyota a ser quase a “mãe” de todas as marcas japonesas. A Honda também é um construtor independente, mas não tem apenas uma marca, já que a Acura é proposta como mara de luxo da Honda e o ariete no mercado norte americano. Depois destas marcas mais ou menos independentes, encontramos os construtores de nicho como a Aston Martin (ligação á Mercedes e AMG), a Tesla (que não deixa de ter participação de muitos construtores de topo) e numa escala menor, a Morgan. McLaren é uma das marcas de topo que se mantém orgulhosamente só, o mesmo fazendo a Ferrari, embora a mão da família Agnelli mantenha uma ligação com a FCA.
Olhemos então aos vários grupos mundiais que reúnem debaixo de uma identidade várias marcas, produzindo assim sinergias essenciais para reduzir custos de maximizar lucros. A junção de várias marcas dentro do mesmo grupo, permite, igualmente, tentar fazer crescer a margem de lucro operacional.
Grupo Volkswagen
Este é o maior grupo automóvel mundial e agrupa nada menos de 12 construtores, com uma diversidade impressionante. A Ducati faz parte do grupo e é a marca de motos que completa a oferta do grupo VW, presente nos camiões com a Scania e a MAN. Depois, além da Volkswagen, fazem parte do grupo a Audi, Skoda, Seat, Porsche, Bugatti, Lamborghini e Bentley. A Seat criou a marca Cupra, deixando de ser um nível de equipamento desportivo. A VW Veículos comerciais é a 12ª marca do grupo Volkswagen.
Aliança Renault Nissan Mitsubishi
Este é um grupo sui generis, pois o nome aliança indica que nenhuma das marcas está ao mesmo nível, existindo troca de participações. A Renault detém 43,4% do capital da Nissan, mantendo os japoneses alguma liberdade. Mas a ditadura das sinergias acaba por limiar muito essa independência que Carlos Ghosn queria acabar com a fusão da Nissan com a Renault. Quando a Nissan comprou a Mitsubishi em 2016, devido a um escândalo com os preços dos seus veículos, a Aliança ficou reforçada. Assim, a Aliança conta com a Renault, Nissan, Mitsubishi, Dacia e Alpine, além da Lada na Rússia, através da participação da Renault na AutoVaz, a Samung Motors (Coreia do Sul), a Datsun (marca low cost da Nissan e o nome original da Nissan) e a Infiniti, a marca de luxo da Nissan, que se vai retirar do mercado europeu em 2020.
Grupo Toyota
O maior construtor mundial, tem várias marcas no seu portfólio e inúmeras participações qualificadas em outros construtores. A maior parte das vendas é assegurada pela Toyota, juntando-se a marca Premium da casa japonesa Lexus e a Daihatsu (marca que é forte no Japão). Estas são propriedade da Toyota, mas a casa japonesa detém participação qualificada e dominante na Subaru e na Suzuki. Depois há parcerias com grupos como a PSA e a BMW.
Grupo PSA
Carlos Tavares não esconde a ambição e logo depois de entrar na direção do grupo, resgatou a Opel das mãos da General Motors e fez da marca alemã aquilo que os americanos andavam a tentar há dezenas de anos: tornar lucrativa a operação. O grupo liderado pelo português conta com a Peugeot, a Citroen, a marca Premium DS e, agora, a Opel. Mas Carlos Tavares quer mais.
Grupo Hyundai
Depois de se agigantar, a Hyundai absorveu a Kia e formou um dos maiores grupos asiáticos e mundiais, a que pertence a Genesis, marca Premium da Hyjndai, agora emancipada e que se prepara para chegar à Europa, depois de demandar os Estados Unidos.
Grupo FCA
Muitos ainda lhe chama grupo Fiat, mas a marca italiana está agora confinada a um papel de parceria com os americanos da Chrysler. Porém, o grupo italo-americano não se fica por aquelas duas marcas. No portfólio encontramos, ainda, a Alfa Romeo, a Maserati, a Abarth, a moribunda Lancia, a Chrysler, a Jeep e a Ram, além da Dodge . A Ferrari não pertence ao grupo, mas está claramente ligada á FCA.
Grupo BMW
A BMW já teve no seu portfólio mais marcas, como a Rover, MG e Land Rover. “Despachou” tudo e ficou apenas com a Mini e a Wosley (esta não é usada há anos). Teve também a Bentley, mas vendeu-a rapidamente ao grupo VW, ficando com a Rolls Royce. Além da marca de luxo britânica, a BMW tem, ainda, a Mini.
Grupo Mercedes
Atirada para trás das costas o passo em falso com a Chrysler e o insucesso do ressuscitar da Maybach, a Daimler limita-se a ter duas marcas: Mercedes e Smart. Esta última faz parte a 50% do grupo chinês Geely, pelo que a breve trecho, a Mercedes será a única marca da Daimler, mesmo que tenha ligações à Aston Martin e mantenha debaixo de olho a Jaguar Land Rover.
Grupo Geely
Os chineses começaram timidamente, mas são hoje um dos grandes grupos mundiais. Primeiro, foi a compra da moribunda Volvo, criou a divisão Polestar que agora tornou em marca independente e comprou a Lotus. A malaia Proton também faz parte da esfera da Geely, tal como a Lynk&Co e a Terrafugia.
Grupo Tata
Apara além das marcas que comercializa na Índia, a Tata é conhecida poer ser a proprietária da Jaguar Land Rover, grupo que ainda não foi vendido devido ao orgulho de Ratan Tata em desfazer-se das marcas britânicas.
Grupo General Motors
Vendida a Opel, a General Motors desapareceu do Velho Continente. Os americanos vendem na Europa, mas em quantidades insignificantes, modelos da Cadillac e da Chevrolet, as marcas emblemáticas da casa americana. Além destas duas marcas, a GM tem no seu portfólio a GMC, a Buick e a Holden, esta na Austrália.
Grupo Ford
A marca da oval azul já teve um portfólio enorme, mas desfez-se de todas as marcas que possuía como a Aston Martin, Jaguar, Land Rover, entre outras. Ficou a Ford e a Lincoln, a marca de luxo da Ford.
Grupo Mahindra
Os indianos deixaram de vender os seus carros na Europa, mas depois de comprarem a coreana Ssangyong, a crescer no Velho Continente, mesmo não estando presente em todos os mercados. A compra da Pininfarina, é uma tentativa de ganha prestígio.
Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)
0 comentários