Industria alemã entre a espada (ambientalistas) e a parede (lucros em declínio)
Está a formar-se a tempestade perfeita e no meio do turbilhão está a indústria automóvel alemã.
Os cada vez mais audíveis protestos das associações ambientalistas, as guerras comerciais que afetam os negócios com os EUA e uma China que viu o seu mercado contrair de forma brusca, as vendas em queda um pouco por todo o lado e a necessidade de liquidez para fazer face aos absurdos investimentos na mobilidade elétrica, formam a tempestade perfeita.
A produção automóvel alemã caiu 12% em 2019 e as exportações nada menos que 14%. As vendas no principal mercado europeu, a Alemanha, caíram 0,8% em agosto, as vendas globais na Europa recuaram 9%.
As projeções feitas pelos analistas e pelos economistas, preveem que a procura continue baixa nos próximos anos, pelo que algumas companhias e alguns gigantes, como a Continental, comecem a falar de despedimentos.
A juntar a tudo isto, está a crise social que está a eclodir na Alemanha e que tem como alvo os executivos dos construtores e os seus ordenados chorudos. Um bocadinho à imagem do que sucedeu em 2008 quando os patrões da GM, Ford e Chrysler deslocaram-se a Washigton DC… em jato privado!
A pressão dos ambientalistas é fortíssima e, lá está, ajudada por casos como o de um condutor de um SUV grande, em Berlin, que atropelou e matou quatro pessoas, levou ao acirrar de opiniões e críticas, com o Der Spiegl a fazer capa com um SUV da Porsche com o título: ”Objeto de ódio”.
Com a associação dos construtores alemães (VDA) a fraturar-se com a saída de Bernhard Mattes, perdendo influência política e com os políticos alemães a dispararem promessas para salvar o coiro, a industria automóvel germânica não tardará a lembrar que emprega mais de 800 mil pessoas no país. Veremos se a tradição alemã dos governos protegerem de forma abnegada a sua industria automóvel, não vai desaparecer.
Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)
0 comentários