Ambientalistas protestam à porta do Salão de Frankfurt
Alguns milhares de ativistas ambientalistas protestarem á porta do Salão de Frankfurt com frases batidas como ”Façam amor não CO2”.
Este protesto vem sublinhar as crescentes tensões entre a indústria automóvel alemã e os movimentos ambientalistas, numa altura em que o Governo germânico está a preparar legislação sobre as emissões de dióxido de carbono.
Na manifestação realizada à porta do Salão de Genebra, estavam ativistas da Greenpeace e dos Friends of the Earth, montados em bicicletas, tendo como missão exigir que a Alemanha reduza o número de carros nas estradas. Além da frase já velhinha “façam amor e não CO2”, alguns dos cartazes exigiam a irradicação dos SUV e outros veículos de maiores dimensões.
A organização do protesto falou em 25 mil pessoas presentes, das quais 18 mil de bicicleta, mas a polícia local avaliou a manifestação em 15 mil pessoas. Seja como for, Marion Tiemann, especialista em transportes na Greepeace, referiu que “a indústria automóvel faz dinheiro destruindo o ambiente.” Para esta representante da organização ambientalista na manifestação de Frankfurt, “estamos no meio de uma crise climática.”
Recordamos que a Alemanha prometeu reduzir as emissões de carbono em 55% em 2030, face aos níveis de 1990, mas no final do ano, o estado alemão só irá conseguir reduzir as emissões de CO2 em 30%, com as emissões dos transportes a crescerem de forma sustentada.
Declarações da chanceler alemã acabaram por espoletar este protesto. Angela Merkl convocou um gabinete climático encarregado de reduzir as emissões dos setores do transporte e do aquecimento da Alemanha. “Nos últimos 50 anos, tempestades, tempestades quentes e inundações aumentaram três vezes na Alemanha. Temos de agir!” Foi este o gatilho que espoletou a manifestação e o agigantar dos protestos das organizações ambientalistas.
Porém, a chanceler alemã está entre a espada e a parede. Por um lado quer satisfazer os poderosos grupos ambientalistas que são importantes na altura das votações, por outro enfrenta o espectro da recessão e mexer muito com a indústria automóvel alemã pode ter profundas consequências no equilíbrio económico do país. A chanceler tem essa noção e por isso disse á comunicação social alemã “é claro, e não podemos escapas a essa realidade, a proteção climática tem um preço. Mas estou convencida que, se não gastarmos o dinheiro nessa proteção, o preço que amos pagar mais tarde será muito mais elevado.”
Tudo isto é muito bonito, mas resulta destas manifestações e das declarações da chanceler alemã, que o automóvel é um alvo fácil para todos. De tal forma que os manifestantes desfilaram com as caras dos CEO da VW, BMW, Daimler e Toyota, com tubos de escape no lugar dos órgãos genitais.
Citado pela Reuters, Juergen Resch, diretor executivo da Deutsche Umwelthilfe (grupo ambientalista que processou várias cidades alemãs devido a excesso de NOx) referiu que “a nossa mensagem para os construtores é clara: parem de vender veículos desportivos. Eles são assassinos do clima.”
O maior problema é que 5% do Produto Interno Bruto da Alemanha é assegurado pela indústria automóvel e são mais de 800 mil pessoas cujo emprego depende desta indústria. E pessoas com mais clarividência já vieram dizer que “seria bom, como sociedade, não demonizar uma das principais indústrias da Alemanha.”
Ainda assim, os construtores continuam a tentar equilibrar as coisas: todos assumem que em 10 anos, metade das suas gamas estará livre de emissões e já investiram mais de 40 mil milhões de euros nos próximos três anos.
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